Carta 1 - A Encarnação
Foi CRISTO
Imune?
A palavra encarnação deriva de duas palavras
latinas, in carnis, que significa "em carne" ou "na
carne". Como um termo teológico, denota "o assumir a forma e
natureza humana por JESUS, concebido como Filho de DEUS. Nesse sentido João
usa a palavra quando diz, "Nisto conheceis o ESPÍRITO de DEUS: todo
espírito que confessa que JESUS CRISTO veio em carne é de DEUS; e todo
espírito que não confessa que JESUS CRISTO veio em carne não é de
DEUS." I João 4:2,3. Isto torna a crença na encarnação um teste de
discipulado, embora sem dúvida signifique mais que a mera crença na
aparência histórica de CRISTO.
A vinda ao mundo de uma nova vida - o nascimento
de um bebê - é em si mesma um milagre. Infinitamente mais que isto deve ser
a encarnação do próprio Filho de DEUS. Sempre permanecerá um mistério além
da compreensão humana. Tudo que o homem pode fazer é aceitá-la como uma
parte do plano da redenção que tem sido gradualmente revelado desde a queda
do homem no jardim.
Por razões que não podemos completamente
compreender, DEUS permitiu o pecado. Ao assim fazer, contudo, Ele também
proveu um remédio. Esse remédio compreende o plano da redenção e está
estreitamente ligado com a encarnação, a morte e a ressurreição do Filho de
DEUS. Não pode ser concebido que DEUS não soubesse o que a criação Lhe
custaria; e o "conselho de paz" que decidiu o assunto, deve ter
incluído provisões para toda contingência prevista. Paulo chama esse plano
de "sabedoria de DEUS oculta em mistério, a qual DEUS ordenou antes
dos mundos para nossa glória." I Coríntios 2:7.
A frase "antes dos mundos" significa
antes que houvesse criação de qualquer espécie. Assim, o plano da salvação
não foi um pensamento posterior. Ele foi "pré-ordenado". Mesmo
quando Lúcifer pecou, o plano não estava completamente revelado, mas foi
"mantido em silêncio através dos tempos eternos." Romanos 16:25.
Para isto DEUS não dá razão. Paulo informa-nos "que pela revelação
DEUS me tornou conhecido o mistério... o mistério de CRISTO que em outras
eras não foi tornado conhecido aos filhos dos homens, como é agora revelado
aos Seus santos apóstolos e profetas pelo ESPÍRITO." Efésios 3: 3-5.
Tornou-Se
Há duas palavras na epístola aos Hebreus que são
de interesse nesta ligação. São elas "tornou-se", no verso dez do
capítulo dois, e "convinha", no verso 17 do mesmo capítulo.
A palavra grega para tornou-se é prepo, e é
definida como "conveniente, apropriado, adequado, adaptado,
bem-parecido." Paulo, que cremos ser o autor de Hebreus, é muito
corajoso quando assim presume atribuir motivo a DEUS e declara que foi
conveniente e direito para DEUS tornar CRISTO "perfeito através do
sofrimento." Hebreus 2:10. Ele considera gracioso a DEUS assim fazer;
isto é, DEUS o aprova. Em julgar a DEUS, Paulo emula Abraão que foi mais
corajoso que Paulo. Entendendo mal o que DEUS intentava fazer, Abraão
aconselhou DEUS a não fazer aquilo. Disse ele, "Também destruirás o
justo com o ímpio?... Longe de Ti tal coisa, de destruir o justo com o
ímpio... Longe de Ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra? Gênesis
18:23,25.
Moisés também ensaiou admoestar a DEUS e
instruí-Lo. Quando Israel dançou ao redor do bezerro de ouro, DEUS disse a
Moisés, "Agora, pois, deixa-Me, que o Meu furor se acenda contra eles,
e os consuma; e Eu farei de ti uma grande nação." sxodo 32:10. Moisés
tentou pacificar a DEUS e disse, "SENHOR, por que se acende o Teu
furor contra o Teu povo?... Torna-Te da ira do Teu furor e arrepende-Te
deste mal contra o Teu povo." Êxodo 32:11,12. "E o SENHOR
arrependeu-Se do mal que dissera que havia de fazer ao Seu povo."
Verso 14.
Prontamente vemos que nesse interessante episódio
DEUS meramente estava testando Moisés, e dando-lhe uma oportunidade de
pleitear pelo povo. Mas também notamos que isto ilustra a vontade de DEUS
de falar sobre assuntos com Seus santos; sim, e com aqueles que não são
santos. Seu convite à humanidade é, "Vinde então, e argüi-Me, diz o
SENHOR;" Isaías 1:18. DEUS está ansioso para comunicar-Se com Seu
povo. Nem Abraão nem Moisés foram reprovados pela coragem deles.
Convinha
A outra palavra à qual queremos chamar atenção é
convinha. Falando de CRISTO, Paulo diz, "Em todas as coisas convinha a
Ele ser feito igual a Seus irmãos, para que pudesse ser misericordioso e
fiel sumo sacerdote nas coisas pertinentes a DEUS, para fazer expiação
pelos pecados do povo."Hebreus 2:17.
Enquanto tornou-se, no verso dez, é uma palavra
branda, convinha, no verso 17 (ophilo em grego), é uma palavra forte
e é definida "sob obrigação", "deve",
"precisa", "necessita", "obrigado",
"devedor". Se CRISTO deve ser misericordioso e fiel sumo
sacerdote, Paulo diz que cumpria a Ele "em todas as coisas" ser
como Seus irmãos. Isto é obrigatório. E um dever que JESUS tem e não pode
ser evitado. CRISTO não podia fazer reconciliação (expiação) pelo homem a
não ser que tomasse Seu lugar com eles e em todas as coisas Se tornasse
como eles. Não foi uma questão de escolha. JESUS devia, precisava, estava
sob obrigação de. A não ser que CRISTO tivesse de lutar com as mesmas
tentações que os homens enfrentam, Ele não poderia simpatizar-Se com eles.
Uma pessoa que nunca esteve faminta, que nunca esteve fraca e doente, que
nunca lutou com as tentações, é incapaz completamente de simpatizar-se com
os que são assim afligidos.
Por esta razão foi necessário para CRISTO em todas
as coisas tornar-Se como Seus irmãos. Se JESUS tem de ser tocado com os
sentimentos de nossas enfermidades, Ele próprio deve ser "rodeado de
fraqueza". Hebreus 4:15; 5:2. Portanto, se os homens são afligidos,
JESUS também deve ser afligido "em todas as aflições deles."
Isaías 63:9. O próprio CRISTO testifica: "Não fui rebelde; nem voltei
atrás. As costas dou aos que Me ferem e a face, aos que Me arrancam os
cabelos; não escondo a face dos que Me afrontam e Me cospem."Isaías
50:5,6. JESUS "próprio tomou nossas enfermidades, e levou as nossas
doenças." Mateus 8:17. Em nada CRISTO Se poupou. Ele não pediu para
ser isento, imune de qualquer provação ou sofrimento humano; e DEUS não O
imunizou (isentou).
Essas experiências eram todas necessárias se
CRISTO tivesse de ser um sumo sacerdote misericordioso. Ora, Ele pode
simpatizar-Se, pois JESUS conhece a fome por experiência real e a doença e
a fraqueza e a tentação e tristeza e aflição e a dor e o sentir-Se
abandonado por DEUS e pelo homem. JESUS foi "tentado em todos os
pontos como nós somos, embora sem pecado." Hebreus 4:15. É a
participação de CRISTO nas aflições e fraquezas dos homens que O capacita a
ser um simpático Salvador como é JESUS.
Foi CRISTO
Isento/Imune?
Com essas reflexões em mente, lemos com espanto e
perplexidade, mesclado com tristeza, a falsa declaração em Questions on
Doctrine, pág. 383 de que CRISTO foi "isento das paixões herdadas
e das poluições que corrompem os descendentes naturais de Adão." Para
apreciar a importância dessa afirmação, precisamos definir
"isento/imune" e "paixões".
O College Standard Dictionary, define
isento: "liberar ou excusar de alguma obrigação pesada; libertar,
desembaraçar ou dispensar de alguma restrição ou carga." O Webster's
New World Dictionary define isento: "tirar, libertar, livrar como
de um regulamento que os outros devem observar; excusado, liberado...
isenção implica uma dispensa de alguma obrigação ou exigência legal, especialmente
quando outros não são liberados."
Paixão é definida: "originalmente sofrimento
ou agonia... qualquer das emoções como ódio, tristeza, amor, medo, alegria;
a agonia e sofrimento de JESUS durante a crucifixão ou durante o período
após a última Ceia. Paixão usualmente implica uma forte emoção que tem um
efeito compelente ou irresistível." Paixão é uma palavra inclusiva.
Conquanto originalmente ela tenha referência à tristeza, sofrimento,
agonia, ela não se confina a esses significados nem às paixões da carne
somente, mas inclui todas as emoções humanas como mencionado acima, tanto
quanto a ira, tristeza, fome, piedade; inclui, de fato, todas as tentações
que incitam os homens à ação. Tirar essas emoções do homem, isentá-lo de
todas as tentações, resulta numa criatura menos que humana, uma espécie de
não-homem, um homem sombra, uma não-entidade, à qual Markhan chama "um
irmão do boi." As tentações são os ingredientes da construção do
caráter da vida para o bem ou o mal, conforme o homem reaja a elas.
Se CRISTO fosse isento/imune das paixões da
humanidade, Ele seria diferente dos outros homens, nenhum dos quais é assim
imune. Tal ensino é trágico, e completamente contrário ao que os ASDs têm
sempre ensinado e crido. CRISTO veio como um homem entre homens, não
pedindo nenhum favor nem recebendo nenhuma consideração especial. De acordo
com os termos do concerto, JESUS não deveria receber nenhuma ajuda de DEUS
que não estivesse disponível a qualquer outro homem. Esta era uma condição
necessária se Sua demonstração tivesse de ser de algum valor e Sua obra
aceitável. O menor desvio dessa regra invalidaria o experimento, tornaria
nulo o acordo, falto o concerto, e efetivamente destruiria toda esperança
para o homem.
A acusação de Satanás tem sempre sido que DEUS é
injusto ao requerer que os homens guardem a lei, e duplamente injusto em
puni-los por não fazer o que não pode ser feito, e o que ninguém jamais
fez. Sua reivindicação é que DEUS deve ao menos fazer uma demonstração para
mostrar que pode ser feito, e feito sob as mesmas condições às quais os
homens estão sujeitos. Noé, Jó, Abraão, Davi - todos foram bons homens, mas
todos falharam em subir ao elevado padrão de DEUS. "Todos os homens
pecaram", diz Paulo. Romanos 3:23.
DEUS não foi movido pelo desafio de Satanás; pois
muito tempo antes, mesmo na eternidade, DEUS decidira sobre Seu curso de
ação. De acordo, quando chegou a tempo, DEUS enviou Seu próprio Filho, na
semelhança de carne pecaminosa, pelo pecado condenou o pecado na
carne." Romanos 8:3. CRISTO não tolerou o pecado na carne; Ele
condenou-o, e ao assim fazer, JESUS, além disso, reforçou a lei ao pagar a
pena requerida pela transgressão dela, e suportou a inflição de sua pena ao
pagar sua exigência; CRISTO estava então na posição de perdoar sem ser
acusado de ignorar a lei ou de colocá-la de lado.
Quanto tornou-se evidente que DEUS intentava
enviar Seu Filho e Nele demonstrar que o homem pode guardar a lei, Satanás
sabia que isso constituiria a crise, e que ele precisava vencer a CRISTO ou
perecer. Uma coisa grandemente o preocupava: Haveria de CRISTO vir a esta
terra como um homem, com as limitações, fraquezas e enfermidades que os
homens têm trazido sobre eles devido aos excessos? Se assim fosse, Satanás
cria que ele poderia vencer a JESUS. Se DEUS devesse isentá-Lo das paixões
que corrompem os descendentes naturais de Adão, Satanás poderia reclamar
que DEUS estava fazendo favoritismo, e que o teste era inválido. Nas
seguintes citações do Espírito de Profecia temos a resposta de DEUS:
"DEUS permitiu a Seu Filho vir, como um bebê
carente, sujeito às fraquezas da humanidade. Ele Lhe permitiu enfrentar os
perigos da vida em comum com cada alma humana, lutar a batalha que todo
filho da humanidade deve lutar, ao risco de falha e perda eterna." O
Desejado, 49.
"Muitos reclamam que era impossível para
CRISTO ser vencido pela tentação. Então Ele não poderia ter sido colocado
na posição de Adão... nosso Salvador tomou a humanidade com todas as suas
responsabilidades. Ele tomou a natureza de Adão com a possibilidade de
ceder à tentação." O Desejado, 117.
"As tentações às quais CRISTO estava sujeito
eram uma terrível realidade. Como um agente livre JESUS foi colocado em
provação com a liberdade de ceder às tentações de Satanás e operar em
oposição a DEUS. Se assim não fosse, se não fosse possível que CRISTO
caísse, Ele não poderia ter sido tentado em todos os pontos como a família
humana é tentada." The Youth's Instructor, 26-10-1899.
"Quando Adão foi assaltado pelo tentador,
nenhum dos efeitos do pecado estavam sobre ele. Adão permaneceu na força da
perfeita varonilidade, possuindo o pleno vigor de mente e corpo... Não foi
assim com JESUS quando entrou no deserto para lutar com Satanás. Por quatro
mil anos a raça humana tinha estado decrescendo em força física, em poder
mental, em valor moral; e CRISTO tomou sobre Si as enfermidades da
humanidade degenerada. Somente assim poderia JESUS resgatar o homem das
mais baixas profundezas de sua degradação." O Desejado, 117.
"CRISTO venceu a Satanás na mesma natureza
sobre a qual Satanás obteve a vitória sobre o homem. O inimigo foi vencido
por CRISTO em Sua natureza humana. O poder da divindade do Salvador foi
escondido. Ele venceu na natureza humana, dependendo de DEUS para ter
força. Este é o privilégio de todos." The Youth's Instructor,
25-04-1901.
"Cartas têm-me chegado, afirmando que CRISTO
não podia ter tido a mesma natureza como o homem, pois se o tivesse, JESUS
teria caído sob tentações similares. Se JESUS não tivesse a natureza do
homem, Ele não poderia ser nosso exemplo. Se JESUS não fosse participante
de nossa natureza, Ele não poderia ser tentado como tem sido o homem. Se
não fosse possível JESUS ceder às tentações, Ele não poderia ser nosso
ajudador. Foi uma solene realidade que CRISTO veio para lutar a batalha como
o homem, em favor do homem. Sua tentação e vitória nos dizem que a
humanidade precisa copiar o Padrão; os homens devem tornar-se participantes
da natureza divina." R&H, 18-02-1890.
"CRISTO portou os pecados e enfermidades da
raça como ela existia quanto Ele veio à terra para ajudar o homem... JESUS
tomou a natureza humana, e suportou as enfermidades da raça
degenerada." As Tentações de CRISTO, 30,31.
Se CRISTO fosse isento de paixões, Ele seria
incapaz de entender ou de ajudar a humanidade. Portanto, cumpria-Lhe
"em todas as coisas ser feito como Seus irmãos, para que pudesse ser
um misericordioso e fiel sumo sacerdote... pois naquilo que Ele mesmo
sofreu, sendo tentado, é capaz de socorrer os que são tentados."
Hebreus 2:17,18.
Um Salvador que nunca foi tentado, que nunca teve
de batalhar com as paixões, que nunca "ofereceu orações e súplicas com
fortes brados e lágrimas a DEUS que era capaz de salvá-Lo da morte",
que "embora fosse um Filho" nunca aprendeu a obediência pelas
coisas que sofreu, mas que foi "isento" das próprias coisas que
um verdadeiro Salvador deve experimentar: tal Salvador é o que essa nova
teologia nos oferece. Não é o tipo de Salvador que eu preciso, nem o mundo.
Um que nunca lutou com as paixões não pode ter conhecimento do poder delas,
nem nunca teve a alegria de sobrepujá-las.
Se DEUS estendesse favores especiais e isenções a
CRISTO, neste próprio ato DEUS O desqualificaria para Sua obra. Não pode
haver heresia mais prejudicial do que esta aqui discutida. Ela afasta o
Salvador que tenho conhecido e substitui por Ele uma personalidade fraca,
não considerada por DEUS capaz de resistir e conquistar as paixões que DEUS
pede ao homem para vencer.
É, de certo, patente para todos, que ninguém pode
reivindicar crer nos Testemunhos e também crer na nova teologia de que
CRISTO foi imune às paixões humanas. É uma coisa ou outra. A denominação
adventista é agora chamada a decidir. Aceitar os ensinos do livro Questions
on Doctrine necessita abdicar da fé do dom de profecia que DEUS tem
dado a este povo.
Alguma História
Pode interessar ao leitor conhecer como essas
novas doutrinas vieram a ser aceitas pelos líderes da IASD, e como foram
incluídas no livro Questions on Doctrine, e assim receberam posição
oficial.
A questão da natureza de CRISTO enquanto em carne
é um dos pilares fundamentais do cristianismo. Nessa doutrina se apóia a
salvação do homem. O apóstolo João a torna um fator decisivo ao dizer,
"Todo espírito que confessa que JESUS CRISTO veio em carne, é de DEUS.
E todo espírito que não confessa que JESUS CRISTO veio em carne, não é de
DEUS."I João 4: 2,3.
Em que tipo de carne veio JESUS a esta terra?
Repetimos uma citação dada acima: "CRISTO tomou sobre Si as
enfermidades da humanidade degenerada. Somente assim poderia Ele resgatar o
homem das mais baixas profundezas da degradação humana." O Desejado,
117.
Somente enquanto CRISTO colocou-Se no nível da
humanidade que Ele tinha vindo salvar, podia JESUS demonstrar ao homem como
vencer suas paixões e debilidades. Se os homens com os quais Ele se
associou tivessem entendido que JESUS era isento das paixões com as quais
eles tinham de lutar, Sua influência teria sido destruída e Ele seria
considerado como um enganador. Sua declaração, "Eu venci o
mundo,"(João 16:33) seria aceita como uma jactância desonesta; pois
sem paixões JESUS nada tinha a vencer. Sua promessa "ao que vencer,
lhe concederei que se assente Comigo no Meu trono, assim como Eu venci e Me
assentei com Meu Pai no Seu trono" (Apocalipse 3:21), enfrentaria a
reivindicação de que se DEUS os isentasse das paixões, eles também poderiam
fazer o que CRISTO fez.
Que DEUS isentou a CRISTO das paixões que
corrompem os homens, é o auge da heresia. É a destruição de toda verdadeira
religião e nulifica completamente o plano da redenção, e torna DEUS um
enganador e CRISTO Seu cúmplice. Grande responsabilidade repousa sobre os
que ensinam tais falsas doutrinas para destruição das almas. A verdade,
evidentemente, é que DEUS, "não poupou Seu próprio Filho, mas no-Lo
entregou" (Romanos 8:32); além disso, porque a natureza de CRISTO era
sensível à menor desconsideração ou desrespeito ou desdém, Suas provas eram
mais árduas e Suas tentações mais fortes do que qualquer um tem de
suportar. JESUS resistiu "mesmo até o sangue." Não, DEUS não O
poupou ou O isentou. Em Sua agonia JESUS "ofereceu orações e súplicas
com fortes clamores e lágrimas para DEUS que era capaz de salvá-Lo da
morte, e foi ouvido naquilo que temia."Hebreus 5:7. "Embora fosse
o Filho, ainda aprendeu Ele a obediência pelas coisas que sofreu."
Verso 8.
Em vista de tudo isso, repetimos a pergunta: Como
essa doutrina que desonra a DEUS teve seu curso dentro desta organização
adventista? Foi ela o resultado de íntimo e fervoroso estudo por homens
competentes durante uma série de anos, e foram as conclusões finais
submetidas à denominação em reunião pública representativa, anunciada de
antemão na Review, dando os detalhes de que mudanças eram
contempladas, como a denominação votou, de acordo com o procedimento
apropriado? Nenhuma dessas coisas foi feita. Um livro anônimo apareceu, e
os homens foram julgados e os freios foram aplicados sobre qualquer um que
objetasse.
Eis aqui a história de como essas novas doutrinas
acharam seu caminho para dentro da denominação adventista, conforme
relatado pelo Dr. Donald Grey Barnhouse, editor da revista religiosa Eternity,
em setembro de 1956, no artigo entitulado "São os Adventistas do
Sétimo Dia Cristãos? Com permissão citamos desse artigo. Podemos dizer que
o Dr. Barnhouse nos adverte que o conteúdo inteiro do artigo foi submetido
aos líderes adventistas da Conferência Geral para aprovação antes da
publicação. O fato que esse relatório foi publicado há três anos [1956 para
1959], e nenhuma correção ou protesto foi exarado por nossos líderes,
fortemente mostra que eles aceitam a veracidade do artigo.
O Dr. Barnhouse relata que "há pouco menos de
dois anos foi decidido que o Dr. Martin deveria realizar pesquisa em
relação ao adventismo do sétimo dia." O Dr. Walter R. Martin era na
ocasião um candidato ao grau de Doutor de Filosofia na Universidade de Nova
Iorque e estava ligado também ao conselho editorial da revista Ministry.
Desejando conseguir informação de primeira mão e confiável, o Sr. Martin
foi a Washington à sede dos adventistas onde ele contatou com alguns
líderes. "A resposta foi imediata e entusiástica."
O Sr. Martin "imediatamente... percebeu que
os adventistas estavam energicamente negando certas posições doutrinárias
que antes eram-lhes atribuída. Principalmente entre essas estavam a questão
da marca da besta, e da natureza de CRISTO enquanto em carne." O Sr.
Martin apontou-lhes que na livraria adventista anexa ao edifício em que
essas reuniões estavam ocorrendo, um certo volume publicado por eles e
escrito por um de seus ministros categoricamente afirmava o contrário do
que eles estavam agora declarando. Os líderes mandaram buscar o livro e
descobriram que o Sr. Martin estava correto, e imediatamente levaram esse
fato à atenção dos oficiais da Conferência Geral, que a situação tinha de
ser remediada e que tais publicações tinham de ser corrigidas."
Aquilo era concernente particularmente sobre a
doutrina da marca da besta, uma das doutrinas fundamentais da igreja
adventista mantida desde os seus primórdios. Quando os líderes descobriram
que o Sr. Martin estava certo, eles sugeriram aos oficiais que a situação
fosse "remediada e tais publicações corrigidas." Isso foi feito.
Não fomos informados sobre quais publicações foram assim "remediadas e
corrigidas", nem se os autores foram notificados antes de as mudanças
serem feitas; nem se o comitê editorial devidamente apontado fora
consultado; nem se os editores do livro ou se a casa de publicação estavam
concordes com as mudanças.
Sabemos, contudo, que na Lição da Escola
Sabatina do segundo trimestre de 1958, que trata do livro do
Apocalipse, capítulo após capítulo, o 13º capítulo que discute a marca da
besta foi inteiramente omitido. O capítulo 12 estava lá, assim como o 14,
mas não havia o capítulo 13. As licões da Escola Sabatina haviam sido
evidentemente "remediadas e corrigidas."
É certamente incômodo quando um ministro de outra
denominação tem bastante influência com nossos líderes para fazê-los
corrigir nossa teologia, e efetuar uma mudança nos ensinos da denominação,
numa doutrina mais vital da igreja, e mesmo invadir as lições da Escola
Sabatina do mundo e retirar dela importantes lições do Apocalipse 13. Para
nossos líderes aceitarem isto é equivalente a uma abdicação de sua
liderança.
O mesmo
Procedimento
Mas isto não é tudo. O Dr. Barnhouse relata que o
mesmo procedimento foi repetido com relação à natureza de CRISTO enquanto
na carne, assunto com o qual estivemos tratando. Nossos líderes asseguraram
ao Sr. Martin que "a maioria da denominação tem sempre mantido que a
natureza de CRISTO enquanto em carne era sem pecado, santa, e perfeita, a
despeito do fato de alguns dos escritores adventistas terem ocasionalmente
publicado pontos de vistas contrários completamente repugnantes à igreja
como um todo."
Se nossos líderes falaram isso ao Sr. Martin, eles
disseram a maior inverdade possível. Pois a denominação jamais manteve
qualquer outro ponto de vista que o expresso pela Sra. White nas citações
usadas neste artigo. Desafiamos nossos líderes, ou qualquer pessoa, a
apresentar prova da afirmação deles. Quão grosseiramente inverídica é a
declaração de que certos escritores adventistas publicam pontos de vista
"completamente repugnantes à igreja como um todo." A Sra. White
foi uma dessas escritoras que "publicou." Ouvi também o que nosso
livro padrão, Bible Readings for the Home Circle [Estudos Bíblicos,
em português], vendido ao público aos milhões, tem a dizer sobre o assunto.
Tenho diante de mim duas cópias, uma da Pacific Press, de 1916, a outra da
Southern Publishing House, de 1944. Ambas dizem o mesmo. Eis o ensino
aceito pela denominação:
"Em Sua humanidade CRISTO participou de nossa
pecaminosa natureza caída. Se assim não fosse, então, Ele não teria sido
feito 'como Seus irmãos', não fora 'em todos os pontos tentado como nós
somos,' não vencera como temos de vencer, e não é, portanto, o completo e
perfeito Salvador que o homem precisa e deve ter para ser salvo. A idéia de
que CRISTO foi nascido de uma mãe imaculada e sem pecado (os protestantes
não reivindicam isto para a virgem Maria, [mas os católicos sim]), que não
herdou tendências para o pecado, e que por isto não pecou, remove JESUS do
mundo caído, e do próprio lugar onde a ajuda é necessária. Em Seu lado
humano, CRISTO herdou exatamente o que todo filho de Adão herda - uma
natureza pecaminosa, caída. Do lado divino, desde a Sua própria concepção
JESUS foi gerado e nascido do ESPÍRITO. E isto foi feito para colocar a
humanidade em posição vantajosa, e para demonstrar que do mesmo modo que
todos os que são 'nascidos do ESPÍRITO' podem ganhar semelhante vitória
sobre o pecado em sua própria carne pecaminosa. Assim cada um deve vencer
como CRISTO venceu (Apocalipse 3:21). Sem este nascimento não pode haver
vitória sobre a tentação, e nenhuma salvação do pecado (João 3:3-7)." Bible
Readings, pág. 21.
Em explanação de como há escritores adventistas
que publicam seus pontos de vista, nossos líderes disseram ao Sr. Martin
que "eles tinham entre seu número certos membros de sua 'margem
lunática', tanto como há similares excêntricos irresponsáveis em todo campo
do cristianismo fundamental." Penso que isto é ir muito longe. A Sra.
White não pertence a essa "orla lunática" que publica, nem os
autores de Bible Readings. Nossos líderes precisam pedir a mais
humilde desculpa à denominação por tal calúnia sobre seus membros. É quase
inaceitável que eles tivessem feito tais declarações. Mas a acusação tem
estado publicada há aproximadamente três anos, e não houve nenhum protesto
de qualquer tipo. Estou humilhado de que tais acusações tenham sido feitas,
e mesmo mais assim que nossos líderes estejam completamente endurecidos em
sua atitude para com elas.
Para que o leitor possa ver por si mesmo o
relatório original do Dr. Barnhouse, eu anexo uma cópia da reimpressão,
"São os Adventistas do Sétimo Dia Cristãos?" Este não é o
relatório completo, mas apenas aquela parte que se relaciona às questões
aqui discutidas. Mais tarde apresentaremos outros extratos.
"Pouco menos de dois anos atrás foi decidido
que o Sr. Martin devia realizar pesquisa em relação ao adventista do sétimo
dia. Contatamos com os adventistas, dizendo que desejávamos tratá-los com
justiça e apreciaríamos a oportunidade de entrevistar alguns de seus
líderes. A resposta foi imediata e entusiástica.
"O Sr. Martin foi a Takoma Park, Washington,
D.C., na direção do movimento adventista do sétimo dia. De início os dois
grupos olharam-se com grande suspeita. O Sr. Martin tinha lido uma vasta
quantidade de literatura adventista e os apresentou uma série de
aproximadamente 40 perguntas concernentes à posição teológica dos
adventistas. Numa segunda visita foi-lhe apresentado várias páginas de
detalhadas respostas teológicas àquelas perguntas. Imediatamente foi
percebido que os adventistas estavam ardorosamente negando certas posições
doutrinárias que lhes haviam sido previamente atribuídas. Conforme o Sr.
Martin lia suas respostas ele chegou, por exemplo, na declaração que eles
repudiavam absolutamente o pensamento que a guarda do sábado do sétimo dia
fosse uma base para salvação e uma negação de qualquer ensino que a guarda
do primeiro dia da semana (domingo) fosse considerada ser o recebimento da
anti-cristã 'marca da besta'. Ele lhes assinalou que na livraria anexa ao
prédio onde se realizava as reuniões, um certo livro publicado por eles e
escrito por seus ministros, categoricamente declarava o contrário do que
estavam afirmando. Os líderes mandaram buscar o livro, descobriram que o
Sr. Martin estava certo, e imediatamente levaram este fato à atenção dos
oficiais da Conferência Geral, que essa situação tinha de ser remediada e
tais publicações corrigidas. Este mesmo procedimento foi repetido com
relação à natureza de CRISTO enquanto em carne, que a maioria da
denominação tem sempre mantido ser sem pecado, santa, e perfeita, a
despeito do fato de que certos de seus escritores terem ocasionamente
publicado pontos de vista contrários, completamente repugnantes para a
igreja como um todo. Eles além disso explicaram ao Sr. Martin que tinham
entre eles certos membros de sua 'orla lunática', assim como há excêntricos
irresponsáveis em todo campo do cristianismo fundamental. Essa ação dos ASD
foi indicativa de passos similares que foram tomados, subseqüentemente.
"O livro do Sr. Martin sobre o adventismo do
sétimo dia aparecerá na imprensa em poucos meses. Ele terá um prefácio dos
líderes responsáveis da IASD para o efeito de que não sejam mal citados no
volume e que as áreas de acordo e desacordo, como expostas pelo Sr. Martin,
sejam acuradas do ponto de vista deles, tanto quanto de nosso ponto de
vista evangélico. Todas as referências do Sr. Martin a um novo livro
adventista sobre suas crenças serão da prova de página do livro deles (Questions
on Doctrine), que aparecerá publicado simultaneamente com o livro do
Sr. Martin. Doravante qualquer crítica justa do movimento adventista deve
referir-se a essas publicações simultâneas."
"A posição dos adventistas parece a alguns de
nós em certos casos ser uma nova posição; aos ASD poder ser meramente a
posição do grupo majoritário da sã liderança que está determinada a colocar
um freio em qualquer membro que busque manter velhos pontos de vista
divergentes daqueles da liderança responsável da denominação adventista.
"Para evitar acusações que contra eles foram
apresentadas pelos evangélicos, os adventistas já tinham feito arranjos
para que o programa da Voz da Profecia e a revista Signs of the Times,
seu maior periódico, fossem identificados como apresentações da IASD."
Ao encerrar este artigo, quero reenfatizar certos
fatos salientes:
1 - Questions on Doctrine, pág. 383,
declara que CRISTO foi isento. O Espírito de Profecia torna claro que
CRISTO não foi isento das tentações e paixões que afligem os homens.
Qualquer um que aceite a nova teologia deve rejeitar os Testemunhos. Não há
outra escolha.
2 - O Sr. Martin foi o instrumento em ter mudado
nossos ensinos sobre a natureza de CRISTO na carne e a marca da besta.
Mudanças similares foram feitas em outros livros, mas não estamos
informados que mudanças são.
3 - Nossos líderes prometeram não fazer
proselitismo. Isto efetivamente interromperá nossa obra para o mundo. E
prometeram relatar ao Sr. Martin aqueles que transgredirem.
4 - Fomos ameaçados de ter freios aplicados aos
que deixarem de crer e seguir os líderes. Tais pessoas são caracterizadas
como "excêntricos irresponsáveis e são ditas constituírem a
"margem lunática".
5 - Estamos estarrecidos ao saber que de algum
modo esses clérigos evangélicos têm tido influência bastante com nossos
líderes para fazer que a Voz da Profecia e Signs of the Times
aprestem suas velas para "evitar as acusações que têm sido trazidas
contra elas pelos evangélicos." Isto é notícia terrificante. Esses
órgãos são instrumentos de DEUS, e é inacreditável que os líderes devam
permitir qualquer influência externa afete esses veículos. Nisto um grande
pecado contra a denominação adventista foi cometido que só pode ser apagado
mediante profundo arrependimento das partes culpadas, ou em vez disso, que
tais líderes envolvidos quietamente resignem de seus ofícios.
Nossos membros estão largamente desapercebidos das
condições existentes, e todo esforço está sendo feito para mantê-los em
ignorância. Ordens foram emitidas para manter tudo em segredo, e será
notado que mesmo na última sessão da Conferência Geral [1958] nenhum
relatório foi dado sobre o tráfico de nossos líderes com os evangélicos e
de fazer alianças com eles. Nossos oficiais estão brincando com fogo, e a
conflagração resultante cumprirá a predição de que a vinda da apostasia
Ômega "será de natureza mais surpreendente".
Sete vezes pedi audiência, e foi-me prometida uma,
mas somente na condição que eu me encontrasse privadamente com certos
homens, e que nenhum registro fosse feito da ata de reunião. Pedi um
audiência pública, ou se fosse privada, que uma gravação fosse feita, e que
me fosse dada uma cópia. Isto me foi negado. Como não posso ter essa
audiência, estou escrevendo estas mensagens que contêm e conterão, o que eu
teria dito em tal audiência. Pode o leitor suspeitar a razão por que os
oficiais não querem a audiência que pedi?
Sou um adventista do sétimo dia, e amo esta
mensagem que tenho pregado por tanto tempo. Entristeço-me profundamente
quando vejo os pilares fundamentais serem destruídos, abandonados, as
verdades abençoadas que nos fizeram o que somos.
Carta 2 - Tentativa de Alterar Escritos de EGW
Logo no começo do verão de 1957 foi-me colocado
nas mãos, providencialmente creio, uma cópia das Minutas da Mesa Diretora
dos Depositários White para o mês de maio daquele ano. Para os que não
estão familiarizados com essa mesa diretora, devo declarar que é uma pequena
comissão apontada para ter em guarda o grande volume de cartas,
manuscritos e livros deixados pela falecida Sra. Ellen G. White. Em
conselho com os oficiais da denominação adventista a mesa decide quem
deve ter acesso ao material, e em que extensão e para que propósito; o
que deve ser publicado e o que não deve; e que material não deve estar
disponível em absoluto.
Muito do trabalho da comissão consiste em
examinar e editar esses escritos e recomendar para publicação tal matéria
que pareça ser de valor permanente. Esse trabalho é de grande importância
para a igreja, pois somente o que é liberado pela comissão vê a luz do
dia. Durante toda sua vida a própria Sra. White fez muito da obra de
selecionar e editar, e em todos os casos ela tinha a supervisão do que
era feito. Todos sabiam que qualquer coisa que fosse publicada estava sob
sua supervisão e que tinha sua aprovação. A comissão agora assumiu essa
obra.
Dois Homens e
a Comissão
De acordo com as Minutas White, foi em 1º de
maio de 1957 que dois homens [Roy Allan Anderson e Walter Read], membros
da comissão que fora apontada para escrever o livro Questions on
Doctrine, foram convidados pela mesa para reunir-se, a fim de
discutir a questão que tinha recebido alguma consideração na reunião de
janeiro de 1957. Referia-se a afirmações feitas pela Sra. White com
relação à expiação ora em progresso no santuário celestial. Essa
concepção não estava de acordo com as conclusões atingidas pelos líderes
da denominação em conselho com os evangélicos. Para entender isto
completamente, e sua importância, é necessário rever alguma história.
Os líderes adventistas estiveram por algum tempo
em contato com dois ministros de outra fé, evangélicos, o Dr. Barnhouse e
o Sr. Martin, respectivamente editor e editor assistente do jornal
religioso Eternity, publicado na Filadélfia, e discutiram com eles
várias de nossas doutrinas. Nessas conversações, como em numerosas cartas
trocadas entre eles, os evangélicos levantaram sérias objeções a algumas
de nossas crenças. A questão de grande importância foi se os adventistas
poderiam ser considerados cristãos enquanto mantêm tais pontos de vista,
como a doutrina do santuário; os 2300 dias; a data 1844; o juízo
investigativo; e a obra expiatória de CRISTO no santuário no céu desde
1844. Nossos homens expressaram o desejo de que a Igreja Adventista do
Sétimo Dia fosse contada como uma das igrejas protestantes regulares, uma
igreja cristã, não uma seita.
Os dois grupos gastaram "centenas de
horas" estudando, e escreveram muitas centenas de páginas. Os
evangélicos visitaram nossa sede em Takoma Park, e nossos homens
visitaram Filadélfia e foram hóspedes do Dr. Barnhouse em sua confortável
casa. De tempos em tempos outros homens foram chamados para consulta em
tais assuntos como a Voz da Profecia e nossos periódicos, todos com o
ponto de vista de acertar o que impedia que fôssemos reconhecidos como
uma denominação cristã.
Após longas e demoradas discussões, os dois
partidos chegaram finalmente a um acordo de trabalho, e embora os
evangélicos ainda objetassem a um número de nossas doutrinas, eles
ficaram desejosos de nos reconhecer como cristãos. Deveríamos fazer
algumas mudanças em alguns de nossos livros com relação à "marca da
besta" e, também, "com relação à natureza de CRISTO enquanto na
carne." Eternity, setembro de 1956. Isto foi levado à
"atenção dos oficiais da Conferência Geral, que a situação deveria
ser remediada e que tais publicações deveriam ser corrigidas. As
correções foram feitas, e "essa ação dos ASDs foi indicativa de
passos similares que foram tomados subseqüentemente." Ibid.
Não estamos informados de quais outros livros foram "remediados e
corrigidos".
Os evangélicos publicaram um relatório de suas
conferências com os adventistas em Eternity, da qual as citações acima
são tomadas. O Dr. Barnhouse declara que eles tomaram a precaução de
submeter seus manuscritos aos adventistas, para que nenhuma declaração
errada ou erro pudesse ocorrer. Os adventistas publicaram um relatório.
Mesmo na sessão da Conferência Geral do último ano (1958), o assunto não
foi discutido. Somente poucos sabiam que houvera algumas conferências com
os evangélicos. Havia rumores que os líderes adventistas tinham estado em
conferência com os evangélicos, mas aquilo foi considerado por alguns
como boato apenas. Os poucos que sabiam, mantiveram-se calados. Parecia
haver uma conspiração de sigilo.
Até hoje (1959) não sabemos, e não supomos
saber, quem realizou as conferências com os evangélicos. Não sabemos, e
não supomos conhecer, quem escreveu Questions on Doctrine.
[Posteriormente, soube-se que fora escrito pelos pastores Leroy Froom e
Roy Allan Anderson.] Investigação diligente não deu resultado. Não
sabemos, nem supomos saber, exatamente que mudanças foram feitas, e em
que livros, concernentes à marca da besta e à natureza de CRISTO enquanto
em carne. Não sabemos quem autorizou a omissão do capítulo 13 do
Apocalipse em nossas lições da Escola Sabatina para o segundo trimestre
de 1958, que trata da marca da besta. [Não é à toa que já em 1959 a
Conferência Geral da IASD entrou como sócia da organização ecumênica
Conselho Nacional de Igrejas dos Estados Unidos.]
O Dr. Barnhouse relata que para "evitar
acusações contra os ASDs pelos evangélicos", os adventistas
"fizeram arranjos" no que concerne à Voz da Profecia e à
revista Signs of the Times. O que foi feito não sabemos e não nos
foi dito. Não teremos um relatório detalhado? Nós, de certo, imaginamos
como aconteceu que ministros de outra organização tivessem qualquer voz
ou qualquer opinião em como conduzirmos nossa obra. Têm nossos líderes
abdicado? Como é que eles consultam os evangélicos e mantêm nosso povo
nas trevas?
O Que Foi
Feito nas Conferências
Para um relatório deste estamos confinados quase
inteiramente ao que foi publicado na revista Eternity.
O assunto que tomou muito tempo nas conferências
foi o do santuário. O Dr. Barnhouse foi franco em sua estimativa dessa
doutrina. Em particular ele objetou de nosso ensino sobre o juízo
investigativo que ele caracterizou como "o fenômeno mais colossal, psicológico,
para salvar as aparências na história religiosa." Mais tarde ele o
chamou "a não importante e quase ingênua doutrina do 'juízo
investigativo'", e disse que qualquer esforço para estabelecê-la é
estragado, vazio e inaproveitável." Eternity, setembro de
1956.
O Dr. Barnhouse, ao discutir a explicação de
Hiran Edson sobre o desapontamento de 1844, diz que a suposição de que
CRISTO "tinha uma obra a realizar no lugar santíssimo antes da vinda
a esta terra... é uma idéia humana, para salvar as aparências, que alguns
adventistas desinformados... levam a extremos literários fantásticos. O
Sr. Martin e eu ouvimos os líderes adventistas dizerem, positivamente,
que eles repudiavam tais extremos. Isto eles disserem em nenhum termo
incerto. Além disse, eles não crêem, como alguns de seus pioneiros
ensinavam que a obra expiatória de JESUS não foi completada no Calvário,
mas que em vez disso que JESUS ainda estava realizando uma segunda obra
ministerial desde 1844. Essa idéia os líderes adventistas também
repudiaram totalmente." Ibidem.
Notem estas declarações: A idéia de que CRISTO
"tinha uma obra a realizar no lugar santíssimo antes da vinda a esta
terra... é uma idéia humana, para salvar as aparências," "o Sr.
Martin e eu ouvimos os líderes adventistas dizerem positivamente que eles
repudiavam tais extremos. Isto eles disseram em nenhum termo
incerto."
Penso que nossos líderes devem dar uma
declaração precisa à denominação adventista quanto a se o Dr. Barnhouse e
o Sr. Martin disseram a verdade quando ouviram nossos líderes dizerem que
repudiavam a idéia de que CRISTO tinha uma obra a fazer no lugar
santíssimo antes de vir a esta terra. A questão demanda uma resposta
precisa.
Tentativa de
Adulterar os Escritos de Ellen G. White
Antes de relatar mais do que foi feito nas
conferências, voltemos aos dois homens que naquele primeiro dia de maio
de 1957, encontraram-se com a Mesa dos Depositários White para buscar seu
conselho e, também, fazer uma sugestão. Os homens estavam bem
familiarizados com as declarações feitas pelo Dr. Barnhouse e o Sr.
Martin, de que a idéia do ministério de CRISTO no lugar santíssimo do
santuário tinha sido totalmente repudiada pelos nossos líderes. Isto
tinha estado publicado há vários meses na ocasião, e não tinha sido
protestado. Os homens, contudo, não precisavam da declaração publicada,
pois ambos tinham tomado parte na discussão com os evangélicos. Um deles
em particular tinha tido parte proeminente nas conferências [Roy Allan
Anderson], tinha visitado o Sr. Barnhouse em seu lar, tinha falado na
igreja do Dr. Barnhouse a seu convite. Ele era um dos quatro homens [T.E.
Unruh, Roy Allan Anderson, Leroy Froom e Walter Read] que realmente
levaram a carga, e um dos escolhidos para acompanhar o Sr. Martin em sua
viagem à costa Oeste para falar em nossas igrejas. Ele era tido em alta
estima pelo Dr. Barnhouse. Esse sentimento era mútuo.
Na ocasião em que os dois homens visitaram os
Depositários, uma série de artigos apareceu na Ministry [da qual Roy
Allan Anderson era editor-chefe], que reivindicava ser "o
entendimento adventista da expiação, confirmado e iluminado e clarificado
pelo Espírito de Profecia." Na edição da Ministry, de
fevereiro de 1957, a declaração ocorre que o "ato sacrifical sobre a
cruz é uma expiação completa, perfeita e final em favor do pecado do
homem." Esse pronunciamento está em harmonia com a crença de nossos
líderes, como o Dr. Barnhouse citou-os. Está também em harmonia com a
declaração assinada por um oficial encarregado [R.R. Figuhr, presidente
da Associação Geral na época], numa carta pessoal: "Não podes, Irmão
Andreasen, tirar de nós este precioso ensino que JESUS fez um sacrifício
expiatório completo e todo-suficiente sobre a cruz... Isto nós sempre
manteremos firme, e continuaremos a proclamá-lo, mesmo como nossos queridos
antepassados venerados na fé."
Seria interessante que o escritor desse prova de
sua asserção. A verdade é, nossos antepassados não criam nem proclamaram
tal coisa. Eles não criam que a obra sobre a cruz fosse completa e toda suficiente. Eles criam que o resgate
foi pago ali e que era todo-suficiente; mas a expiação final aguardava a
entrada de CRISTO no santíssimo em 1844. Isto os adventistas tinham
sempre ensinado e crido, e esta é a antiga e estabelecida doutrina que
nossos venerados antepassados criam e proclamavam.
Eles não podiam ensinar que a expiação na cruz
era final, completa, e toda suficiente, e ainda crer que outra expiação
também final, ocorreria em 1844. Tal seria absurdo e sem significado.
Pagar a pena pelo nosso pecado era, certamente, uma parte vital e
necessária do plano de DEUS para nossa salvação, mas em absoluto não era
tudo. Era, como foi, colocar no banco do céu uma soma suficiente e de
todo modo adequada para qualquer contingência, e da qual poderia ser
sacada em favor e pelo indivíduo conforme necessitasse. Esse pagamento
era "o precioso sangue de CRISTO, como um cordeiro, sem mancha e sem
defeito." I Pedro 1:19. Em Sua morte na cruz JESUS "pagou
tudo"; mas o precioso tesouro torna-se eficaz para nós somente
conforme CRISTO saca dele em nosso favor, e isto deve esperar a vinda ao
mundo de cada indivíduo; daí, a expiação deve continuar enquanto as
pessoas forem nascidas. Ouçam isto:
"Há um fundo inexaurível de perfeita
obediência advindo de Sua obediência. Como é isto, que tal infinito
tesouro não é apropriado? No céu os méritos de CRISTO, sua abnegação e
sacrifício próprio, estão entesourados como incenso, a ser oferecido com
as orações de Seu povo." General Conference Bulletin, vol. 3,
pág. 101, 102, quarto trimestre, 1899.
Notem as frases: "fundo inesgotável",
"tesouro infinito", "méritos de CRISTO". Esse fundo
foi depositado na cruz, mas não "exaurido" lá. Ele está
"entesourado" e é oferecido com as orações do povo de DEUS. Especialmente
desde 1844, esse fundo é sacado pesadamente conforme o povo de DEUS
avança em santidade; mas não é exaurido, há suficiente e para poupar.
Leiam de novo:
"JESUS que através de Sua própria expiação
proveu para eles um fundo infinito de poder moral, não falhará a empregar
esse poder em favor deles. Ele lhes imputará Sua própria justiça... Há um
fundo inesgotável de perfeita obediência advindo de Sua obediência...
conforme orações humildes e sinceras ascendem ao trono de DEUS, CRISTO
mistura com elas os méritos de Sua própria vida de perfeita obediência.
Nossas orações se tornam perfumadas por esse incenso. CRISTO
comprometeu-Se a interceder em nosso favor, e o PAI sempre ouve a Seu
Filho." Ibidem.
Quando oramos, neste próprio ano de 1959, CRISTO
intercede por nós e mistura com nossas orações "os méritos de Sua
própria vida de perfeita obediência. Nossas orações são perfumadas por
esse incenso... e o PAI sempre ouve a Seu Filho."
Contrastem isto com a afirmação em Questions
on Doctrine, pág. 381: "JESUS apareceu na presença de DEUS por
nós... Mas não foi com a esperança de obter algo nessa ocasião ou em
algum tempo futuro. Não! Ele já o tinha obtido por nós na cruz."
(ênfase dos autores). Notem o quadro: CRISTO aparece na presença do PAI
em nosso favor. Ele intercede, mas nada consegue. Por 1800 anos JESUS
pleiteia, e nada obtém. Não sabe Ele que já o obteve na cruz? Ninguém Lhe
informa que é inútil suplicar? Ele próprio não tem esperança de obter
nada agora ou em qualquer tempo futuro. E mesmo assim Ele pleiteia, e Se
mantém pedindo. Que visão para os anjos! E isso é representado ser ensino
adventista! Esse é o livro que tem a aprovação dos líderes adventistas e
é enviado ao mundo para mostrar o que nós cremos. Queira DEUS nos
perdoar. Como podemos permanecer diante do mundo e convencer que
acreditamos num Salvador que é poderoso para salvar, quando O
apresentamos como suplicando em vão perante o PAI?
Mas graças a DEUS, isso não é doutrina
adventista. Ouçam isto da Irmã White, como citado acima: "CRISTO Se
comprometeu a interceder em nosso favor, e o PAI sempre houve a Seu
Filho." Isto é cristianismo, e o outro não.
Ficaremos em silêncio sob tais condições? Diz a
Irmã White:
"Pelos passados 50 anos cada fase da
heresia tem sido posta em ação contra nós... especialmente concernente à
ministração de CRISTO no santuário celestial... imaginai que quando vejo
o começo de uma obra que removeria alguns dos pilares de nossa fé, eu
tenha algo a dizer? Devo obedecer a ordem, 'Enfrentai-o!'" Special
Testimonies, Series B, nº 2, pág. 58.
De novo: "O inimigo das almas tem buscado
introduzir a suposição de que uma grande reforma deveria ter lugar entre
os adventistas do sétimo dia, e que essa reforma consistiria em renunciar
às doutrinas que permanecem como pilares de nossa fé, e engajar-se num
processo de reorganização. Caso essa reforma tivesse acontecido, o que
resultaria? Os princípios da verdade que Deus em Sua sabedoria tem
concedido à igreja remanescente seriam descartados. Nossa religião seria
mudada. Os princípios fundamentais que têm sustentado a obra durante os
últimos cinqüenta anos seriam considerados como erro. Uma nova
organização seria estabelecida. Livros de uma nova ordem seriam escritos.
Um sistema de filosofia intelectual seria introduzido. Os fundadores
desse sistema iriam às cidades e realizariam uma maravilhosa obra. O
sábado, logicamente, seria considerado levianamente, bem como o Deus que
o criou. Nada seria permitido permanecer no caminho do novo movimento. Os
líderes ensinariam que a virtude é melhor do que o vício, mas Deus sendo
removido, eles depositariam sua dependência no poder humano, o qual, sem
Deus, é sem valor. O seu fundamento seria edificado sobre a areia, e a
tempestade e a tormenta levariam de roldão a estrutura ". Special
Testimonies, Série B, # 7, págs. 39-40 (outubro de 1903). Mensagens
Escolhidas, Vol. 1, ppág. 204-205. Grifos supridos.
"Ficaremos calados, por temor de ferir os
sentimentos deles?... Ficaremos calados por receio de prejudicar a
influência deles, enquanto almas estão sendo enganadas... Minha mensagem
é: Não mais consintais em ouvir sem protestar contra a perversão da
verdade." Special Testimonies, Series B, nº 2, pág. 9,15.
A Reunião de
1º de Maio
Duvido que os líderes adventistas estivessem
completamente a par das muitas referências nas obras da Sra. White sobre
a expiação agora em progresso no santuário celestial desde 1844. Se
estivessem, como ousariam tomar a posição que tomaram com relação à
questão do santuário? Esta idéia encontra apoio na aparente surpresa dos
dois homens (Roy Allan Anderson e Walter Read) que visitaram os
Depositários White e declararam que em sua pesquisa ficaram
"agudamente a par das declarações de Ellen G. White que indicam que
a obra da expiação de CRISTO está agora em progresso no santuário
celestial." Minutes, 1º de maio de 1957, pág. 1483. Por que
se tornaram eles agudamente a par? A descoberta pareceu surpreendê-los.
Ao usar o plural, declarações, eles admitem mais de uma referência. Não
sei quantas acharam. Eu achei 17, e há outras sem dúvida. E por que usam
eles a palavra "indicar"? A Irmã White faz mais do que indicar.
Ela faz pronunciamentos definidos. Eis alguns deles:
"Ao término dos 2.300 dias, em 1844, CRISTO
entrou no lugar santíssimo do santuário celestial, para executar a obra
de encerramento da expiação, preparatória para Sua vinda." O
Grande Conflito, 422.
"CRISTO tinha apenas completado uma parte
de Sua obra como nosso Intercessor para entrar noutra porção da obra, e
Ele ainda pleiteia Seu sangue diante de DEUS em benefício dos
pecadores." Ibid., 429.
"Na abertura do lugar santíssimo do
santuário celestial, em 1844, CRISTO entrou lá para executar a obra de
encerramento da expiação. Eles viram que JESUS estava agora oficiando
diante da arca de DEUS, pleiteando Seu sangue em favor dos
pecadores." Ibidem, 433.
"CRISTO é representado como continuamente
de pé no altar, momentaneamente oferecendo o sacrifício pelos pecados do
mundo... Um Mediador é essencial devido ao contínuo cometimento de
pecado... JESUS apresenta a oblação oferecida por cada ofensa e cada
falta do pecador." MS 50, 1900.
Essas declarações são definidas. Foi ao final
dos 2300 dias, em 1844, que CRISTO entrou no santíssimo "para
desempenhar a obra de encerramento da expiação". "JESUS tinha
APENAS COMPLETADO UMA PARTE DE SUA OBRA como nosso Intercessor," no
primeiro compartimento. Agora Ele "entra na outra porção da
obra." Ele pleiteia "Seu sangue perante o Pai." Ele está
"continuamente de pé diante do altar." Isto é necessário
"por causa da contínua perpetração do pecado." "JESUS
apresenta a oblação por toda ofensa e toda falta do pecador." Isto
prova uma expiação contínua, presente. Ele oferece
"momentaneamente". "JESUS apresenta a oblação oferecida
por cada ofensa." "Ele sempre vive para fazer intercessão por
eles." Hebreus 7: 25.
Presume-se que quando os dois homens declararam
que se tinham "tornado agudamente cientes das declarações de Ellen
G. White que indicam que a obra expiatória de CRISTO está agora em
progresso no santuário celestial", que eles tinham lido as citações
dadas aqui e talvez outras. Em vista deste conhecimento, o que eles
sugeriram que fosse feito? Mudariam eles as suas opiniões erradas
anteriores e se harmonizariam com as claras palavras do Espírito de
Profecia? Não, ao contrário, eles "sugeriram aos Depositários que
algumas notas de rodapé ou apêndices devessem aparecer em certos livros
de Ellen G. White, esclarecendo muito largamente nas palavras de Ellen
White nosso entendimento das várias fases da obra de expiação de
CRISTO." Minutes, 1483.
Ponderem sobre essa surpreendente declaração.
Eles admitem que a Irmã White diz que "a obra expiatória de CRISTO
está agora em progresso no santuário celestial," e então eles
propõem que inserções sejam feitas em alguns livros da Irmã White que
darão nosso entendimento da expiação! Eles estavam, contudo, agindo
somente em harmonia com a declaração oficial em Questions on Doctrine
de que quando se lê "nos escritos de Ellen G. White que CRISTO está
fazendo expiação agora, deve ser entendido que simplesmente queremos
dizer que CRISTO está agora fazendo aplicação" etc., pág. 354, 355.
Se a Irmã White estivesse agora viva e devesse
ler isto, ela certamente estaria tratando com certos escritores
presunçosos e em palavras que poderiam ser entendidas. Ela não concederia
o direito para ninguém, quem quer que fosse, de mudar o que ela tinha escrito
ou interpretá-lo para viciar seu claro significado. A reivindicação que Questions
on Doctrine faz de que a Sra. White quer dizer o que ela não diz,
efetivamente destrói a força de tudo o que ela já escreveu. Se temos de
consultar o intérprete inspirado [pelo diabo] de Washington antes de
saber o que ela quer dizer, é melhor descartarmos todos os Testemunhos.
Queira DEUS salvar o Seu povo.
Cedo neste século, quando a sorte da denominação
estava na balança, a Irmã White escreveu: "Satanás lançou seus planos
para debilitar nossa fé na história da causa e obra de DEUS. Estou
profundamente convicta conforme escrevo isto: Satanás está operando com
homens de posição proeminente para varrer os fundamentos de nossa fé.
Permitiremos que isso aconteça, irmãos?" R&H, 12-11-1903.
Respondendo a sua pergunta, "permitiremos
que isso seja feito?", ela diz:
"Minha mensagem é: Não mais consintais sem
protestar contra a perversão da verdade... Fui instruída a advertir nosso
povo; pois muitos estão em perigo de receber teorias e sofismas que minam
os pilares fundamentais de nossa fé." Letter to the Physicians
and Ministers, Series B, nº 2, pág. 15. "Nos passados cinqüenta anos cada fase da
heresia tem sido trazida sobre nós, para obscurecer nossas mentes com
relação aos ensinos da Palavra - especialmente com relação à ministração
de CRISTO no santuário celestial... Mas os marcos-guias que nos têm feito
o que somos, devem ser preservados, e serão preservados, como DEUS tem
significado através de Sua Palavra e do testemunho de Seu ESPÍRITO. Ele
nos chama para ficarmos firmes, com as garras da fé aos princípios
fundamentais que estão baseados em inquestionável autoridade." Ibidem,
59. "Imaginais que quando vejo o início de uma obra que removeria
alguns dos pilares de nossa fé, eu teria algo a dizer? Devo obedecer a
ordem, 'Enfrentai-o!'" Ibidem, 58 (Ênfases supridas).
Manifestar-se
Pro Eminentemente
Após os dois homens terem sugerido a inserção de
notas e explicações em alguns dos livros de Ellen G. White [Isso passou a
ser feito com regularidade a partir da década de 1960 em vários livros de
Ellen G. White, por exemplo, Primeiros Escritos, Testemunhos
para Ministros, baseados no princípio papal, de que a Igreja é a
única fonte genuína de interpretação, quando na verdade é o ESPÍRITO
SANTO.], que dariam ao leitor a impressão que ela não se oporia à nova
interpretação deles, eles tiveram outra sugestão a dar. "Isto é um
assunto", eles disseram, "que no futuro próximo vai se revelar
proeminentemente, e que faríamos bem em prosseguir com a preparação e
inclusão de tais notas nas futuras impressões dos livros de Ellen G.
White." Minutes, pág. 1483.
Deixo ao leitor decidir por que os homens
estavam com pressa de introduzir as notas e explanações nos livros de
Ellen White. Poderia ser que isto se constituiria um "fait
accompli", um fato consumado, uma coisa que já tinha sido feita e
que seria difícil ou impossível de mudar? Esta é uma consideração
importante, pois há razão para crer que as coisas estão ocorrendo a
outros de nossos livros, e há um movimento definido para mudar nossa
doutrina em outros assuntos. Isto deve ser também explorado, antes que
seja muito tarde.
Em 2 de maio de 1957 está registrado nas Minutas:
Afirmações de Ellen G. White sobre a Obra de Expiação de Cristo -
"A reunião dos Depositários realizada em primeiro de maio
encerrou-se com nenhuma ação tomada sobre a questão que foi discutida em extensão
- adequadas notas de rodapé e explanações quanto às declarações de Ellen
G. White sobre a obra expiatória de CRISTO, que indicam uma contínua obra
no tempo presente no céu. Visto que o presidente de nossa mesa estará
ausente de Washington para os próximos quatro meses, e os envolvimentos
nesta questão são tais que deve haver a mais cuidadosa consideração e
conselho, foi 'VOTADO, Que adiamos a consideração até mais tarde sobre os
assuntos que foram trazidos a nossa atenção pelos Prs. "X" e
"Y" envolvendo declarações de Ellen G. White sobre a obra
expiatória contínua de CRISTO'." Minutas da Mesa dos Depositários
White, pág. 1488.
Ficou presumido quatro meses depois quando o Pr.
Olson voltou que nenhum voto foi tomado para garantir o pedido. Isto foi
oito meses após a primeira reunião deles em janeiro de 1957, tempo em que
o assunto foi exposto.
Correspondência
com Washington
Depois que esse assunto veio ao meu
conhecimento, orei bastante. Qual era minha responsabilidade nesse
assunto, ou tinha eu alguma? Não confidenciei com ninguém. Decidi que
minha primeira responsabilidade seria com os oficiais de Washington,
assim escrevi à Associação Geral. Lá fui informado que eu não tinha
nenhum direito à informação que eu obtivera. Aquilo era suposto ser secreto,
e eu não tinha direito nem mesmo de ler os documentos.
Depois de quatro cartas passadas, foi-me dito
que eles não estavam mais interessados em discutir o assunto. O assunto
estava resolvido. Quando perguntei se isto significava que a porta estava
fechada, recebi a resposta: "Considerei o assunto ao qual tens
referido como encerrado." Quanto ao indecente e não verdadeiro
artigo na revista Ministry, "Discuti isso com os irmãos
envolvidos e gostaria de deixar o assunto lá." Assim a porta estava
fechada.
Eis alguns dos pronunciamentos oficiais:
"As minutas são confidenciais e não destinadas ao uso público."
Se erro é cometido, é proibido expô-lo meramente porque alguns querem
mantê-lo confidencial?
"Estás fazendo isso sobre boato e sobre
minutas confidenciais que não tens o direito de ler." Ninguém nunca
falou comigo sobre isso ou me informou. Li as Minutas e agi sobre
elas. As minutas não são boatos. Elas são documentadas oficialmente e
assinadas.
"...não tens o direito mesmo de ler."
Quando tenho evidência que me parece destrutiva da fé, devo eu fechar
meus olhos para o que considero tentativas premeditadas para extraviar o
povo pela inserção de notas, explanações e notas de apêndice nos livros
da Sra. White? É oficialmente aprovado?
"Desejo repetir o que escrevi antes, que os
homens têm o perfeito direito de ir às mesas diretoras, incluindo o grupo
dos Depositários White, e fazer suas sugestões sem temor de serem
disciplinados ou tratados como heréticos."
Isto foi reenfatizado: "Reafirmo minha
declaração anterior que creio que esses irmãos estavam inteiramente
certos de ir aos responsáveis e delegados com qualquer sugestão que
tivessem para estudo."
Isto torna claro que o ato dos dois irmãos foi
aprovado oficialmente; que nada fizeram pelo que devessem ser reprovados,
mas que fizeram o que tinham perfeito direito de fazer. Não penso que
nosso povo dará boas-vindas a esse novo princípio.
"Sugerir que bons e fiéis homens
adventistas decidiram alterar os pilares de nossa fé está longe dos fatos
como os pólos estão afastados... adulterar os testemunhos, quando isto
nunca ocorreu, nem houve qualquer tentativa para fazê-lo."
Deixo com a decisão do leitor exatamente por que
os homens foram aos Depositários: não foram eles para ter inserções,
notas, notas de apêndice, explanações feitas em "alguns dos livros
de Ellen G. White"? Conquanto o comitê eventualmente decidiu não
fazê-lo, a culpa dos homens não mudou por esse fato. Afirmar que quanto a
"adulterar os Testemunhos quando nada disso nunca ocorreu nem nunca
houve tentativa de fazê-lo," as Minutas falam por si mesmas.
Uma Situação
Séria
Esse episódio dos Depositários traz em foco uma
grave situação. Não é meramente o assunto de dois homens tentarem ter
inserções feitas em alguns livros da Sra. White. A coisa mais séria é que
este fato teve a aprovação da administração, que declarou que os homens
tinham "perfeito direito" de fazer o que fizeram. Este
pronunciamento abre um caminho para outros seguirem, e como o assunto é
mantido secreto, grande abuso poderia prontamente resultar. Sem dúvida,
se o assunto for deixado para o povo votar, não haverá permissão para
qualquer falsificação, ou tentativa para adulterar os escritos de Ellen
G. White.
Os homens que visitaram os Depositários em
primeiro de maio de 1957, como relatado, declararam claramente que haviam
descoberto que a Sra. White ensina claramente "que a obra de
expiação de CRISTO está agora em progresso no santuário celestial."
Por outro lado, a revista Ministry, de fevereiro de 1957, declara
exatamente o oposto. Diz que o "ato sacrifical na cruz é a expiação
completa, perfeita e final para os pecados dos homens." Questions
on Doctrine tenta reconciliar esses dois pontos de vista opostos
declarando que quando se "ouve um adventista dizer ou ler na
literatura adventista - mesmo nos escritos de Ellen G. White - que CRISTO
está fazendo expiação agora, deve ser entendido que queremos significar
ou dizer simplesmente que CRISTO está agora fazendo aplicação," etc.
pág. 354, 355. Está claro que se a expiação na cruz foi final, não pode
haver uma expiação mais tarde também final. Quando nós, portanto, por 100
anos temos pregado que o dia da expiação começou em 1844, estávamos
errados. A expiação findou 1800 anos atrás. As centenas de livros que
temos publicado; as milhões de cópias do livro Bible Readings [Estudos
Bíblicos] que temos vendido; os milhões de folhetos que temos
distribuído, dizendo que é "a semana na corte no céu", são tudo
falsa doutrina; as instruções bíblicas que temos dado às crianças e o
ministério jovem e que eles têm sorvido como verdade bíblica, é uma
fábula.
Urias Smith, Loughborough, Andrews, Andross,
Watson, Daniells, Branson, Johnson, Lacey, Spicer, Haskell, Gilbert, e
uma hoste de outros ficam condenados por ter ensinado falsa doutrina; e a
denominação inteira, cuja principal contribuição para o cristianismo é a
doutrina do santuário e o ministério de CRISTO, deve agora confessar que
todos estávamos errados, e que não temos nenhuma mensagem para o mundo
para os últimos dias. Em outras palavras, somos um povo enganado e
enganador. O fato que possamos ter sido honestos não altera o fato que
temos dado uma falsa mensagem. Tirem de nós a questão do santuário, o
juízo investigativo, a mensagem dos 2300 dias, a obra de CRISTO no lugar
santíssimo, e não temos o direito de existir como um povo denominado,
como mensageiros de DEUS a um mundo condenado. Se o Espírito de Profecia
nos extraviou estes muitos anos, então vamos jogá-lo fora.
Mas não! Alto! DEUS não nos tem extraviado. Não
temos falado fábulas ardilosamente inventadas. Temos uma mensagem que
suportará o teste e confundirá as teorias destruidoras que estão
encontrando seu caminho entre nós. Neste caso não é o povo que está se
extraviando, exceto se seguirem os líderes. É tempo que haja uma
viravolta.
Já fazem agora mais de quatro anos que a
apostasia começou a ser plenamente evidente. Desde aquele tempo tem
havido uma tentativa deliberada de enfraquecer a fé no Espírito de
Profecia, pois está claro que enquanto o povo reverenciar o dom dado a
nós, eles não podem se extraviar. Disto falaremos resumidamente. O tempo
para agir chegou. O tempo para abrir os cantos escuros chegou. Não mais
deve haver acordos secretos, nenhum contato com outras denominações que
odeiam a lei e o sábado, que ridicularizam nossa mais elevada fé. Não
mais devemos ter intimidade com os inimigos da verdade, não mais
promessas que não faremos proselitismo. Não devemos tolerar lideranças
que permitem adulterar os escritos confiados a nós, e estigmatizar como
pertencente à orla lunática os que ousam discordar deles. Não mais
devemos ficar calados. Alarga tua tenda, ó Israel!
Sejam de boa coragem, irmãos. O SENHOR ainda
une. Temos uma obra a fazer. Trabalhem todos juntos. E não nos esqueçamos
que nossa maior força jaz na íntima união com DEUS, em oração.
Dediquemo-nos novamente todos a ELE.
Carta 3 - Depreciando a Sra. White
Na década de 1950 a liderança americana da
IASD entrou em acordo com líderes porta-vozes evangélicos americanos
(Martin & Barnhouse), para que a IASD não mais fosse considerada
uma seita, mas sim uma igreja ecumênica, como as demais igrejas
evangélicas.
Para eles, uma igreja cristã é considerada
seita, quando baseia suas doutrinas na Bíblia e em algum outro livro,
como é o caso dos Mórmons e também a IASD que baseia suas doutrinas na
Bíblia e no Espírito de Profecia de E. G. White, enquanto os
protestantes e evangélicos só aceitam a Bíblia como única regra de fé e
prática.
Para não ser considerada seita, a IASD deveria
mudar certas doutrinas fundamentais apoiadas pelo Espírito de Profecia
de Ellen G. White, ou seja, rebaixar os escritos da Irmã White. Dentre
essas doutrinas fundamentais está a doutrina do santuário e da
expiação. Os protestantes e evangélicos não aceitam a doutrina do
santuário, e para eles a expiação completou-se na cruz. Para os
adventistas a doutrina do santuário é fundamental e a expiação não se
completou na cruz, mas continuou a ser feita por JESUS no santuário
celestial, ao oferecer o Seu sangue em benefício do pecador. É sobre
este assunto que trata esse artigo do Pr. Andreasen.
Anos atrás enquanto eu viajava no norte de
Minnesota, fiquei num fim de semana numa pequena cidade, pois não havia
serviço de trem no domingo nem ônibus. Eu não queria ficar ocioso e
assim consegui utilizar uma sala na prefeitura com a intenção de fazer
uma palestra. Afixei um aviso escrito a mão dizendo que à tarde eu
falaria sobre o tópico "Adventistas do Sétimo Dia". Confesso
que eu preferiria não ter falado, pois eu precisava de um repouso. Meu
aviso certamente não atrairia muitas pessoas.
Para minha surpresa a sala ficou bem cheia.
Como as pessoas mostraram interesse no assunto, decidi fazer outra
palestra à noite. Prontamente um homem bem-vestido levantou-se na
audiência, apresentou-se como um pastor temporário da única igreja da
cidade, e me convidou para ir a sua igreja e falar à noite.
Relembrei-lhe sobre meu assunto, mas ele disse que o assunto era
satisfatório e eu poderia ir falar sobre adventismo. Agradeci e aceitei
o convite.
Após a reunião daquela noite ele me disse que
ele quase se arrependera por ter-me convidado. "Quando te ouvi
esta tarde", ele disse, "pensei que tu fosses um homem
inteligente. Agora sei que não és."
- "O que te fez mudar de idéia?"
perguntei-lhe.
- "Disseste que acreditas no
Gênesis," ele respondeu.
- "Tu não acreditas?
- "Claro que não. Nenhum homem
inteligente crê na história da criação de Gênesis."
- "Então não acreditas no Velho
Testamento?"
- "Nenhum homem inteligente
acredita."
- "Crês no Novo Testamento?"
- "Bem, sim, há muitas coisas boas ali.
Mas quanto a Paulo, eu retiro a linha. Ele é a causa de todas as nossas
dificuldades."
- "E sobre CRISTO?"
- "Bom homem, muito bom homem. Claro que
Ele tinha Suas faltas. Mas Ele foi um bom homem."
- "Tu não és um ministro?"
- "Sim, de certo modo. Sou presidente do Seminário...
Estou aqui de férias e estou substituindo temporariamente o pastor aqui
na cidade, um de meus antigos alunos."
Aquilo nos conduziu a uma conversação que
durou grande parte da noite e foi-me muito esclarecedora. Eu estava
algo familiarizado com seu Seminário, e um de meus professores estava
assistindo a algumas aulas lá.
- "Ensinas aos teus alunos o que me
disseste hoje à noite?" perguntei.
- "Sim, e muito mais," ele
respondeu.
- "E teus alunos falam às suas
congregações?"
- "Oh, à minha não! Isso nunca faria. As
pessoas não estão preparadas para isso. Elas são mais conservadoras que
os pregadores. Tens que agir vagarosamente com elas."
Esse episódio me veio à mente enquanto tenho
considerado a situação de nossa denominação nos últimos anos. Tenho
estado inquieto desde que ouvi que nossos líderes estiveram negociando
com os evangélicos; mas tenho esperado que a lisonja de nossa igreja
ser contada entre as igrejas estabelecidas como sendo uma delas não empolgasse
nossos homens. Temos ouvido muitos sermões sobre o texto, "O povo
habitará sozinho, e não será contado entre as nações," para sermos
enganados. Números 23:9. Como as negociações foram consideradas muito
secretas, foi há pouco tempo que alguma notícia vazou. Quando vazou,
foi perturbadora. Washington forneceu pouca informação, e todos os
outros me informaram que nada tinham a dizer. Parecia aparente,
contudo, que nossos líderes estavam sendo influenciados e passos
estavam sendo tomados que seria difícil retroceder.
A primeira notícia autêntica não veio dos
líderes ou através de nossas revistas, mas de publicação evangélica
datada de setembro de 1956, que publicava uma edição especial,
relatando o que ocorrera. Aquele relato era tão inacreditável que hesitamos
em dar-lhe crédito. Estávamos certos que aquilo que relatava nunca
ocorrera e que nossos líderes prontamente publicariam uma contestação.
Esperamos um ano, esperamos dois anos. Mas até hoje (1959), nenhum
protesto ou negação foi emitido. Relutantemente, precisamos, portanto,
aceitar o relatório como verdadeiro. Consideremos a situação como se
desenvolve.
Nossas
Publicações Principais
Quando leio a Review de semana em
semana, encontro artigos geralmente úteis. Os colabores citam
livremente do Espírito de Profecia, como fazem os editores e escritores
principais. Há ocasiões em que não concordo com certas posições que
considero incorretas, mas isto não é freqüente. Há algumas vezes
relatórios que sugerem jactância, e outras vezes muita ênfase é dada às
estatísticas. Mas aprendi a não levar muito a sério alguns assuntos
menores. Leio a Review [Revista Adventista, em inglês]
com confiança; eu a aprecio. Posso dizer o mesmo da Signs of the
Times.
Mas não da revista Ministry [O
Ministério], nossa revista ministerial. Os artigos gerais são da
mesma espécie e qualidade da Review, mas nem sempre é assim com artigos
especiais e editoriais. Então devo ler cuidadosamente e criticamente.
ds vezes eles contêm o que considero heresia e perversões perigosas da
verdade. Isto pode parecer uma séria acusação. E é assim pretendido.
Posso melhor ilustrar o que tenho em mente ao apresentar um exemplo
concreto.
O Ministério
Nos últimos anos tem havido uma mudança
definida de ênfase na revista Ministry [o editor da época era
Roy Alan Anderson], e não para melhor. Esta mudança coincide com o
período no qual nossos líderes estiveram em íntimo contato e acordo com
os evangélicos. A tendência estava em evidência antes, mas agora tem
florescido. Como um exemplo disso, chamarei atenção ao artigo de
fevereiro de 1957 [do Pr. Leroy Froom] intitulado, "A Aplicação
Sacerdotal do Ato de Expiação". Ele reivindica que "é o
entendimento adventista da expiação, confirmado e ilustrado e
clarificado pelo Espírito de Profecia." Como não foi rejeitado ou
protestado, podemos justamente concluir que é aprovado oficialmente.
A Expiação
O autor presta um certo tributo ao
"magnífico transparente", o Espírito de Profecia, então
declara que a expiação "...Não é, de um lado, limitada apenas à
morte sacrifical de CRISTO sobre a cruz. Por outro lado, não está ela
confinada ao ministério de nosso Sumo Sacerdote celestial no santuário
acima, no dia antitípico da expiação, ou hora do julgamento de DEUS,
como alguns de nossos precursores de início erroneamente pensavam e
escreveram." O autor realça o fato que o Espírito de Profecia
claramente ensina que ambos esses aspectos estão incluídos, "um
aspecto sendo incompleto sem o outro, e cada um sendo o indispensável
complemento do outro." Ministry, fevereiro de 1957, pág. 9.
Isto é, ambos a morte na cruz e o ministério no segundo compartimento
são necessários à expiação. Com isto, estamos de pleno acordo. A morte
foi uma parte necessária da expiação. Uma é incompleta sem a outra.
Este ponto deve ser notado, pois poucas sentenças
adiante o autor dirá que a morte na cruz é completa em si mesma;
citando: "O ato sacrifical na cruz é uma expiação completa,
perfeita e final para o pecado do homem." pág. 10. Depois de
primeiro ter dito que a morte sacrifical foi incompleta, ele agora diz
que é completa, perfeita e final. Ele não considera a morte meramente
como uma expiação parcial, mas uma expiação completa e perfeita e
final. Com isto não concordamos. As duas declarações são
irreconciliáveis.
Isso é mais do que meramente um infeliz
fraseado. Enquanto no parágrafo próximo o autor dá louvores à
necessidade de ministração no santuário acima, ele deixa fora todos os
aspectos essenciais da expiação e omite as datas que são essenciais ao
conceito adventista da expiação, as quais justificam nossa existência
como um povo nomeado com mensagem para o mundo neste tempo.
Em sua explanação da obra de CRISTO no
santuário, ele não se refere nem menciona Daniel 8:14: "Então o
santuário será purificado." Sem este texto, a obra de CRISTO no
santuário torna-se sem significado. Ele não menciona o ano 457 A.C. ou
as 70 semanas, ou o meio da semana que aponta o tempo do sacrifício
sobre a cruz, e é "...como um prego no lugar firme," (Isaías
22:23) ao qual amarramos toda estrutura cronológica na profecia e que
também justifica a data de 1844. Remova-se ou mude-se essa data, e os
adventistas estão sem uma âncora para o sistema cronológico culminando
em 1844, e são incapazes de justificar sua existência como um povo que
deve proclamar esta mais importante mensagem ao mundo para este tempo:
"Temei a DEUS e dai-Lhe glória; porque chegou a hora do Seu
juízo." Apocalipse 14:7. Cada uma dessas datas o autor deixa fora,
e o que resta, nas palavras do Dr. Barnhouse, "é vazio, caduco e
inaproveitável." Eternity Extra, setembro de 1956, pág. 4.
Uma
Compilação Abrangente
Em Questions on Doctrine [livro forjado por
Leroy Froom e Roy Alan Anderson, publicado em 1957, que contém mudanças
doutrinárias para agradar os evangélicos, a fim de que a IASD não mais
fosse considerada como seita], a começar na página 661, há uma seção C
consistindo de coleções dos escritos da Irmã White sobre o assunto da
expiação, trinta páginas ao todo. Reivindica ser uma "abrangente
compilação" dos ensinos da Irmã White sobre a expiação. Do uso da
palavra "abrangente" eu esperava encontrar uma coleção
completa e extensiva. Mas ao consultar esse material, fiquei
desapontado por sua escassez e parcialidade. Achei-o ser uma coleção
insuficiente e incompleta, deixando fora numerosas citações, sendo apenas
uma pequena compilação, não uma abrangente, como diz o autor. E
bastante estranho, as citações que foram omitidas eram aquelas que não
deveriam ser omitidas.
Primeiro de tudo, eu queria saber o que a Irmã
White tinha a dizer da data de 1844, que é o "ano da crise".
Eu queria saber se 1844 tinha alguma coisa particular a ver com a
expiação, ou se podia seguramente ser deixado fora. Descobri que o
autor a omitiu. Assim procurei por outras citações, nenhuma das quais
achei na compilação. Procurei pela declaração: "Ao término dos
2300 dias em 1844... nosso grande Sumo Sacerdote... entra no lugar
santíssimo, e ali aparece na presença de DEUS, para... realizar a obra
do juízo investigativo, e fazer uma expiação por todos que se mostraram
habilitados aos seus benefícios." Isto é dito ser o "grande
dia da expiação final." O Grande Conflito, 480.
Pesquisei por essa importante declaração na
compilação abrangente, mas não estava lá. Procurei pela afirmação
paralela: "... ao término dos 2300 dias em 1844, CRISTO entrou no
lugar santíssimo do santuário celestial para executar a obra de
encerramento da expiação, preparatória para Sua vinda." Ibidem,
pág. 442. Não a encontrei. Procurei por esta declaração: "...este
é o serviço que começou quando os 2300 dias findaram. Nessa ocasião,
como predito por Daniel o profeta, nosso Sumo Sacerdote entrou no
santíssimo, para realizar a última divisão de Sua solene obra - para
purificar o santuário." Não pude achá-la. Procurei pela
declaração: "O fim dos 2300 dias em 1844 marcou uma crise
importante." Ibidem, pág. 429. Não a encontrei. Procurei por
outras declarações, tais como: "A obra sagrada de CRISTO que prossegue
no tempo presente no santuário celestial", "...a obra
expiatória de CRISTO está agora em progresso no santuário
celestial," "Hoje Ele está fazendo expiação diante do
Pai." Testimonies, vol 5, 520; White Board Minutes, pág.
1483; Mss. 21, 1895, citado em Ministry, fevereiro de 1957, pág. 30.
Não achei nenhuma dessas.
De início pensei que esse livro, Questions
on Doctrine, não tivesse espaço para esses textos, nem tivesse a
revista Ministry. Mas tive de abandonar essa idéia quando
observei que fora apenas um tipo particular de declarações que fora
omitido. As citações omitidas todas agrupadas sobre a importante data
crise, 1844, o juízo investigativo, a entrada de CRISTO no lugar
santíssimo para a expiação final; Sua realização da expiação agora; Sua
execução da expiação "hoje diante do Pai." Essas são as
declarações que o Dr. Barnhouse ridicularizou e que ele disse que
nossos líderes tinham "totalmente repudiado." [É que os
evangélicos não aceitam nossa doutrina do santuário.] Barnhouse também
zombara da experiência de Hiram Edson no milharal, e chamou o juízo
investigativo não somente de uma "idéia peculiar", mas de
"idéia humana atrevida", de fato "o mais colossal,
psicológico, descarado fenômeno da história religiosa." Eternity
Extra, setembro de 1956, pág. 3,4. E agora encontramos todas essas
declarações da Sra. White, ofensivas aos evangélicos, deixadas fora da
"compilação abrangente" de Froom. Pode isto ser mera
coincidência?
Ponderamos que efeito o ridículo dos
evangélicos tiveram sobre nossos líderes e sobre o autor (Leroy Froom)
do artigo do Ministry, que estamos discutindo. Uma coisa que
impediu nossos homens de irem ao mar, de corpo e alma, para os
evangélicos, foi, sem dúvida, os escritos da Sra. White. Ela é muito
enfática sobre a questão do santuário, e não seria fácil converter
nosso povo para o novo ponto de vista, enquanto nosso povo tiver os Testemunhos
para sustentá-los na antiga posição. A fé de nosso povo no Espírito de
Profecia precisa ser enfraquecida, ou melhor ainda, destruída, antes
que muito progresso possa ser feito para levá-los ao novo ponto de
vista. O artigo no Ministry serve bem para esse propósito.
Foi o próprio editor do Ministry [R.A.
Anderson], que em sua pesquisa "tinha se tornado agudamente ciente
das declarações de Ellen G. White, as quais indicam que a obra
expiatória de CRISTO está agora em progresso no santuário
celestial." White Minutes, pág. 1483. Isto em absoluto não
se adapta com o novo ponto de vista de que a expiação foi feita na
cruz, e assim ele sugeriu que notas de rodapé e apêndices deveriam
aparecer em alguns dos livros de Ellen G. White esclarecendo muito
largamente nas palavras de Ellen G. White nosso entendimento das várias
fases da obra expiatória de CRISTO. Ibidem. E Roy Alan Anderson
sugeriu pressa na "preparação e inclusão de tais notas nas futuras
publicações dos livros de Ellen G. White." Quando o plano
tornou-se conhecido, foi abandonado. O autor do artigo (Froom) na
revista Ministry de fevereiro de 1957, então assumiu e teve o artigo publicado,
o qual estamos considerando.
Nem um Único
Caso
O autor (Froom) faz esta pergunta, "Por
que, nos primeiros dias, à luz de tudo isto, a Sra. White não apontou e
corrigiu os conceitos limitados e algumas vezes errôneos de alguns de
nossos primeiros escritores sobre a expiação? E por que emprega ela
algumas das frases restritivas deles sem contrastar, na ocasião, seu
próprio significado mais amplo, mais verdadeiro ao utilizá-los?" Ministry,
fevereiro de 1957, pág. 11.
Este era o dilema: Froom reivindica que alguns
de nossos primeiros escritores tinham conceitos errados sobre a
expiação. [Nota-se aqui a intenção de rebaixar nossos pioneiros, como
também a Sra. White.] A Sra. White não os corrigiu, mas mesmo usou
algumas das frases limitadas deles próprios. Como poderia isto ser
explicado? A resposta, que o autor dá, é a mais surpreendente e
estarrecedora resposta que jamais foi dada a tal pergunta. Lede isto:
"Em resposta: é essencial que primeiro
relembremos deste fato básico: Nenhuma verdade doutrinária ou
interpretação profética jamais veio a este povo inicialmente
através do Espírito de Profecia - nem um único caso."
(Ênfase de Froom).
Lede essas palavras novamente. E tende em
mente que esse é um artigo que reivindica dar o verdadeiro significado
da expiação, a interpretação oficial; o artigo não foi mudado ou se
retratado. Ele permanece. [E editor na ocasião da revista Ministry
era Roy Alan Anderson, o mesmo que com Leroy Froom forjaram o livro Questions
on Doctrine, publicado em 1957, para agradar os evangélicos. Por
isto, ambos, autor (Froom) e editor (Anderson) estavam de acordo com a
aberração.]
Essas são palavras em negrito, palavras quase
inacreditáveis, e finalmente palavras inverídicas. Afirmar que a Sra.
White nunca, em nenhum único caso, contribuiu inicialmente para
qualquer verdade doutrinária ou interpretação profética não será
acreditado por milhares e milhões de leitores dela que têm todos se
beneficiado dos escritos dela. [Essa mentira que a Sra. White não teve
participação no estabelecimento das doutrinas adventistas básicas e
interpretações proféticas, mas que estas foram todas definidas pelos
pioneiros, sem a participação dela, vem sendo ensinada, desde a década
de 1950, para os teologandos e professores adventistas e estes para aos
membros até hoje.]
Eu mesmo, tenho sido grandemente ajudado e
instruído pelos ensinos doutrinários e interpretação profética da Sra.
White. Mesmo o próprio autor (Froom), que na página 11 do Ministry,
de fevereiro de 1957, diz "Somos fundamentalmente protestantes,
tomando a Bíblia somente como nossa única regra de fé e prática,"
numa carta assinada no mês seguinte afirma, "tomo os ensinos
totais do Espírito de Profecia sobre um dado assunto como sendo o
ensino autorizado adventista do sétimo dia." Não fortalece a fé
ter um escritor dizendo publicamente, "A Bíblia e a Bíblia
somente," e privadamente negando-o. Uma afirmação é evidentemente
feita ao mundo para eles acreditarem; a outra ao nosso povo para
aquietar seus temores. Alguma explicação é devida.
[Para os protestantes e evangélicos vale
"A Bíblia e a Bíblia somente como nossa única regra de fé e
prática", mas para os verdadeiros adventistas vale "A Bíblia
e o Espírito de Profecia somente como nossa única regra de fé e
prática."]
O leitor terá notado que o autor não diz que a
Irmã White nunca contribuiu para qualquer verdade doutrinária ou
interpretação profética. Ele diz que ela nunca contribuiu com nada
inicialmente, isto é, ela nunca fez nenhuma contribuição original. Ela
conseguiu aquilo de alguém mais, ela "o plagiou". Nossos
inimigos têm feito essa afirmação por anos, mas nunca pensei que tal
coisa seria anunciada a todo o mundo com o consentimento dos líderes.
Mas eis aí. Tudo o que a Sra. White escreveu, seja o conselho do Pai e
do Filho na eternidade, ou os pensamentos mais rebeldes de Satanás,
"alguém disse para ela". Ela nunca contribuiu com nada,
inicialmente. Nem um único caso! Deixai-me produzir um único caso. O
seguinte texto é tirado de Testimonies for the Church, série B,
nº 2, pág. 56,57.
"Muitos de nosso povo não compreendem
quão firmemente a fundação de nossa fé foi lançada. Meu esposo, o
ancião José Bates, o Pai Pierce, o ancião Edson, e outros que eram
perspicazes, nobres e verdadeiros, estavam entre os que depois da
passagem do tempo de 1844, pesquisavam pela verdade como tesouro
escondido. Eu me reunia com eles, e estudávamos e orávamos
fervorosamente. Freqüentemente permanecíamos juntos até tarde da noite,
e algumas vezes a noite inteira, orando por luz e estudando a palavra.
Várias vezes esses irmãos reuniam-se para estudar a Bíblia, a fim de
que pudéssemos saber seu significado, e estar preparados para ensiná-la
com poder. Quando eles chegavam a um ponto de seu estudo em que diziam,
'Nada mais podemos fazer', o ESPÍRITO do SENHOR vinha sobre mim. Eu
entrava em visão, e uma clara explanação das passagens que estávamos
estudando era-me dada, com instruções como deveríamos trabalhar e
ensinar efetivamente. Assim a luz era dada que nos ajudava a entender
as Escrituras com relação a CRISTO, Sua missão, e Seu sacerdócio. Uma
linha da verdade estendendo-se desde aquele tempo até o tempo quando
entraremos na cidade de DEUS, foi tornada clara para mim, e eu dava aos
outros a instrução que o SENHOR me dera."
Neste caso não havia nenhum intermediário
humano. A não ser que devamos crer que a Irmã White não dizia a
verdade, ela obteve suas instruções de cima. Neste caso, a instrução
concernia sobre "CRISTO, Sua missão, e Seu sacerdócio," os
próprios assuntos que estamos agora considerando. Seja o que for que
seja ou não seja, é certo que sabemos que a instrução que veio à Irmã
White sobre o assunto de CRISTO, Sua missão e Seu sacerdócio, veio
diretamente de DEUS. Isto significa que a questão do santuário, como
nossos precursores ensinavam e acreditavam tinha DEUS como seu autor.
Veio como resultado de uma visão, que não creio que possa ser dito de
qualquer outra doutrina que mantemos.
Uma Crise
Alcançamos uma crise nesta denominação, quando
os líderes estão tentando impor falsa doutrina e ameaçar aqueles que
protestam. O programa inteiro é inacreditável. Os homens estão tentando
agora remover os fundamentos de muitas gerações, e penso que terão
sucesso. Se não tivermos o Espírito de Profecia não poderemos saber do
afastamento da sã doutrina que agora está nos ameaçando, e a vinda do
Ômega que dizimará nossas fileiras e causará feridas graves. A situação
presente foi claramente prevista. Estamos próximos do clímax.
Estou bem ciente de que várias vezes as visões
foram dadas para confirma o estudo prévio. Estou bem a par que por
algum tempo a mente da Sra. White ficava "bloqueada", como
ela o expressava, e aquilo até que visões fossem dadas, como no exemplo
aqui considerado. Ela própria diz que "por dois ou três anos minha
mente continuou bloqueada ao entendimento da Escritura." Durante
aquele tempo DEUS dava visões. Então uma experiência vinha a ela, e ela
relata, "... desde aquele tempo até agora tenho sido capaz de
entender a palavra de DEUS." Ibidem, pág. 58. Por
"dois ou três anos" a mente da Sra. White ficou bloqueada.
Isto era evidentemente o propósito de DEUS
para fortalecer a fé no dom; pois os homens sabiam que dela mesma ela
não tinha conhecimento. Então, quando chegaram ao fim da compreensão
deles e não sabiam o que fazer, a luz vinha da fonte da qual sabiam que
por ela mesma não podia resolver os problemas deles. Era claramente a
guia divina, e eles o confessavam e "aceitavam como luz do céu as
revelações dadas."
Numa tentativa de proteger-se, o autor (Froom)
agora se volta completamente e diz que ela freqüentemente chegava
"bem adiante das posições tomadas por qualquer dos defensores
originais, e os conselhos dela eram freqüentemente tão claros, tão
completos, e de tão longo alcance que provavam estar bem a frente dos
conceitos de qualquer um de seus contemporâneos - às vezes cinqüenta
anos adiante da aceitação de alguns." Imagino de quem ela copiou
sob tais circunstâncias.
Ao compor o livro Questions on Doctrine,
foi necessário fazer algum trabalho de pesquisa nos manuscritos
publicados e não publicados da Sra. White, para averiguar fora de
dúvida exatamente o que ela dissera sobre vários assuntos. Essa obra
foi trabalhosa para o autor do Ministry que relata como segue na
revista Ministry de fevereiro de 1957, pág. 11:
O Relato da
Ministry
"Uma pergunta além tem da mesma forma
surgido: 'Exatamente por que não foram reunidos estes conselhos,
esclarecimentos e exposições sobre a expiação para nosso uso antes
disto?' A resposta, cremos, é igualmente simples, direta e óbvia:
Ninguém tomou tempo para o esforço sustentado envolvido na pesquisa
laboriosa e abrangente necessária para achar, analisar e organizá-los.
"Uma vez que nossos líderes não estavam
largamente a par desta latente evidência e seu valor inestimável, a
necessidade não foi sentida, e o tempo requerido para tão vasto projeto
não foi considerado disponível. O acesso aos arquivos completos de
todos os velhos periódicos contendo os 2.000 artigos de Ellen White não
é fácil, pois não há nenhum arquivo completo em nenhum lugar. Mais que
isto, as inestimáveis declarações manuscritas não estão disponíveis na
forma publicada. [Agora essa pesquisa é mais fácil, porque todos os
escritos da Sra. White estão em inglês em CD. Há também boa parte deles
digitalizada em português.]
"Além disso, como uma igreja temos estado
tão ocupados em dar nossa mensagem especial ao mundo, em manter na
frente nosso complexo movimento prosseguindo em suas múltiplas
atividades, que ninguém parece ter o tempo ou mesma a carga para tal
enorme tarefa. Era sabido que a pesquisa seria a mais laboriosa por
causa da vasta quantidade de material que precisa ser compulsado.
"Contudo, quando a necessidade claramente
surgiu e o tempo para tal pesquisa obviamente chegou, a necessidade foi
reconhecida e o tempo tomado para abranger não somente as declarações
familiares de livros, mas a vasta ordem de periódicos, artigos, e
conselhos manuscritos sobre o assunto."
Será notado que o autor não minimizou a tarefa
diante dele - e foi uma grande tarefa. Deve-se lamentar que ele deveria
tomar a oportunidade para nos informar que os líderes não sentiram a necessidade
desse trabalho, não tinham tempo para isso, e não tinham qualquer peso
por ele.
Foi nessa pesquisa que ele descobriu que a
Sra. White não contradiz ou muda o que ela disse no início de sua obra.
O autor coloca isto em sua fraseologia peculiar que, "As
declarações posteriores da Sra. White não contradizem ou mudam suas
primeiras afirmações." Ele evidentemente esperava que ela tivesse
mudado sua posição sobre a expiação, cuja posição ele criticara e
tentara explicar ao dizer que ela nunca, em nenhum caso, tinha
contribuído com nada inicialmente para doutrina ou interpretação
profética. É claro que se ela pretendesse mudar de posição, ela teve
bastante oportunidade para assim fazer nos 60 ou mais anos que ela
viveu após dar sua posição clara sobre a expiação. Mas ela não
contradisse ou mudou o que ela uma vez escrevera. Este é o testemunho
desse autor (Froom) que tinha desafiado as primeiras posições dela, e
que agora é compelido a testificar que ela não mudou. É uma justiça
poética que o autor do artigo do Ministry deva ser aquele a
testificar após ter examinado todo material de que não há evidência que
ela jamais mudou sua mente ou contradisse o que ela escrevera de
início.
Isto cria outro dilema para o autor. Ele deve
agora deixar ficar tudo o que ela escreveu, e não pode argumentar que
ela autorizou qualquer mudança seja qual for. Que então poderia ele
fazer ou fez? Uma única solução ele tinha: ele calmamente afirmou que a
Irmã White não queria significar (dizer) o que ela disse! Notai
novamente seu uso peculiar da língua inglesa, não uma declaração
direta, mas uma abordagem passiva: ele diz, "... um distinto
esclarecimento de termos e significado emerge, que é destinado a ter
conseqüências de longo alcance." As últimas declarações dela
"investem aqueles primeiros termos com um significado maior, mais
verdadeiro, inerentemente lá o tempo todo." E assim, ele explica
quando ela diz que CRISTO está fazendo expiação (ele está omitindo a
palavra agora), ela está "obviamente significando aplicar a
expiação completa [feita na cruz] ao indivíduo." ênfase dele.
Isto está em completa harmonia com a
declaração em Questions on Doctrine onde o autor audaciosamente
afirma que se alguém "ouve um adventista dizer ou lê na literatura
adventista - mesmo nos escritos de Ellen White - que CRISTO está
fazendo expiação agora, deve ser entendido que queremos dizer
(significar) simplesmente que CRISTO está fazendo aplicação dos
benefícios da expiação sacrifical que Ele fez sobre a cruz."
Isto certamente é novidade. Escrevi muitos
livros, um deles sobre o serviço do Santuário [O Ritual do Santuário]
e portanto esses livros estão classificados sob o que ele chama de
"literatura adventista". E agora algum indivíduo não
autorizado proclama ao mundo que quando eu digo em meu livro que CRISTO
está fazendo expiação agora, eu não quero dizer isto. Eu quero dizer
que JESUS está fazendo aplicação, mas não expiação que já foi feita [e
completou-se] 1800 anos atrás.
Contudo, isto é apenas um assunto menor que
ele presuma atuar como meu intérprete ou dizer o que eu quero
significar pelo que eu digo. Mas quando ele se compromete a dizer ao
mundo que quando a Irmã White diz que CRISTO está fazendo expiação, ela
quer dizer simplesmente que JESUS está fazendo aplicação, isto é sério.
A reprovação de DEUS a Jó quando Jó falava demais, pode aplicar-se
aqui: "Quem é esse que obscurece o conselho por palavras sem
entendimento?" Jó 38:1. Não é com freqüência que DEUS é sarcástico.
Mas aqui Ele o foi. Lede o verso 21. Jó o merecia.
E assim quando leio, "... mesmo nos
escritos de Ellen G. White," que CRISTO está fazendo expiação, não
devo acreditar nisso. Ele fez a expiação há 2.000 anos, não agora; e
mesmo que ela afirme que CRISTO está fazendo expiação agora, que
"hoje Ele está fazendo expiação", que "Estamos no grande
dia da expiação, e a sagrada obra de CRISTO pelo povo de DEUS que
prossegue no tempo presente (1882) no santuário celestial deve ser
nosso constante estudo", ainda devo recorrer ao intérprete para
achar o que ela quer dizer. Testimonies, vol. 5, pág. 250.
Isto é jogar com palavras, é brincar com fogo,
e tornar possível qualquer interpretação. Se o autor está certo, é-me
permitido tomar qualquer palavra de um autor e dizer que ele quer
significar algo mais do que ele diz. Isto torna a intercomunicação
impossível, e o mundo torna-se uma Babel.
Que valeria os acordos, os contratos, ou a
palavra de boca, se sou permitido colocar minha própria interpretação
no que diz uma pessoa? A Bíblia diz que o sétimo dia é o sábado. Isto
parece claro bastante. Mas a teoria do autor me permitiria dizer que a
Bíblia não que significar ou dizer tal coisa. Absurdo, direis. E eu
digo Amém. Quando a Bíblia diz sete, não significa um. Com a filosofia
do autor, contudo, as palavras se tornam sem significado. "Seja o
vosso não, não, e vosso sim, sim," diz Tiago. Isto é, significa o
que dizeis.
Fazer a clara declaração que "CRISTO está
fazendo a expiação agora" significar que Ele está fazendo a
aplicação agora é indefensável no senso comum gramatical, filosófico,
teológico. E ir além e sobre tal falsa interpretação construir uma nova
teologia para ser imposta por sanções, está simplesmente fora deste
mundo. A indevida suposição de autoridade acoplada na confiança
excessiva na virtude de honras concedidas gera fruto. E o fruto não é
bom.
A presente tentativa para diminuir e destruir
a confiança no Espírito de Profecia e estabelecer uma nova teologia,
pode enganar alguns, mesmo muitos, mas os fundamentos sobre os quais
temos construído todos esses muitos anos, ainda permanecem, e DEUS
ainda vive. Esta advertência não deveria ser desatendida: "Se
diminuis a confiança do povo de DEUS nos Testemunhos que Ele lhes tem
enviado, estais vos rebelando contra DEUS tão certamente como fizeram
Coré, Datã e Abirã." Testimonies, vol. 5, pág. 66.
Numa pesquisa completa que conduzi anos atrás,
encontrei o que o autor encontrou, e mais. Entre outras coisas,
encontrei um pequeno panfleto entitulado, "Uma Palavra ao Pequeno
Rebanho", publicado por Tiago White em Brunswick, Maine, em 30 de
maio de 1847, uma declaração pela Irmã White sobre o santuário, que
imediatamente atraiu minha atenção. É datada de 21 de abril de 1847, e
escrita em Topsham, Maine. Na página 12, encontro estas palavras, que
suponho que nosso autor do Ministry também achou. Diz a Irmã
White:
"Creio que o santuário, a ser purificado
no final dos 2.300 dias, é o templo da Nova Jerusalém, do qual CRISTO é
o Ministro. O SENHOR mostrou-me em visão, mais de um ano atrás, que o
Irmão Crosier tinha a verdadeira luz sobre a purificação do santuário,
etc., e que era a vontade de JESUS, que o Irmão Crosier escrevesse a
visão que Ele nos dera, no Day-Star, Extra, de 7 de fevereiro de
1846. Sinto-me completamente autorizada pelo SENHOR, a recomendar esse Extra
para cada santo. Oro para que estas linhas possam ser uma bênção para
vós, e a todos os queridos filhos que possam lê-las. Assinado. Ellen G.
White."
Não perdi tempo para conseguir a cópia daquele
Extra e lê-lo. Conforme escrevo isto tenho diante de um uma cópia
fotostática do Day-Star Extra, de 7 de fevereiro de 1946, e na
página 40 e 41 daquela edição leio o artigo do Irmão Crosier. Após ter
discutido certas teorias nas quais ele não acreditava, o Irmão Crosier
observa:
Crosier Fala
"Mas de novo, eles dizem que a expiação
foi feita e acabada no Calvário, quando o Cordeiro de DEUS expirou.
Assim os homens nos têm ensinado, e assim as igrejas e o mundo crêem;
mas isso não é verdadeiro nem sagrado, se não for apoiado pela
autoridade divina. Talvez poucos ou ninguém que mantém essa opinião
jamais testou o fundamento no qual repousa.
"1. Se a expiação foi feita no Calvário,
por quem foi feita? Fazer a expiação é a obra de um sacerdote; mas quem
oficiou no Calvário? Os soldados romanos e os judeus.
"2. Matar a vítima não fazia a expiação;
o pecador matava a vítima. Levítico 4:1-4, 13-15, etc.; após aquilo o
sacerdote pegava o sangue e fazia a expiação. Levítico 4:5-12, 16-21.
"3. CRISTO era o apontado Sumo Sacerdote
para fazer a expiação, e certamente não podia ter agido com tal
autoridade até depois de Sua ressurreição, e não temos registro de Ele
fazer algo sobre a terra após a Sua ressurreição que pudesse ser
chamado de expiação.
"4. A expiação era feita no santuário,
mas o Calvário não era tal lugar.
"5. Ele não podia, de acordo com Hebreus
8:4 fazer expiação enquanto estava sobre a terra. 'Se Ele estivesse
sobre a terra, Ele não podia ser um sacerdote.' O levítico era o
sacerdócio terrestre; o Divino, era o celestial.
"6. Portanto, JESUS não começou a obra de
fazer a expiação, seja qual fosse a natureza daquela obra, até após Sua
ascensão, quando por Seu próprio sangue CRISTO entrou no santuário
celestial por nós."
Esta, então é a "luz verdadeira",
que o SENHOR mostrou à Irmã White em visão, que tinha Sua aprovação, e
a qual ela sentiu-se completamente autorizada a recomendar a todos os
santos. Somente se rebaixarmos a Sra. White podemos rejeitar esse Testemunho
dela. Não estamos preparados para fazer isso.
Agora enfrentamos esta situação: Achou o autor
do Ministry em sua pesquisa completa esta declaração que o Irmão
Crosier tinha "a verdadeira luz?" Se ele não a encontrou, ele
tem pouco espaço para sentir-se contente com sua obra. Em ambos os
casos, se eu fosse o professor e tivesse mandado ele fazer esse
trabalho de pesquisa e ele apresentasse a coleção em Questions on
Doctrine como seu relatório, eu teria lhe dado nota F, que em
linguagem escolar vale para Fracasso. É ou um caso de pobre pesquisa,
ou de omissão, que mais tarde, sob as circunstâncias, é o mais sério.
Carta 4 - Um Resumo
Nos documentos e cartas que enviei de
tempos em tempos concernentes ao que considero um sério afastamento
da fé por parte dos líderes, tenho aderido estritamente ao conselho
que CRISTO dá em Mateus 18:15-17. Lá Ele diz que se diferenças
surgem entre irmãos, "dize-lhe sua falta entre ti e ele
somente." Se ele não ouvir, "toma contigo mais um ou
dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas cada palavra
possa ser estabelecida. E se ele negligenciar ouvi-los, dize-o à
igreja." Segui este princípio como aparecerá dos relatórios.
No mês de maio de 1957, foi-me coloca às
mãos, providencialmente creio, uma cópia das minutas da Mesa
Diretora dos Depositários White para 1 e 2 de maio de 1957,
relatando o encontro de dois irmãos [Roy Allan Anderson e Walter
Read] com os Depositários com relação a uma declaração que eles
tinham encontrado nos escritos da Sra. White quanto à expiação.
Eles buscavam conselho sobre esse assunto, visto que aquilo que
haviam achado não se harmonizava com o novo ponto de vista que os
líderes estavam advogando. Que atitude deveriam esses pesquisadores
tomar em vista da declaração da Sra. White?
Por vários meses, mesmo por anos, nossos
líderes tinham estado estudando com alguns ministros evangélicos
[Martin & Barnhouse], com vistas ao eventual reconhecimento dos
adventistas como um corpo cristão evangélico. Os estudos foram
referentes às doutrinas dos adventistas, particularmente a
Expiação, o Juízo Investigativo, a obra de CRISTO no santuário
celestial desde 1844. A essas doutrinas, os evangélicos tinham
chamado "o fenômeno mais colossal, psicológico e para salvar
as aparências na história religiosa," e tinham assim as
denominado no jornal deles, Eternity de setembro de 1956,
reimpresso o artigo numa edição Extra, sob o título,
"São Cristãos os Adventistas do Sétimo Dia?"
Os ministros evangélicos parecem ter feito
uma impressão pronunciada sobre os líderes adventistas, tanto que o
Dr. Barnhouse [falecido em 05.11.60, com 65 anos], um dos ministros
evangélicos participantes, relata que os líderes adventistas
"totalmente repudiaram" algumas de suas mais importantes
doutrinas. Pode ser melhor deixar o próprio Dr. Barnhouse contar a
história como ele a relatou no Extra referido acima, de
setembro de 1956. O assunto particular que ele discute é o que é
chamado "O Grande Desapontamento", e tem referência ao
grande desapontamento dos adventistas em 1844, quando eles esperavam
que o SENHOR viesse. Eis o seu relato:
"Na manhã após o 'Grande
Desapontamento' dois homens [Crozier e Hiram Edson] estavam
atravessando um milharal, a fim de evitar o olhar sem piedade de
seus vizinhos zombeteiros, a quem eles tinham dado um eterno adeus
na véspera. Para colocar isto nas palavras de Hiram Edson (o homem
do campo de milho que primeiro concebeu essa idéia peculiar), ele
estava dominado com a convicção de 'que em vez de nosso Sumo
Sacerdote sair do Lugar Santíssimo do santuário celestial para vir
a esta terra no décimo quarto dia do sétimo mês, ao fim dos 2.300
dias, JESUS pela primeira vez entrou naquele dia no segundo
compartimento daquele santuário, e que CRISTO tinha um serviço a
desempenhar no Lugar Santíssimo antes de Sua vinda a esta terra. '
É para minha mente, portanto, nada mais que uma idéia humana para
salvar as aparências!
Deve ser também entendido que alguns
adventistas do sétimo dia desinformados tomaram esta idéia e a
levaram a fantásticos e literais extremos. O Sr. Martin e eu
ouvimos os líderes adventistas dizerem, terminantemente, que eles
repudiavam todos esses extremos. Isto eles disseram em termos bem
claros. Além disso, eles não acreditam como alguns de seus
primeiros ensinadores ensinavam, que a obra expiatória de JESUS não
fora completada no Calvário, mas que em vez disso CRISTO ainda
estava executando uma segunda obra ministerial desde 1844. Esta
idéia é também totalmente repudiada. Os líderes adventistas crêem
que desde Sua ascenção CRISTO tem estado ministrando os benefícios
da expiação que JESUS completou no Calvário.
"Uma vez que a doutrina do santuário
está baseada no tipo do sumo sacerdote judaico entrando no
Santíssimo para completar sua obra de expiação, pode ser visto que
o que permanece [dessa doutrina] é mais certamente uma especulação
teológica exegeticamente insustentável de uma elevada ordem
imaginativa. O que CRISTO está agora fazendo, desde 1844, de acordo
com essa versão, é verificar os registros de todos os seres
humanos, e decidir que recompensa será dada aos cristãos
individuais. Pessoalmente não acreditamos que haja mesmo uma
suspeita de um verso das Escrituras que sustentem tal posição
peculiar, e ademais cremos que qualquer esforço para estabelecê-la
é antiquado, vazio, e inútil." (Ênfase no original).
Em esclarecimento das declarações
envolvidas, acrescento a seguinte explicação, que pode clarear
algumas expressões.
O Sr. Barnhouse relata primeiro o bem
conhecido incidente de Hiram Edson, passando pelo milharal na manhã
seguinte após o "Desapontamento", e tornando-se
convencido de que "em vez de nosso Sumo Sacerdote sair do
Lugar Santíssimo... JESUS pela primeira vez entrou naquele dia no
segundo compartimento daquele santuário, e que CRISTO tinha uma
obra a executar no Lugar Santíssimo antes de vir a esta
terra." A obra que JESUS tinha a fazer antes de vir a esta
terra era a conclusão da Expiação que envolvia o Juízo
Investigativo. Esta concepção, diz o Dr. Barnhouse, "nada mais
é do que uma idéia humana, para salvar as aparências."
Então ele continua, "Alguns
adventistas do sétimo dia tomaram essa idéia e a levaram a extremos
fantásticos, literalísticos." Isto é, eles acreditavam que
CRISTO realmente entrou no Lugar Santíssimo para fazer a obra que
precisava ser feita antes de Sua vinda a esta terra, obra que
envolvia a Juízo Investigativo e a conclusão da Expiação. O Dr.
Barnhouse relata: "O Sr. Martin e eu ouvimos os líderes
adventistas dizerem, positivamente, que eles repudiavam todos esses
extremos. Isto eles disseram categoricamente.
Se devemos crer na declaração do Dr.
Barnhouse, então os nossos líderes repudiaram a doutrina que temos
mantido sagrada desde o começo. Isto é tornado claro conforme o Dr.
Barnhouse prossegue: "Alguns de seus primeiros ensinadores
ensinavam que a obra expiatória de JESUS não foi completada no
Calvário, mas em vez disso que Ele ainda estava realizando uma
segunda obra ministerial desde 1844. Essa idéia é também totalmente
repudiada [pelos líderes ASD]."
Quando o Dr. Barnhouse diz que alguns de
nossos primeiros ensinadores ensinavam, "que a obra expiatória
de JESUS não fora completada no Calvário," ele deve ter obtido
essa informação de alguns dos "não informados" autores de
nossa nova teologia; pois a história registra que todos os nossos ensinadores
ensinavam assim. James White, J.H. Waggoner, Uriah Smith, J.N.
Andrews, J.N. Loughborough, C.H. Watson, E.C. Andross, W.H.
Branson, Camden Lacey, R.S. Owen, O.A. Johson, H.R. Johnson, F.D.
Nichols (até 1955), todos firmemente defenderam a doutrina da obra
expiatória de CRISTO desde 1844, e depositaram suas convicções ao
escrevê-las. Conforme escrevo isto, tenho quase todos os seus
livros diante de mim.
James White, nosso primeiro presidente da
Associação Geral, quando foi eleito o primeiro editor de Signs
of the Times, escreveu na primeira edição daquela revista um
artigo "para corrigir falsas declarações circuladas contra
nós... Há muitos que se chamam adventistas, que mantêm pontos de
vista com os quais não podemos ter simpatia, alguns dos quais,
pensamos, são subversivos dos mais claros e importantes princípios
estabelecidos na palavra de DEUS." O segundo dos 25 artigos de
fé ensinava em parte como segue: "CRISTO viveu nosso exemplo,
morreu nosso sacrifício, ressuscitou para nossa justificação,
ascendeu ao alto, para ser nosso único mediador no santuário do
céu, onde, com Seu próprio sangue, Ele faz expiação pelos nossos
pecados; cuja expiação, longe, de estar acabada na cruz, o que foi
senão o oferecimento do sacrifício, é ela a última porção de Sua
obra como sacerdote."
Estas Crenças Fundamentais foram
também impressas num pequeno tratado que circulou aos milhares.
Seria interessante que aquele que escreveu as páginas 29 a 32 de Questions
on Doctrine, fornecesse-nos a lista de escritores que mantinham
pontos de vista contrários aos dos autores mencionados acima. Não
encontrei nenhuma prova para as declarações incorretas encontradas
nessas páginas de QD.
Para continuar nosso estudo do relatório
do Dr. Barnhouse no Eternity Extra. Ele mesmo afirmou que os
líderes adventistas têm "repudiado totalmente" a idéia de
que CRISTO está "ainda realizando uma segunda obra ministerial
desde 1844," pela qual ele quer dizer uma obra de expiação. Em
vez disso, ele diz, "os líderes adventistas crêem que desde
Sua ascenção CRISTO tem estado ministrando os benefícios da
expiação que Ele completou no Calvário." Este ponto de vista,
contudo, ele não considera consistente. O Velho Testamento
informa-nos que o sumo sacerdote matava o sacrifício no pátio fora
do tabernáculo. Mas o ato de matar não era a expiação. "É o
sangue que faz a expiação." Levítico 17:11. Portanto o sumo
sacerdote "trará seu sangue para dentro do véu... e o
expargirá sobre o propiciatório e diante do propiciatório, e ele
fará uma expiação pelo lugar santo." Levítico 16:15,16.
"Ele entra para fazer uma expiação." Verso 17.
O Dr. Barnhouse argumenta que, como
baseamos largamente nossa doutrina da expiação na figura nos dada
em Levítico, e usamos isso em nosso ensino da expiação, devemos
crer que como o sumo sacerdote na terra levava o sangue para dentro
do santuário e ali fazia expiação, assim CRISTO deve fazer
igualmente. JESUS deve entrar para fazer expiação. De outra forma
teríamos uma expiação sem sangue. Se não tomarmos o último passo,
então somos compelidos a crer que a expiação foi feita no pátio
[onde a vítima foi morta] e não no santuário, o que destrói
completamente toda tipologia. Se este último serviço com o sangue
for omitido, então nossa teoria da expiação está tristemente
incompleta, e "é mais certamente uma especulação teológica,
exegeticamente insustentável e de uma ordem altamente
imaginativa." Se CRISTO não entrou com Seu sangue para
completar a expiação, o que resta "é antiquado, vazio, e
inútil". Ele tem um bom argumento.
É Isto
Verdadeiro?
Quando no início li no Extra que nossos
líderes tinham repudiado a doutrina da obra expiatória de CRISTO no
santuário desde 1844, e a tinham substituído pela "aplicação
dos benefícios da expiação sacrifical que JESUS fez na cruz",
eu não pude crer nisso, eu não acreditei.
Quando foi-me dito que mesmo se eu ler nos
"escritos de Ellen G. White, que CRISTO está fazendo expiação
agora", não devo acreditar nisto, ponderei, "A que
chegamos?" A expiação foi concluída há 1.800 anos, dizem
nossos líderes. A Sra. White diz que a expiação está prosseguindo
agora. Questions on Doctrine diz que ela foi feita 1.800
anos atrás. A revista Ministry diz que a expiação na cruz
foi final. A quem ou no que devo acreditar? Para mim, repudiar o
ministério de CRISTO no segundo compartimento, agora, é repudiar o
adventismo. Este é um dos pilares fundamentais do adventismo. Se
rejeitarmos a expiação no santuário agora, podemos repudiar todo
adventismo. Para isto o povo de DEUS não está preparado. Eles não
seguirão os líderes na apostasia.
Àquela altura ocorreu-me que talvez os
homens da Eternity tivessem se arrependido do que tinham
escrito e tivessem se retratado, ou se retratariam, de tudo o que
tinham escrito. Assim, escrevi à Eternity, perguntando se
eles ainda publicavam o Extra. Eles responderam que sim. O
artigo sendo registrado, então pedi permissão para citá-lo. Recebi
esta resposta: "Estamos contentes de dar-te permissão para
citar do artigo, 'São Cristãos os Adventistas do Sétimo Dia?', e
apreciaríamos que tu desses crédito à Eternity quando o
fizeres." Esta carta foi datada de Filadélfia, Pensilvânia, 2
de maio de 1958, e assinada pelo editor.
Isto foi 20 meses após o artigo ter
aparecido na Eternity. Se em qualquer tempo durante esses 20
meses nossos líderes tivessem protestado, se tivessem feito
objeção, em honestidade o editor teria me avisado para não utilizar
o material e não citar suas declarações. Mas o editor não fez isto.
Ele ficou contente por eu usar o material, desejoso que eu os
citasse.
Já faz cinco anos completos desde que as discussões
começaram, e três anos desde que o Extra foi publicado. Neste longo
tempo tenho esperado que nossos homens neguem as acusações e
reprovem os evangélicos por publicar tal difamação de nossa inteira
liderança. Mas não ouvi nenhum protesto. Pelo contrário, tenho lido
várias referências em nossos periódicos a esses evangélicos como
sendo bons e gentis cristãos, que creio ser verdadeiro. Tais homens
nos dizem falsidades. Na ausência de qualquer negação ou protesto
da parte de nossos homens, tenho relutantemente tirado minhas
próprias conclusões.
Mas se nossos homens fizerem uma
declaração direta de que o Dr. Barnhouse e o Sr. Martin [faleceu em
26.06.89] nunca os ouviram fazer tais afirmações como Eternity
assevera, eu imediatamente entro em contato com os evangélicos e
peço-lhes que pedirem desculpas por tais acusações graves e sérias.
Este assunto é muito sério para ficar à revelia sem contestação.
Milhares de nosso povo leram o artigo de Eternity e estão
seriamente preocupados. Um dos principais pilares de nossa fé foi
removido, de acordo com Eternity. Ficaremos indiferentes e
permitiremos o santuário ser espezinhado, e isto pelos seus
supostos patrocinadores?
O
Incidente dos Depositários White
Retornaremos agora aos dois homens que
entraram nos Depositários White em maio de 1957, para se
aconselharem com eles. Eles tinham terminado seu trabalho de
pesquisa e relataram aos Depositários que tinham encontrado
"indicações" que a Irmã White ensinava que "a obra
expiatória de CRISTO está agora (1880, quando Ellen G. White
escreveu) em progresso no santuário celestial." Essa
descoberta foi um golpe fatal à nova teoria deles.
Era evidentemente impossível crer que a
obra de expiação fora completada na cruz e era final, e também
ensinar que ela ainda estava em progresso no céu. Ambas as
afirmações não podiam ser verdadeiras. Contudo, a denominação já
tinha se comprometido neste ponto, e tinha em 1957 publicado na Ministry
que o grande ato sobre a cruz fora "uma completa, perfeita e
final expiação em favor do pecado do homem." Ministry,
fevereiro de 1957. O artigo dizia que este é agora "o
entendimento da expiação confirmado, e iluminado e esclarecido pelo
Espírito de Profecia." Ibidem. Essa declaração nunca
foi retratada ou modificada ou mudada, e nem o escritor ou o editor
foram reprovados. Ela permanece.
Em vista da situação, que deveriam os
pesquisadores fazer? Eles estavam de frente com a declaração da
Sra. White de que a expiação está agora em progresso no céu.
Estavam face a face com outra afirmação dos líderes que a expiação
fora feita e terminada na cruz. Deveriam aceitar uma ou outra. Os
pesquisadores [R.A. Anderson e Walter Read] decidiram ficar com os
líderes.
Mas que fazer com as declarações da Irmã
White, pois há muitas delas? Estava claro que de algum modo a
influência dela deveria ser enfraquecida e suas declarações
atenuadas. Mas essa era uma peça delicada da tarefa; e seja o que
for que devesse ser feito, precisava ser feito em segredo. Se fosse
descoberto a tempo, o plano não teria sucesso. Se, contudo,
pudessem trabalhar em segredo, e trabalhar rapidamente, o assunto
seria um "fato consumado" - feito antes que alguém o
descobrisse.
Foi nessa ocasião que uma cópia das Minutas
White foi-me entregue. Agora apresentarei as Minutas, para que
todos possam ver por si mesmos o que foi feito.
As Minutas, de 1º de maio de 1957, pág. 1483:
"Nesta conjuntura na obra, os
pastores X e Y foram convidados para reunir-se com os Depositários
para discutir mais o assunto que tinha sido estudado em janeiro. O
Pr. X e seu grupo que estiveram estudando com certos ministros
tinham se tornado vivamente a par de afirmações de Ellen G. White
que indicavam que a obra de expiação de CRISTO estava agora em
progresso no santuário celestial. Numa declaração em Fundamentos
da Educação Cristã, a palavra 'sacrifício' é usada. Para
não-adventistas não familiarizados com nosso entendimento da
questão do santuário, referências à continuação da obra expiatória
de CRISTO são difíceis de aceitar, e foi sugerido aos Depositários
que algumas notas de rodapé ou Apêndices deveriam aparecer em
alguns dos livros de Ellen G. White, esclarecendo muito
extensamente nas palavras de Ellen G. White nosso entendimento das
várias fases da obra expiatória de CRISTO. Foi sentido pelos irmãos
que se reuniram com os Depositários na discussão, que esse é um
assunto que virá proeminentemente à frente no futuro próximo, e que
faríamos bem avançarmos na preparação e inclusão de tais notas nas
futuras impressões dos escritos de Ellen G. White. O assunto foi
discutido cuidadosamente e intensamente, mas na ocasião em que a
reunião findou, para acomodar outros comitês, nenhuma ação foi
tomada." Reunião, 2 de maio de 1957, pág. 1488. Declarações
de Ellen G. White sobre a Obra de Expiação de CRISTO.
"A reunião dos Depositários realizada
em 1º de maio de 1957 findou sem nenhuma ação tomada sobre a
questão que foi discutida em extensão - adequadas notas de rodapé
ou explanações quanto às declarações de Ellen G. White sobre a obra
expiatória de CRISTO que indicam uma obra continuando no tempo
presente no céu. Visto que o Presidente de nossa mesa estará fora
de Washington pelos próximos quatro meses, e os envolvimentos na
questão são tais que se deve ter a mais cuidadosa consideração e
conselho,
"Foi VOTADO, que adiamos para ocasião
posterior a consideração dos assuntos que foram trazidos a nossa
atenção pelos Prs. X e Y, envolvendo declarações de Ellen G. White
concernentes à continuação da obra de expiação de CRISTO."
Depois que o Presidente da Mesa retornou
de sua viagem de quatro meses, o assunto foi discutido além, e foi
decidido não atender o pedido. Essa ação é digna de elogios, mas o
louvor é de alguma forma ofuscado pelo fato que levou oito meses a
chegar a essa decisão, e que eles não chegaram a essa decisão até
que o plano tornou-se conhecido.
Esse relatório me espantou. Como pôde
alguém ousar sugerir inclusões nos escritos de Ellen G. White para
amparar o novo ponto de vista? Ponderei bastante e orei muito.
Tinha eu qualquer responsabilidade nesse assunto? Se eu tivesse,
seria meu dever falar com um homem e somente um [o Presidente da
Associação Geral - Pr. R. R. Figuhr]. Como a transgressão não fora
contra mim, mas contra a igreja e nossa mais sagrada fé, era meu
dever falar com um oficial mais elevado. Isto eu fiz.
Em minha carta de 27 de fevereiro de 1957,
eu tinha falado de meu temor sobre a publicação do livro proposto, Questions
on Doctrine, como ele tinha sido preparado no todo muito
apressadamente e depois de somente um curto tempo de estudo. Livros
desse tipo não devem ser escritos em pouco tempo e devem ser
preparados por homens que se deram a vida inteira ao estudo do
assunto e gastaram anos nas pesquisas dos Testemunhos.
Em 7 de março de 1957, recebi esta
resposta: "Notei tua observação: 'Temo grandemente pelos
conteúdos do livro que está sendo publicado expondo nossa crença.'
Não creio, Irmão Andreasen, que deves temer pelo que aparece nesse
livro. Ele está sendo cuidadosamente feito por um grupo de homens
capazes, em quem temos o máximo de confiança. Sinto-me bem
confiante que ficarás feliz com os resultados."
Em minha resposta de 11 de março,
novamente expressei meu temor sobre o conteúdo do livro.
Referindo-me a um artigo que apareceu na Ministry, de
fevereiro de 1957, eu disse: "Se o comitê concorda com seus
pontos de vista publicados, devo mais insistentemente protestar.
Pois os pontos de vista são mais certamente doutrina não
adventista, mas opiniões derivadas de um estudo superficial de
certas porções dos escritos da Irmã White, e não representam os ensinos
gerais." Terminei com esta palavra:
"Eu pela presente apresento meu
protesto contra a publicação neste tempo de qualquer doutrina da
expiação, e desejo que meu protesto seja devidamente registrado.
Posso senão sentir que alguns dos irmãos tenham sido conduzidos ao
presente transe pelo desejo de ser como as outras nações ao nosso
redor (igrejas) e que ainda deploraremos o dia em que começamos a
fazer concessões devido a pressões de fontes externas."
Não recebendo resposta, escrevi novamente
em 10 de maio de 1957:
"Confio que percebeste que não estou
brincando. Tenho a maior confiança em ti. Em meus mais de 60 anos
de ligação oficial com a denominação, um de meus principais
propósitos tem sido inspirar confiança no Espírito de Profecia. Nos
últimos dois anos tenho falado sobre o assunto 204 vezes. Tenho
sentido que nosso povo precisa de ajuda, e tenho tentado ajudá-los.
Estou profundamente desgostoso sobre o que o futuro parece conter,
a não ser que DEUS nos ajude. Possa o SENHOR dar a ambos sabedoria
e coragem para fazer o que a situação demanda."
Depois que tive posse das Minutas
confidenciais da mesa dos Depositários White, segui a instrução de
CRISTO de "falar com ele a sós", e mandei quatro cartas
ao nosso Oficial principal [R.R. Figuhr]. Em 26 de junho de 1957,
recebi esta resposta:
"Estou certo que posso confiar nos
irmãos dos Depositários White de mover-se cautelosamente nesta
direção e não tomar posições que possam ser embaraçosas no futuro.
Certamente, Irmão Andreasen, não há intenção aqui seja qual for
para mexer com os escritos da Irmã White. Nós os valorizamos
muitíssimo.
"Quanto ao livro Questions on
Doctrine, permite te assegurar aqui, também, que essa não é a
obra daqueles irmãos que mencionas. É verdade que fizeram certo
trabalho original, mas foi tirado da mão deles e é produto de um
grande número de homens do que de uns poucos."
[N.T. O Comitê desse livro, composto de 14
membros - R.R. Figuhr, A.V. Olson, W.B. Ochs, L.K. Dickson, H.L.
Rudy, A.L. Ham, J.I. Robison, W.R. Beach, C.L. Torrey, F.D. Nichol,
T.E. Unruh, R.A. Anderson, L.E. Froom e Walter E. Read, presidido por
R.R. Figuhr, mandou o livro, antes de publicá-lo, para cerca de 250
líderes mundiais da IASD para darem sua opinião. Isto prova que foi
a liderança inteira da IASD que aprovou o livro herético Questions
on Doctrine].
Em 4 de julho de 1957, respondi. Eis parte
da resposta:
"Temo que o dia possa vir quando este
assunto se tornará conhecido ao povo. Abalará a fé de toda
denominação. Evidentemente, alguns se regozijarão que finalmente a
Irmã White foi removida. Outros chorarão e clamarão ao SENHOR por consolação,
'Poupa o Teu povo, e não dês a Tua herança ao opróbrio.' E quando
formos pego em nossa própria rede, exultarão as igrejas do mundo?
Por favor, irmão, vê para que o livro proposto não seja publicado.
Será fatal... Se não há obra expiatória agora prosseguindo no
santuário acima, então a denominação pode também admitir seu erro
abertamente e imparcialmente, e aceitar as conseqüências. Lancemos
de lado a Irmã White e não mais defendamos hipocritamente seus
escritos, mas por trás das cenas publica-os e ainda reivindica que
eles são obra dela... Encerro com expressão de alta consideração
por ti. Tens uma tarefa quase esmagadora diante de ti, enfrentar a
maior apostasia que a igreja jamais enfrentou."
Em 18 de setembro de 1957, recebi a
comunicação:
"Considero encerrado o assunto que
referiste.
"Não creio que tens o direito de usar
as Minutas dos Depositários White como tens feito. As Minutas são
confidenciais e não destinadas ao uso público. Espero que nunca
chegue o tempo quando tomarmos posição que os homens devam ser
condenados e disciplinados porque eles vêm diante de mesas da
igreja, apropriadamente constituídas para discutir questões que
possam pertencer à obra e crença de nossa igreja."
Em 27 de setembro de 1957, respondi:
"Agradeço tua carta de 18 de
setembro, onde afirmas que 'o assunto ao qual te referiste está
encerrado.' Eu pedi uma investigação. Isto tu negaste. Justificaste
os homens envolvidos, e também disseste que não tenho direito de
usar a informação que me veio às mãos, e então fechaste a porta.
Explico que não usei as informações de nenhum outro modo, senão
para te informar. Que mais poderia eu fazer? Declaraste que se essa
informação viesse a ti, não a terias usado. Boa admissão. Considero
o presente caso como a maior apostasia que jamais ocorreu neste
denominação, e isto queres manter encoberto! E agora fechaste a
porta... Não creio, Irmão Figuhr, que consideraste a seriedade da
situação. Nosso povo não apoiará qualquer adulteração ou tentativa
de adulterar os Testemunhos. Isto lhes dará um sentimento incômodo
de que nem tudo está bem na Associação Geral.
"Lê novamente minha carta de 12 de
setembro. Podes salvar a situação, mas somente se quiseres abrir o
assunto. Estás para arruinar a denominação. Estou orando por
ti."
Minha correspondência com Washington
continuou nesta linha até que em 16 de dezembro de 1957, recebi
este ultimatum: "Eles (os oficiais) portanto pedem que
cesses tuas atividades."
Três dias depois recebi esta palavra
adicional: "Isto te coloca em plena oposição com tua igreja, e
trará à tona o assunto de teu relacionamento com a igreja. Em vista
de tudo isto, os oficiais, como previamente te escrevi,
insistentemente pedem-te que cesses tuas atividades."
Até esse tempo não tinha havido nenhuma
sugestão de uma audiência. Simplesmente fora-me ordenado cessar
minha atividade, e a ameaça implícita que se eu não o fizesse,
"isto indubitavelmente trará o assunto de teu relacionamento
com a igreja." Não houve sugestão de uma audiência, foi-me
simplesmente ordenado que eu parasse com minha atividade. Eu seria
condenado sem recurso. A ameaça de que meu nome viria em
consideração podia significar qualquer coisa. Não fora levantada
nenhuma questão sobre a justiça de minha queixa. Eu já estava
condenado; a única questão era qual seria minha punição.
Isto me trouxe à mente o que tinha sido
publicado na Eternity Extra, que nossos homens tinham
"explicado ao Sr. Martin que eles (os adventistas) tinham
entre eles certos membros de sua "orla lunática, assim como há
similares irresponsáveis desvairados em todo campo do cristianismo
fundamental." Em contraste com essa "orla lunática"
havia uma "liderança sadia", de boas intenções. Não sei
como nossos líderes se conduziram com os evangélicos, mas eles
deixaram a impressão sobre aqueles homens que "o grupo
majoritário da sã liderança está determinado a colocar um freio em
qualquer membro que busque sustentar pontos de vista divergentes
dos da liderança responsável da denominação." Eternity
Extra, setembro de 1956, pág. 2.
Que o leitor pondere sobre isto. Temos uma
liderança sã, de acordo com sua própria estima. Temos também uma
orla lunática de irresponsáveis fora de si. Essa liderança sadia
está determinada a colocar um freio em "qualquer membro que
busque manter pontos de vista divergentes dos daquela liderança
responsável da denominação."
[Esse "freio da IASD" está em
conflito com o princípio de liberdade religiosa exarado por
A.T.Jones: "Tão certamente neste caso da igreja de Israel
contra os apóstolos e discípulos do Senhor, é também divinamente
mostrado que nenhuma igreja, nenhum concílio, comissão ou outra
corporação ou associação de oficiais, ou outros, pode jamais ter o
direito de ditar o que qualquer membro de sua própria comunhão
qualquer coisa que tenha de ver com o que deve crer ou não crer, ou
o que ensinará ou não ensinará."]
Eu não pude acreditar nisto quando o li de
início. Aqui estava eu, por 50 anos um honrado membro da igreja,
tendo mantido posições responsáveis. Mas se eu ousasse sustentar
"pontos de vista divergentes daqueles da liderança responsável
da denominação", eu me tornaria um membro dos
"irresponsáveis desvairados" que constituíam a "orla
(margem) lunática" da denominação; e sem uma audiência fui
ordenado cessar minhas atividades e sentir aplicados "os
freios".
Se eu não tivesse agora os documentos
diante de mim, eu teria dificuldades em crer que qualquer
"liderança sadia" tentaria abafar a crítica e fazer
ameaças contra qualquer membro que busque manter pontos de vista
divergentes dos daqueles da liderança responsável da igreja. E
chegou a isto. Roma foi um pouco além.
Alguns objetarão que isto é apenas o que
os evangélicos dizem de nossos líderes. O fato permanece que nossos
homens nunca protestaram contra essas acusações. Meu próprio caso
torna claro que sem qualquer julgamento ou audiência eu devia ser
levado diante do tribunal, não para uma audiência, mas para ser
condenado sem ser ouvido, pelos homens que se apontaram a si mesmos
como juízes. É para se ter em mente que isto foi antes da
Conferência Geral realizada em 1958, antes que a nova teologia
fosse oficialmente aceita, e antes que a denominação tivesse uma
oportunidade sobre o assunto. Toda crítica pública deve cessar. Se
eu não cessar, "certamente isto levará o assunto de teu
relacionamento para a igreja." Este foi o ultimatum.
Como eu reagi a isto? Como qualquer homem
faria. Ali estava uma usurpação de autoridade. Escrevi que eu era
um homem de paz, e que eu poderia se persuadido, não ameaçado.
Senti, e agora sinto, que esta denominação está enfrentando a
apostasia predita há longo tempo atrás, que nossos líderes estão
seguindo o exato procedimento que o Espírito de Profecia delineou
que se seguiria, e que eu tenho um dever do qual não devo me
esquivar. Lamento muito que nossos líderes pela ação deles tenham
tornado possível aos nossos inimigos trazer merecido opróbrio para
a causa de DEUS. Em minhas primeiras cartas mencionei que nossos
inimigos mais cedo ou mais tarde descobririam nossa fraqueza para
se aproveitarem dela. Pleiteei com nossos líderes para fazer emendas
para o que tinha sido feito, mas sem resultados. Estamos agora
colhendo o que semeamos.
Em minha próxima carta repetirei os
esforços que fiz para conseguir uma audiência - não uma audiência
secreta, mas uma audiência pública - e se isto não fosse o melhor -
uma audiência privada, mas uma que fosse gravada e que eu
conseguisse uma cópia. Nisto falhei. Darei as razões documentadas
de meu insucesso de conseguir uma audiência gravada.
Foi-me perguntado o que eu esperava
realizar. Recebi centenas de cartas oferecendo apoio se eu somente
fizesse certas coisas. Respondi a muitas poucas cartas, pois me é
fisicamente impossível entrar em correspondência. Recebi muitas
ofertas de conselho e direção, mas não quero envolver outros. Tenho
tido todos os tipos de motivos atribuídos a mim, algumas boas
pessoas aparentemente falhando em entender aquilo, ao atribuir
motivos estão julgando. Também parece impossível para alguns
entenderem que a doutrina em si mesma é bastante importante para
fornecer motivos para protestar. Nesta crise em que estamos, seria
covardia para mim falhar em vir em socorro do SENHOR contra o
poderoso.
Tive três delegações que vieram me pedir
para fazer algo "prático". De fato eles disseram:
"Estamos contigo, mas não estás tratando o assunto de modo
prático. No momento que tomarmos nossa posição ao teu lado, podemos
provavelmente perder nossa posição. (Eles eram ministros). Se tens
algo a nos oferecer, se quiseres começar outro movimento ao qual
podemos nos ajuntar, iríamos contigo. Mas ficar em dificuldades sem
nenhuma expectativa, é inútil. Nunca chegarás à parte alguma a não
ser que tenhas algo a oferecer."
A isto respondi que sou adventista do
sétimo dia, que não estou interessado em começar qualquer
movimento, e que não estou interessado no apoio de ninguém que
tenha tal ponto de vista. Isto não é a espécie de material que
suportaria na crise vindoura.
Sou adventista do sétimo dia,
regozijando-me na verdade. O direito e a verdade triunfarão no fim.
Espero que conforme a verdade da presente situação se torne
conhecida, haverá homens e mulheres que protestarão e exercerão
bastante influência para causar certas mudanças em nossa
organização, que assegurarão homens no santo ofício que são fiéis à
verdade uma vez entregue aos santos.
Termino esta com sinceros agradecimentos a
todos. Minha próxima carta sobre o assunto de uma audiência deve
ser interessante.
Carta 5 - Por Que Não Uma Audiência?
Numa carta anterior relatei como, no mês
de maio de 1957, entrei de posse de algumas minutas oficiais dos
Depositários White - supostamente "secretas" - que
revelavam uma tentativa de mexer nos Testemunhos ao inserir em
alguns dos volumes notas e explanações que fariam parecer que a
Irmã White estava em harmonia, ou pelo menos não oposta, com a
nova teologia advogada na revista adventista Ministry e no
livro Questions on Doctrine [Perguntas sobre Doutrina,
aprovado pela Associação Geral da IASD].
Fiquei confuso quando li esse documento
oficial, e sem dúvida perplexo quando soube que esse plano tinha
a sanção da liderança, e foi um procedimento aprovado. Isto
significaria que os homens poderiam livremente tentar fazer
inserções nos escritos do Espírito de Profecia, que viciariam ou
mudariam o significado pretendido do que a Irmã White tinha
escrito. Que segurança podíamos então ter de que os livros
publicados eram os ensinos não adulterados do autor, e que eles
não foram "remediados e corrigidos" como foram outros
livros, de acordo com o relato da revista evangélica Eternity
Extra, de setembro de 1956?
Conquanto me sentisse inquieto sobre o
que os homens tinham tentado fazer, minha real preocupação era
saber que aquilo tinha sido aprovado pela administração, e era
doravante para ser uma política aceita. Os homens poderiam agora
ir aos Depositários White, e com sua aprovação, inserir
explanações e notas secretamente e privadamente, antes que alguém
descobrisse o que estava acontecendo. E poderiam fazer isso com a
segurança de que se alguém soubesse e revelasse o que estava
sendo feito, a administração ameaçaria tal pessoa a não ser que
cessasse sua "atividade".
No meu caso, foi-me dito que as minutas
eram confidenciais, e que eu não tinha o direito de tê-las nem mesmo
de as ler. Embora eu tivesse citado diretamente e corretamente
das minutas oficiais, foi-me dito: "Estás fazendo tudo isso
sobre boatos e sobre minutas confidenciais que não tens direito
nem mesmo de ler." Carta, dezembro de 1957.
Enquanto os homens desejavam inserir
"notas", "explanações", "notas de
apêndice", "notas de rodapé", "notas
apropriadas", "nas futuras edições dos escritos de
Ellen G. White", (notem que todas essas declarações estão no
plural), o presidente da Associação Geral da IASD [R. R. Figuhr]
minimizou o assunto ao declarar na carta de 20 de setembro de
1957, que tudo o que aquilo envolvia era uma "referência
cruzada inserida no pé de certa página"; isto é, uma
referência cruzada, no fundo de uma página, em um dos livros da
Irmã White. Isto está tudo em desacordo com o registro oficial.
Como pode essa discrepância ser explicada?
Meu primeiro pensamento e esperança era
que eu seria chamado para dar explicações imediatamente, e ser
solicitado a provar minhas acusações ou a retratá-las; que um
grupo imparcial de homens seria solicitado a conduzir a
audiência. Mas nisto fui desapontado.
A primeira reação contra minha
"atividade" veio numa carta de 16 de dezembro de 1957.
Ali foi-me dito: "A questão de tua atividade foi discutida
pelos oficiais da Associação Geral, e eles profundamente deploram
o que estás fazendo. Eles portanto pedem que cesses tuas
presentes atividades."
Antes que eu tivesse uma oportunidade de
responder, recebi o seguinte em 19 de dezembro de 1957:
"Quero repetir o que te escrevi
antes, que os homens têm perfeito direito de ir aos conselhos,
incluindo o grupo dos Depositários White, e fazer suas sugestões
sem o temor de serem disciplinados ou tratados como heréticos.
Quando recordamos que estás fazendo tudo isso sobre boatos, e
sobre minutas confidenciais que não tens nem mesmo direito de
lê-las, isto certamente dá a impressão que não é o modo de o
adventista fazer as coisas. Não estiveste presente nas reuniões
deste conselho, e tudo o que sabes é boato e as notas breves registradas
pelo secretário daquela reunião... Agora ao tu ires adiante e
transmitires um assunto como este, certamente te colocas numa luz
inviável. Se fizeres isto, teremos de fazer alguma difusão
também. Isto te colocará em clara oposição com tua igreja, e certamente
levará o assunto de teu relacionamento com a igreja. Em vista de
tudo isto, os oficiais, como te escrevi anteriormente,
insistentemente te pedem para cessar tuas atividades."
Como será notado, não houve nenhum
sugestão de uma audiência para averiguar a verdade ou falsidade
de minhas acusações. Foi-me simplesmente pedido para cessar
minhas "atividades", ou então...
Como reagi a isso? Como qualquer homem
faria sob ameaça. Respondi que eu era um homem de paz, que eu
poderia ser persuadido, mas não ameaçado. Pedi que eles levassem
adiante seus planos. Eu estava pronto para o que viesse.
O que viria? Eu não sabia o que
significava por considerar o meu "relacionamento com a
igreja". Poderia não significar nada. Sei que impressão eles
deixaram sobre o Sr. Barnhouse, se alguém objetasse à usurpada
autoridade deles. Eis o que ele relatou:
"A posição dos adventistas pareceu
a alguns de nós em certos casos ser uma nova posição; para eles
pode ser meramente a posição do grupo majoritário da liderança
sadia que está determinada a colocar os freios em qualquer membro
que busque sustentar pontos de vista divergentes dos daquele da
maioria responsável da denominação." Eternity Extra,
1º de setembro de 1956.
Parece lamentável que nossos líderes
tenham deixado tal impressão sobre os evangélicos. Essa
declaração tem estado agora publicada por três anos. A atenção de
nossos líderes foi chamada a ela e pedidos foram feitos para que
negassem tal intenção. Mas eles não fizeram qualquer negação ou
protesto, e nosso povo relutantemente tem chegado à conclusão que
o Sr. Barnhouse está correto em sua avaliação de nossos líderes.
Acrescente-se a isto o que o Sr. Martin
relata que os líderes lhe disseram, que "eles (os
adventistas) têm entre seu número certos membros de sua 'orla
lunática', assim como há similares 'extremistas irresponsáveis'
em todo campo do cristianismo fundamental." Isto é o que os
nossos líderes disseram aos evangélicos na discussão de
importantes tópicos da natureza de CRISTO enquanto em carne.
Essas declarações eu considero um insulto. Isto mostra o desprezo
que nossos líderes têm por aqueles que discordam deles. Penso que
essas declarações dão ampla base para denúncia. Nosso povo é
tolerante, mas esta é a primeira vez que sei que leais
adventistas do sétimo dia são cobertos de insultos pelos líderes.
Um
Breve Encontro
A única reunião que tive com nossos
líderes foi num dia de fevereiro de 1958, quando dois oficiais me
pediram para encontrar-me com eles durante os poucos minutos que
tinham de folga entre as sessões de suas reuniões de negócios. A
coisa principal pareceu ser o desejo deles de saber se eu
pretendia continuar com minha "atividade". Disse-lhes
que eu pretendia. Uma observação foi feita de por que eu não
havia pedido uma audiência. Nunca tivera me ocorrido que eu
devesse pedir uma audiência. Eu esperava ser convocado. Mas
refletindo melhor sobre isso, no dia seguinte escrevi:
"Eu não sabia que querias que eu
fosse a Washington para uma audiência ou discussão, pois nunca
mencionaste tal coisa. Se este é o teu desejo, estou pronto a
ir... Tenho apenas um pedido, que a audiência seja pública, ou
que um estenógrafo esteja presente, e que eu receba uma cópia das
minutas." Carta, 5 de fevereiro de 1958.
Em resposta a isto recebi uma carta,
datada de 10 de fevereiro, convidando-me a ir, dizendo:
"Em concordância com o teu desejo,
os irmãos não vêem qualquer objeção em gravar nossa conversação.
Foi sugerido que um gravador seria o meio mais prático de fazer
isto."
Isto me foi satisfatório. Notei,
contudo, que nada fora dito de eu receber uma cópia das minutas.
Mas talvez, pensei, isto era tomado como certo, uma vez que eu
dera essa condição, e eles tinham aceito minha proposição. Mas me
senti inquieto. Se eu devesse escrever por mais confirmação
poderia parecer que eu estava questionando a sinceridade deles.
Mas quando até 21 de fevereiro não recebi mais nenhuma palavra,
escrevi:
"Se por equívoco ou intenção, não
respondeste ao meu pedido que me seria dada uma cópia das
minutas. Isto é necessário, pois em qualquer discussão do que é
dito ou não dito, será a minha palavra contra a dos doze. Não me
posso permitir colocar nessa posição. Esta é a condição para que
eu vá."
A isto recebi uma resposta datada de 27
de fevereiro:
"Sobre o assunto da gravação, penso
que indiquei em minha carta de 10 de fevereiro que os irmãos
tinham em mente gravar em fita as conversas da reunião. Isto
forneceria uma gravação completa do que foi dito e feito.
Assumimos que tal gravação completa seria conveniente para
ti."
Eu pedira uma cópia das minutas, e essa
carta me assegurava que uma gravação em fita seria feita que
"forneceria uma gravação completa do que seria dito e
feito." Fora assumido "que tal gravação completa seria
conveniente para ti." Ela seria. Finalmente fora-me assegurado
que uma gravação plena e completa seria feita, e que de acordo
com a sugestão deles próprios seria gravada em fita. Nada mais eu
poderia pedir.
Mas tendo lido Questions on Doctrine
cuidadosamente, eu notara que certas coisas eram ditas numa
página, e poucas páginas adiante elas eram ignoradas. Eu notara
certas expressões ambíguas, e isto me deu um senso de incerteza.
Eu não podia evitar a convicção que algumas dessas expressões
foram usadas com o propósito de confusão e foram intencionais
para iludir.
Eu portanto reli as cartas que eu tinha
escrito, e também aquelas que eu recebera, especialmente as
porções tratando com meu pedido por uma cópia das minutas. Notei
que em nenhum lugar meu pedido tinha sido reconhecido, mas o
assunto tinha sido evitado. Isto me fez pensar. Havia um estudado
propósito de não me dar uma cópia das minutas, conquanto as
cartas fossem escritas para dar a impressão que eu obteria uma
cópia delas? A evidência parecia consubstanciar minha suspeita.
Para tornar-me seguro, escrevi em 4 de março que eu queria a
garantia absoluta, explicitamente declarada, que eu conseguiria
uma "plena e completa cópia das minutas", tal como fora
mencionado. Terminei dizendo: "Sobre este ponto preciso ter
absoluta garantia."
Como até 12 de março não recebi
resposta, escrevi novamente, "Ainda estou aguardando pela
palavra definitiva que não somente uma gravação em fita será
feita, mas que obterei uma cópia. Como declarei em minha primeira
carta, esta é uma condição necessária."
Em 18 de março veio esta resposta:
"Tens te referido ao desejo de
teres as minutas gravadas, e também uma cópia das minutas. Ao
discutir isto com os oficiais, ocorreu aos irmãos que faremos
isto, que parece justo para todos os interessados: um secretário
é apontado dentro do grupo para escrever as conclusões a que
chegarmos, e isto é submetido ao grupo inteiro para aprovação,
após o que será dada uma cópia a todos. Cremos, Irmão Andreasen,
que esta sugestão será aceitável para ti."
Isto era inteiramente novo e uma
sugestão inteiramente diferente. Depois que foi-me dito na carta
de 27 de fevereiro, que uma fita gravada seria feita, uma
"completa" gravação do "que foi dito e
feito", e a esperança expressa de que tal "gravação
completa seria satisfatória" para mim, era-me agora
apresentado uma nova proposta não ouvida antes, uma reviravolta
completa. Não haveria estenógrafo, nenhuma gravação, nenhuma
minuta absolutamente, mas uma que escreveriam sobre as conclusões
realizadas. E isto era suposto que me agradasse! Certamente que
isto não me era satisfatório. Era uma completa ruptura da fé. Era
como substituir Lia por Raquel, uma transação desonrosa. Senti-me
como sentiu-se Jacó que havia sido iludido. Três semanas antes,
tinham-me prometido "uma cópia completa" das minutas
que era esperado ser-me satisfatório. Agora foi-me oferecida uma
cópia das conclusões, que também era esperada ser-me
satisfatória.
Essa carta de 18 de março revela o fato
de que nunca fora a intenção dar-me uma cópia das minutas, e não
obstante eles brincaram comigo, pensando que eu aceitaria a
sugestão deles, vindo a uma audiência ou discussão, e não tendo
nada gravado da discussão, mas somente as conclusões. Nas eras
escuras, os heréticos eram presos e condenados em segredo.
Naquela época não havia habeas corpus. E agora os oficiais
sugeriram uma sessão não gravada, onde somente poucos estariam
presentes e nenhum registro de qualquer tipo fosse feito!
Considero isto uma sugestão imoral. Do que estariam eles com
medo? Além disso, antes de ir a tal audiência a condição fora feita
"de que concordas em submeter teu caso ao comitê da
Associação Geral, de concordar com a decisão do comitê."
(Carta de 13 de maio de 1958). Isto claramente revela a intenção
do comitê. Uma audiência devia ser realizada, uma audiência secreta,
e entrar numa discussão, mas antes que a audiência ou discussão
fosse feita, eu deveria concordar em aceitar a conclusão e veredicto
deles. Sob essas condições, como poderiam eles ajudar a ganhar o
caso deles?
Parece que os oficiais tinham em mente
nomearem-se como acusadores, jurados, juízes e executores. Num
caso envolvendo pontos de doutrina onde é necessário que haja
discussão para se chegar a conclusões seguras, uma comissão
neutra de homens não diretamente envolvidos na controvérsia deve
ouvir o caso. Nenhum juiz ouve um caso onde ele esteja
pessoalmente interessado. Ele se recusa a julgar um caso onde ele
esteja mesmo remotamente interessado. Mas nossos oficiais
apontaram-se para julgar o caso e agir como árbitros numa disputa
envolvendo pontos de teologia, com o poder de agir e pedir que um
lado concorde de antemão em aceitar qualquer decisão que seja
feita. Isto, de certo, é equivalente a aceitar o dito de homens
elevados como administradores, executivos, promotores,
financistas, organizadores e conselheiros a ter jurisdição sobre
doutrina, para qual obra não estão educados. Tenho ouvido cada um
deles dizer, "Não sou teólogo".
Em 26 de março de 1958, respondi a carta
que afirmava que não haveria gravação nenhuma, mas que eu
receberia uma cópia das conclusões. Eu não precisava daquilo. Eu
sabia de antemão quais elas seriam, pois eu já havia sido julgado
e ameaçado. Eu tinha sido propositadamente mantido em ignorância
sobre o intento de não me darem uma cópia das minutas, mas de me
julgarem secretamente. Aparentemente fora intenção manter o
assunto desconhecido, e se eu de antemão concordasse em aceitar
as conclusões deles, eu poderia ser acusado de quebrar minha
promessa se eu fizesse qualquer comentário posterior. Se eu
pudesse ser induzido a vir a Washington sob essas condições, eu
certamente seria "humilhado". Com o caso inteiro na
mente, com as repetidas evasões ao meu pedido por uma cópia das
minutas, senti que eu fora iludido e terminei minha carta
dizendo, "Tua promessa quebrada cancela o acordo."
Minha fé nos homens tinha sido severamente abalada.
Em 3 de abril recebi uma resposta
declarando que minha carta "tinha sido recebida e seu
conteúdo apresentado aos oficiais." Não havia menção alguma
de minha declaração, "Tua promessa quebrada cancela o
acordo", a parte mais importante. Além disso, esta
declaração não fora lida aos oficiais, pois um mês mais tarde
recebi uma carta dizendo, "Através de outros eu soube que
sentes que quebramos nossas promessas para ti." Esta
perversão de minhas palavras tinha saído ao campo, que
naturalmente creriam que eu havia escrito aos outros e não para a
pessoa interessada. Não faço esse tipo de obra.
Nessa carta de 3 de abril o escritor
declara:
"É verdadeiro, como declaraste, que
a gravação da fita foi sugerida no início, sem a promessa,
contudo, de dar-te uma cópia. Desde que foi feita esta sugestão,
pensamos mais sobre o assunto e cremos que tal sugestão não seria
um plano sábio a seguir... A gravação de uma fita de cada pequeno
detalhe não seria justa aos participantes. Em tais discussões não
é incomum para homens fervorosos cometerem deslizes de que mais
tarde se arrependem e corrigem. O homem mortal está sujeito a
tais erros; mas por que preservá-los? O propósito sincero da
reunião seria chegar a conclusões justas... Conforme revejo tuas
cartas, isto pareceria estar de acordo com tua sugestão
original."
Isto torna claro muitos assuntos. Admite
que uma gravação de fita fora sugerida no início. Também torna
claro que nunca foi intenção dar-me uma cópia, embora as cartas
foram escritas para esconder este fato. Também declara que os
oficiais mudaram de idéia e decidiram que seria sábio não gravar
nada, pois isso "não seria justo para os
participantes," uma mais surpreendente razão, e revelando a
mais decidida fraqueza. E então a última declaração inverídica:
"Conforme revejo tuas cartas, isto pareceria estar de acordo
com tua sugestão original."
Maior inverdade jamais pronunciada. Eu
desafio o escritor que diz que releu minhas cartas, a encontrar
qualquer lugar em que digo ou intimo tal coisa. E ainda, essa
impressão foi para o campo a partir de Washington. Nunca
suspeitando que Washington diria nada senão a absoluta verdade,
os homens do campo que foram admoestados a "manterem-se
alinhados", naturalmente creriam que aquela fora minha
"sugestão original". Nada pode estar mais longe da
verdade. Várias vezes enfatizei em todas as minhas cartas que eu
queria uma cópia das minutas, e agora o escritor diz como se ele
tivesse relido em minhas cartas de que uma cópia das conclusões
fora minha sugestão original. Qual foi sua razão por tão patente
erro? Penso que sei. É possível que as notícias de Washington
sejam dadas com ponto de vista viezado?
Por
que esta mudança repentina?
Deve haver algumas razões importantes
para que fosse de repente decidido não ter nenhuma gravação, após
ter sido primeiro decidido ter uma gravação completa e plena de
"tudo o que for dito e feito"? Os registros da crise de
1888, o Alfa da apostasia, desapareceram em grande parte, e os
relatos existentes estão seguramente escondidos e não
disponíveis. Não queremos uma situação semelhante no tempo do Omega.
Que haja luz.
Não sei por que veio a mudança. Posso
apenas supor. Ficou entendido que minha "atividade"
seria considerada tanto quanto meu relacionamento com a igreja.
Os irmãos também sugeriram que talvez eu tivesse algumas questões
além que deveriam ser discutidas. Eu tinha. Fiz uma lista desses
assuntos. Eis aqui:
1 - Os artigos do Pr. Froom,
particularmente aquele da revista Ministry de fevereiro de
1957, rebaixando a Sra. White.
2 - As visitas aos Depositários White
dos Pastores Anderson e Read com relação a ter inserções feitas
nos escritos da Sra. White, e as políticas gerais agora
prevalecentes.
3 - A lista de tópicos discutidos com os
evangélicos que tomaram "centenas de horas", e as
primeiras conclusões chegadas.
4 - A lista detalhada de livros
"remediados e corrigidos" sob a recomendação do Sr.
Martin, e uma posterior lista de livros ainda serem remediados.
5 - O processo de US$ 3.000,00
6 - Proselitismo. O que foi acordado.
7 - O significado de "colocar um
freio" e "orla lunática" e "extremistas
irresponsáveis".
8 - A nova universidade e os débeis
campos externos.
9 - "Moedas cambiais".
10 - Uma auditoria completa por uma
firma responsável de auditores externos.
Esta lista não enviei para Washington,
pois eu bem sabia que seria uma matéria de meses de espera por
tal programa. Sugeri apenas poucos assuntos, e certamente eu
sabia qual seria o resultado. Mas, curiosamente bastante,
exatamente nessa ocasião os irmãos decidiram que não seria sábio
ter qualquer gravação feita. Sob tais circunstâncias concordei
com a decisão deles. A razão pusilâmine [covarde] dada para não
ser feita nenhuma gravação - que os irmãos poderiam fazer
observações das quais depois se arrependeriam - é simplesmente
tola. Mas que não haja mal entendido. Uma explicação ainda terá
de ser dada.
Para culminar, veio isto na carta de 3
de abril: "Nunca pediste uma audiência." Deixarei ao
leitor decidir esta questão por si mesmo. Respondi:
"Não cometas erro neste ponto. Eu
não somente queria uma audiência, mas tal audiência deve ser
realizada se todo este lamentável assunto tiver de ser resolvido.
Dizes que imaginastes se eu estou sendo realmente sincero em
querer uma audiência. Sim, quero uma audiência. Eu exijo uma. Não
uma audiência secreta. Mas uma aberta, ou com uma gravação plena
e completa de tudo o que for dito ou feito. Este tem sido meu
desejo desde o começo. Nenhum tribunal secreto."
Minha última comunicação com a
Associação Geral foi datada de 28.06.58. Perguntei se ainda havia
a determinação de dar-me uma audiência com uma fita gravada para
mim. Uma secretária respondeu:
"Com referência a uma gravação em
fita da reunião, sou instruída a dizer que nossa correspondência
não revela nenhuma promessa de uma fita gravada para ti. Se
desejado, uma gravação pode ser feita, mas será mantida neste
escritório para um registro permanente como previamente
declarado."
Isto me deixou livre. Exauri todos os
meios de correspondência com os homens a quem havia de me
dirigir. Posso agora falar à igreja, como CRISTO disse que
deveria ser feito se os outros meios falhassem. Isto farei. Mas
ainda estou pronto para uma audiência ou julgamento,
apropriadamente conduzido e devidamente gravado. Deixa a luz entrar.
Paixões
Herdadas
Na página 383 do livro Questions on
Doctrine ocorre a declaração que CRISTO "estava isento
[imune] das paixões herdadas e das poluições que corrompem os
descendentes naturais de Adão."
Essa não é citação do Espírito de
Profecia. É uma nova doutrina que jamais apareceu em qualquer das
Declarações de Crenças da denominação adventista do sétimo dia, e
está em conflito direto com nossas anteriores declarações de
doutrina. Não foi "adotada pela Associação Geral numa sessão
quadrienal, quando delegados credenciados de todo campo estão
presentes", como Questions on Doctrine diz que
precisa ser feito para a declaração ser oficial. Ver página 9. É
portanto uma doutrina não aceita nem aprovada.
Duas
Declarações
Há duas afirmações nos Testemunhos que
são referidas para provar que CRISTO era isento [imune] de
paixões herdadas. A primeira diz que CRISTO "é nosso exemplo
em todas as coisas. Ele é um irmão em nossas enfermidades, mas
não em possuir paixões semelhantes." Testimonies,
vol. 2, pág. 202. A outra declara, "JESUS era um poderoso
suplicante, não possuindo as paixões de nossas humanas naturezas
caídas, mas cercado com enfermidades semelhantes, tentado em
todos os pontos mesmo como somos." Testimonies, vol.
2, pág. 509. Ambas essas declarações mencionam
"paixões", nenhuma delas menciona
"poluições". A palavra isento [exempt em inglês
também significa imune] não é encontrada.
Porventura a declaração da Irmã White de
que CRISTO não tinha ou possuía paixões significa que Ele era
imune a elas? Não, pois não ter paixões não é equivalente a ser
isento delas [ou estar imune a elas]. São dois conceitos
inteiramente diferentes. Isento é definido "estar livre e
excusado de uma obrigação opressiva; tirar, libertar, liberar
como de um regulamento que os outros devem observar, que obriga
os outros; estar imune de."
Foi CRISTO excusado de "uma regra
que os outros precisam observar, que obriga os outros"? Não,
"DEUS permitiu Seu Filho vir, um indefeso bebê, sujeito à
(não imune à) fraqueza da humanidade. Ele Lhe permitiu enfrentar
os perigos da vida em comum com toda alma humana, lutar a batalha
como cada filho da humanidade precisa combatê-la, ao risco de
fracasso e perda eterna." Desire of Ages [O
Desejado de Todas as Nações], pág. 49.
"Enquanto Ele era uma criança, Ele
pensava e falava como criança, mas nenhum traço de pecado
desfigurava a imagem de DEUS dentro Dele. Não obstante Ele não
estava isento da tentação. Ele estava sujeito (não imune) a todos
os conflitos que temos de enfrentar." Ibidem, pág.
71.
"DEUS não poupou Seu próprio
Filho." Romanos 8:32. "Nenhum filho da humanidade
jamais será chamado a viver uma vida santa em meio a tão feroz
conflito com a tentação como foi nosso Salvador." Desire
of Ages, pág. 71.
"Era necessário para JESUS estar
constantemente em guarda para preservar Sua pureza." Ibidem.
Um homem pode não ter câncer, mas significa isto que ele está
imune, isento de pegar câncer? Não absolutamente. No ano seguinte
ele por ser afligido pelo câncer. A Irmã White não diz que CRISTO
era isento de paixões. Ela diz que Ele não tinha paixões, não
possuía paixões, não que ele era imune a elas.
Por que CRISTO não tinha paixões? Porque
"a alma precisa propor-se ao ato pecaminoso antes que a
paixão possa ter domínio sobre a razão, ou a iniquidade triunfar
sobre a consciência." Testimonies, vol. 5, pág. 177.
E CRISTO não se propunha a nenhum ato pecaminoso. Nem por um
momento havia Nele uma propensão pecaminosa.
"Era necessário para JESUS estar
constantemente em guarda para preservar Sua pureza." O
Desejado, 71. Ele era puro, santo, impoluto. Mas isto não
significa que JESUS era imune à tentação ou ao pecado. "Ele
poderia ter pecado, Ele poderia ter caído." SDABC,
vol. 5, pág. 1128. Ainda estou perplexo como pode alguém fazer a
Irmã White dizer que CRISTO era isento, quando ela diz exatamente
o oposto, e não utiliza a palavra isento.
É a
Tentação Pecado?
Tentação não é pecado; mas pode
tornar-se se nos rendermos a ela. "Quando pensamentos
impuros são acariciados, eles não precisam ser expressos em palavras
ou atos para consumar o pecado e levar a alma à condenação."
Testimonies, vol. 4, pág. 623. "Um pensamento impuro
tolerado, um desejo não santo acariciado, e a alma está
contaminada... Todo pensamento mau deve ser imediatamente
repelido." Testimonies, vol. 5, pág. 177.
Satanás nos tenta a pecar. DEUS utiliza
tentação controlada para nos fortalecer e ensinar a resistir.
Satanás tentou Adão no Éden; ele tentou Abraão e todos os
profetas; ele tentou CRISTO; ele tenta todo homem, mas DEUS
"não nos deixará ser tentados além do que podemos
suportar." I Coríntios 10: 13.
"CRISTO foi um agente moral livre
que podia ter pecado se assim desejasse. Ele estava em liberdade
de render-Se às tentações de Satanás e de agir em oposição a
DEUS. Se assim não fosse, se não Lhe fosse possível cair, Ele não
poderia ser tentado em todos os pontos como a família humana é
tentada." Youths' Instructor, 26 de outubro de 1899.
A
Grande Lei da Hereditariedade
Questions on Doctrine diz na página 383, que CRISTO foi
"isento das paixões herdadas e das poluicões que corrompem
os descendentes naturais de Adão." Toda criança que é
nascida neste mundo, herda diversos traços de seus ancestrais.
Herdou CRISTO semelhantes traços? Ou foi ele isento? Eis a
resposta:
"Como todo filho de Adão, JESUS
aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade."
O Desejado, pág. 48. "O resultado disso é mostrado na
história de Seus ancestrais terrestres." Ibidem. Alguns
desses ancestrais eram gente boa; alguns não tanto; alguns eram
maus; alguns eram muito maus. Havia ladrões, assassinos,
adúlteros, enganadores, entre eles. JESUS tinha os mesmos
ancestrais que todos nós temos. "Ele veio com tal
hereditariedade para compartilhar nossas tristezas e
tentações." Ibidem. "JESUS aceitou a humanidade
quando a raça tinha sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado."
Ibidem.
Em vista dessas e de muitas outras
declarações, como pode alguém dizer que JESUS era imune? Longe de
estar isento ou relutantemente submisso a essas condições, Ele
aceitou-as. Duas vezes isto é declarado nas citações aqui feitas.
Ele aceitou os resultados da operação da grande lei da
hereditariedade, e com "tal hereditariedade Ele veio para
compartilhar de nossas tristezas e tentações."
A escolha do devoto adventista é
portanto entre Questions on Doctrine e Desire of Ages,
entre a falsidade e a verdade. "DEUS permitiu Seu Filho vir,
um bebê indefeso, sujeito às fraquezas da humanidade. Ele Lhe
permitiu enfrentar os perigos da vida em comum com toda alma
humana, a lutar as batalhas como cada filhos da humanidade
precisa lutá-la, ao risco de fracasso e perda eterna." O
Desejado, pág. 49.
"CRISTO sabia que o inimigo viria a
todo ser humano para tomar vantagem da fraqueza hereditária... e
ao passar pelo caminho que o homem deve percorrer, nosso SENHOR
nos preparou o caminho para vencermos." O Desejado,
pág. 122-123. "Sobre Ele que depôs Sua glória, e aceitou a
fraqueza da humanidade, a redenção do mundo deve repousar." Ibidem,
pág. 11.
Poucos, mesmo de nossos ministros,
conhecem algo do que a Irmã White chama de a grande lei da
hereditariedade. Não obstante esta é a lei que tornou a
encarnação efetiva e fez de CRISTO um homem real, como um de nós
em todas as coisas. Que CRISTO devesse ser como um de nós em
todas as coisas, Paulo considerava uma necessidade moral da parte
de DEUS, e torna evidente ao assim afirmar. Diz ele: "Em
todas as coisas convinha que Ele Se tornasse como Seus irmãos,
para que Ele pudesse ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas
coisas pertinentes a DEUS para fazer reconciliação pelos pecados
do povo; pois naquilo que Ele mesmo sofreu, sendo tentado, é
capaz de socorrer os que são tentados." Hebreus 2:17-18.
Convinha aqui significa "devia", um dever moral recaído
sobre DEUS.
A grande lei da hereditariedade foi
decretada por DEUS para tornar a salvação possível, e é uma das
leis elementares que nunca foi abolida. Eliminada essa lei, e não
temos Salvador que possa ser de ajuda ou exemplo para nós.
Graciosamente CRISTO aceitou esta lei, e assim tornou a salvação
possível. Ensinar que CRISTO era imune a esta lei nega o
cristianismo e torna a encarnação um logro piedoso. Queira DEUS
libertar os adventistas do sétimo dia de tais ensinos e
ensinadores!
Poluição
Não toquei no assunto da poluição,
embora ele é mencionado em Questions on Doctrine em
conexão com paixões. CRISTO estava sujeito à grande lei da
hereditariedade, mas isto nada tem a ver com poluição.
Pensamentos impuros tolerados, desejos ímpios acariciados, más
paixões favorecidas, terminarão em contaminação, poluição, e
pecado franco. Mas CRISTO não foi afetado por nada disso. Ele
"não recebeu nenhum aviltamento;" "JESUS, vindo
habitar com a humanidade, não recebeu nenhuma poluição." O
Desejado, pág. 266.
Paixão e poluição são duas coisas
diferentes, e não devem ser colocadas juntas como são em Questions
on Doctrine. Paixão pode geralmente ser igualada com
tentação, e como tal não é pecado. Um pensamento impuro pode vir
espontâneo mesmo numa ocasião sagrada, mas ele não corrompe; não
é pecado, a não ser que seja acariciado e tolerado. Um desejo não
santo pode de repente refletir na mente sob instigação de
Satanás; mas não é pecado a não ser que seja acariciado.
A lei da hereditariedade se aplica a
paixões e não a poluições. Se a poluição é hereditária, então
CRISTO teria sido poluído quando veio a este mundo, e não poderia
ser, portanto, "aquela coisa santa." Lucas 1:35. Mesmo
os filhos de um marido descrente são chamados santos, uma
declaração que deve ser um conforto às esposas de tais maridos. I
Coríntios 7:14. Como adventistas, contudo, não cremos no pecado
original.
Sobre esse assunto de poluição há muito
a dizer. Mas como o problema que estamos enfrentando trata
somente com paixões, não discutiremos poluição adiante. Na
ocasião, posso ter mais a dizer sobre paixões, pois considero a
declaração em Questions on Doctrine heresia mortal,
destrutiva da expiação.
Minha próxima carta será a última desta
série. Mas se o leitor consultar a lista dos dez assuntos que
enumerei nesta carta, verá que ainda há muito a ser feito. E
aquela lista não é exaustiva. Contudo, darei tempo para o que
tenho dito penetrar, pois corpos grandes são vagarosos, e toma
tempo para "levedar toda massa". Mas o fermento está
operando, e no devido tempo os resultados esperados virão. Mas
não tenho pressa. O tempo está com a verdade, e a verdade fará seu
curso, e não é dependente de nenhum instrumento humano.
Tenho recebido muitas cartas
encorajadoras, e sou grato por elas, e só lamento que preciso
deixar muitas sem responder. Um homem proeminente de Washington
escreveu-me sobre a confusão existente lá, e declarou:
"Estamos observando os eventos, e quando o tempo vier,
estaremos prontos para agir. Pessoalmente, não creio que o tempo
esteja maduro, mas está perto. Estamos contigo, e podes depender
de nós."
Estou contente de relatar que minha
saúde está boa, e que estou desfrutando a vida no limite [O Pr.
Andreasen faleceu em 1962, aos 86 anos]. É maravilhoso viver num
tal tempo como este. "Sou imortal até que minha obra seja
feita." Isto pode ser amanhã, mas se assim for, estou
satisfeito e preparado.
Saudações a todos os meus amigos com I
Tessalonicenses 5: 25: "Irmãos, orai por nós."
(Assinado) M. L. Andreasen.
Carta 6 - A Expiação
Na década de 1950 a liderança
americana da IASD entrou em acordo com líderes porta-vozes
evangélicos americanos (Martin & Barnhouse), para que a
IASD não mais fosse considerada uma seita, mas sim uma igreja
como as demais igrejas evangélicas. Tanto assim que já em 1959,
a IASD passou a fazer parte como membro cooperador do Concílio
Nacional de Igrejas dos Estados Unidos, uma organização ecumênica.
Para tanto, a IASD deveria abdicar de
certas doutrinas fundamentais dos pioneiros adventistas, as
quais são apoiadas pelo Espírito de Profecia de Ellen G. White.
Dentre essas doutrinas fundamentais está a da Expiação, que os
protestantes crêem ter-se completado no Calvário, porque eles
não crêem na doutrina do santuário celestial.
Mas a verdadeira posição adventista
que a Sra. White escreve em seus livros, é que no Calvário
encerrou-se apenas a primeira fase do processo da Expiação, a
qual continuou no santuário celestial, após CRISTO ter
ascendido ao céu, fazendo intercessão com Seu sangue em favor
do pecador crente e arrependido.
Assim, para agradar aos teólogos
protestantes e iludir os adventistas, os teólogos da IASD (L.E.
Froom, R.A. Anderson, Walter Read, etc.), apoiados pelo
Presidente da Conferência Geral, R. Fighur, a partir de 1956,
mudaram a terminologia, e passaram a ensinar que a Expiação
completou-se no Calvário, e que CRISTO no santuário celestial
fazia apenas a aplicação dos benefícios da expiação completada
no Calvário. Essa nova posição dos teólogos adventistas
contraria inteiramente o Espírito de Profecia. Esta última
carta da série escrita pelo Pr. Andreasen, que é considerado
uma autoridade na doutrina do Santuário, trata desse importante
tema da Expiação.
O estudante sério da Expiação fica
provavelmente perplexo quando consulta o Espírito de Profecia
ao achar dois conjuntos de afirmações aparentemente
contraditórias sobre a Expiação. Encontrará que quando CRISTO
"ofereceu-Se sobre a cruz, uma expiação perfeita foi feita
pelos pecados do povo." Signs of the Times, 28 de junho de
1899. Achará que o Pai inclinou-Se diante da cruz "em
reconhecimento de sua perfeição. 'É suficiente', disse Ele, 'a
expiação está completa.'" RH, 24-09-1901.
Mas em O Grande Conflito, pág. 422,
achará isto: "No término dos 2.300 dias, em 1844, CRISTO
entrou no lugar santíssimo do santuário celestial, para
executar a obra de encerramento da expiação." Em
Patriarcas e Profetas, pág. 357, lemos que os pecados
"permanecerão registrados no santuário até a expiação
final." (Em 1844). Na página 358 afirma-se que na
"expiação final os pecados dos verdadeiros penitentes
devem ser apagados dos registros do céu." Primeiros
Escritos, pág. 253, diz que "JESUS entrou no santíssimo do
celestial, ao fim dos 2.300 dias de Daniel 9, para fazer a
expiação final."
O primeiro conjunto de declarações diz
que a expiação foi feita na cruz; o outro conjunto diz que a
expiação final foi feita 1800 anos depois. Encontrei sete declarações
que a expiação foi feita na cruz; achei 22 afirmações que a
expiação final foi feita no céu. Ambos os conjuntos são sem
dúvida incompletos; pois pode haver outras declarações que
escaparam de minha atenção. É evidente, contudo, que não podemos
aceitar um conjunto de declarações e rejeitar o outro se
quisermos chegar à verdade. A questão portanto é qual
declaração é verdadeira? Quais são falsas? Ou, são ambas
verdadeiras? Se são, como podem se harmonizar?
Fiquei perplexo quando na revista
adventista Ministry, de fevereiro de 1957, encontrei a
declaração [do Pr. Froom] que "o ato sacrifical na cruz
foi uma expiação completa, perfeita e final." Isto está em
distinta contradição com os pronunciamentos da Sra. White que a
expiação final começou em 1844.
Definição
de Expiação
Tenho ouvido a várias discussões sobre
o significado da palavra hebraica "KAPHAR", que é a
palavra usada no original para expiação, mas recebi pouca
ajuda. A melhor definição encontrei numa curta frase
explanatória no Patriarcas e Profetas, pág. 358, que
simplesmente afirma que a expiação, "a grande obra de
CRISTO, ou o apagamento do pecado, era representada pelos
serviços no dia da expiação."
Essa definição está em harmonia com
Levítico 16:30, que diz que, "o sacerdote fará expiação
por vós, para limpar-vos, para que possais estar purificados de
todos os vossos pecados diante do SENHOR." Expiação é aqui
igualada a ser "limpo de todos os vossos pecados."
Como o pecado foi a causa de separação entre DEUS e o homem, a remoção
do pecado haveria novamente de unir DEUS e o homem. E isto
seria reconciliação, harmonização [em inglês, at-one-ment,
a uma mente].
CRISTO não precisava de nenhuma
expiação (reconciliação), pois Ele e o Pai foram sempre um.
João 10: 30. CRISTO orou por Seus discípulos "para que
eles todos sejam um, como Tu, Pai, és em Mim e Eu em Ti, que
eles também possam ser um em Nós." João 17: 21.
A definição de expiação como
consistente de três palavras, em inglês, at-one-ment, é por
alguns considerada obsoleta, mas não obstante representa
verdade vital. A Sra. White assim a usa. Diz ela: "a não
ser que aceitem a expiação provida em favor deles no sacrifício
reparador de JESUS CRISTO que é nossa expiação, at-one-ment,
com DEUS." Mss. 122, 1901.
O plano de DEUS é que "na
plenitude do tempo Ele pudesse reunir juntos em um todas as
coisas em CRISTO." Efésios 1:10. Quando isso for feito,
"a família do céu e a família da terra são uma só." O
Desejado, 835. Então, "uma única pulsação de harmonia e
alegria vibra por toda a vasta criação." O Grande
Conflito, 678. Finalmente, a expiação está completa.
Duas
Fases da Expiação
Muita confusão a respeito da expiação
surge da negligência de reconhecer as duas divisões da
expiação. Note que é dito de João Batista, "Ele não
distinguia claramente as duas fases da obra de CRISTO - como um
sacrifício sofredor, e um rei conquistador." O Desejado,
136, 137. O livro Questions on Doctrine [de Froom, Anderson e
Read, publicado em 1957, cujos erros foram repetidos em Nisto
Cremos, publicado em 1988, ambos da IASD] comete o mesmo erro.
Não distingue claramente; de fato não distingue em absoluto;
parece não conhecer as duas fases; daí a confusão.
A
Primeira Fase da Expiação
A primeira fase da expiação de CRISTO
foi de um sacrifício sofredor. Isto começou antes que houvesse
mundo, incluía a encarnação, a vida de CRISTO sobre a terra, a
tentação no deserto, o Getsêmane, o Gólgota, e findou quando a
voz de DEUS chamou CRISTO da "prisão pétrea da
morte". O capítulo 53 de Isaías é um quadro disto.
Satanás venceu Adão no jardim do Édem,
e em pouco tempo quase o mundo inteiro ficou sob seu domínio.
No tempo de Noé houve apenas oito almas que entraram na arca.
Satanás reivindicava ser o príncipe deste mundo, e ninguém o
desafiou.
Mas DEUS não reconheceu a pretensão de
Satanás por domínio, e quando CRISTO veio à terra, o Pai
"deu o mundo na mão de Seu Filho, para que através de Sua
obra mediatória Ele pudesse completamente vindicar a santidade
e os reclamos obrigatórios de cada preceito da lei
divina." Bible Echo, Janeiro, 1887. Este foi um
desafio à pretensão de Satanás, e assim começou resolutamente a
grande controvérsia entre CRISTO e Satanás.
"CRISTO tomou o lugar do caído
Adão. Com os pecados do mundo postos sobre Ele, JESUS haveria
de ir ao terreno onde Adão tropeçara." RH,
24-02-1874. "JESUS prontificou-Se a enfrentar os mais
altos reclamos da lei." RH, 02.09.1890. CRISTO
fez-Se responsável por todo homem e mulher sobre a terra."
RH, 27-01-1900.
Como Satanás reclamava o domínio da
terra, era necessário para CRISTO vencer a Satanás, antes que
JESUS pudesse tomar possessão de Seu reino. Satanás sabia
disso, e então fez uma tentativa de matar CRISTO tão logo Ele
nascesse. Contudo, como uma disputa entre Satanás e uma
criatura indefesa na manjedoura não seria justa, DEUS frustrou
aquilo.
O primeiro encontro verdadeiro entre
CRISTO e Satanás ocorreu no deserto. Após 40 dias de jejum,
CRISTO estava fraco e emaciado, à porta da morte. Nessa ocasião
Satanás fez seu ataque. Mas CRISTO resistiu, mesmo "até o
sangue", e Satanás foi compelido a retirar-se derrotado.
Mas o diabo não desistiu. Por todo o ministério de CRISTO,
Satanás perseguiu Suas pegadas, e tornou cada momento uma árdua
batalha.
Getsêmane
O clímax da luta de CRISTO com
Satanás, veio no jardim do Getsêmane. Até ali CRISTO fora
sustido pelo conhecimento da aprovação do Pai. Mas agora Ele
"estava oprimido pelo terrível temor de que DEUS estivesse
removendo Sua presença de JESUS." Spirit of Prophecy,
vol. 3, pág. 95. Se DEUS O abandonasse, poderia JESUS ainda
resistir a Satanás e morrer em vez de submeter-se ao diabo?
"Três vezes Sua humanidade recuou do último sacrifício
coroador... A sorte da humanidade tremeu na balança."
Ibid., pág. 99. "Conforme a presença do Pai era retirada,
eles O viram triste, com uma amargura de tristeza que excede
aquela da última luta com a morte." O Desejado,
pág. 759. "JESUS caiu moribundo ao solo, mas com Seu
último resto de força murmurou, 'Se este cálice não pode passar
sem que Eu o beba, seja feita a Tua vontade...' Uma paz
celestial repousou sobre Sua face ensangüentada. Ele havia
suportado o que nenhum ser humano jamais podia suportar; Ele
havia provado os sofrimentos da morte em favor de todo
homem." O Desejado, pág. 694. Em Sua morte, Ele foi
vitorioso.
"Quando CRISTO disse, 'Está
consumado', DEUS respondeu, 'Está consumado, a raça humana terá
outra provação [teste, prova].' O preço da redenção está pago,
e Satanás caiu do céu como um raio." Mss. 11, 1897.
"Quando o Pai contemplou a cruz
Ele ficou satisfeito. DEUS disse, 'É suficiente, a oferta está
completa.'" Signs of the Times, 30-09-1899.
Era necessário, contudo, que fosse
dado ao mundo uma severa manifestação da ira de DEUS, e assim,
"na sepultura CRISTO foi o cativo da justiça divina."
M.V.F., 24-01-1898. Precisava ser abertamente atestado que a
morte de CRISTO fora real. Assim, JESUS deveria
"permanecer na sepultura o indicado período de
tempo." R&H, 26-04-1898. Quando o tempo expirou, um
"mensageiro foi enviado para aliviar o Filho de DEUS do
débito pelo qual tornara-Se responsável e pelo qual tinha feito
expiação completa." Mss. 94, 1897.
"Na oração intercessória de JESUS
com Seu Pai, CRISTO reivindicou que havia cumprido as condições
que tornava obrigatório ao Pai cumprir a Sua parte do contrato
feito no céu, com relação ao homem caído. JESUS orou,
'completei a obra que Tu Me deste para fazer.'" A Sra.
White faz então este esclarecimento, "Isto é, JESUS tinha
formado um caráter justo sobre a terra, como um exemplo para o
homem seguir." Spirit of Prophecy, vol. 3, pág.
260.
O "contrato" entre o Pai e o
Filho feito no céu, incluía o seguinte:
1 - O Filho devia desenvolver um
"caráter justo sobre a terra como um exemplo para o homem
seguir."
2 - Não somente era para JESUS formar
tal caráter, mas Ele devia demonstrar que o homem também
poderia fazê-lo; e assim DEUS faria que os homens se tornassem
"mais escassos do que o ouro puro, mais raros do que o
ouro de Ofir."
3 - Se CRISTO assim pudesse apresentar
o homem como uma nova criatura em CRISTO JESUS, então DEUS
devia "receber os homens arrependidos e obedientes, e
haveria de amá-los mesmo como Ele ama a Seu Filho." Spirit
of Prophecy, vol. 3, pág. 260; O Desejado, pág. 790.
CRISTO "cumpriu uma fase de Seu
sacerdócio ao morrer sobre a cruz. Ele está agora cumprindo
outra fase ao pleitear diante do Pai o caso dos pecadores
arrependidos e crentes, apresentando a DEUS as ofertas de Seu
povo." Mss. 42, 1901. "Em Sua encarnação JESUS
atingiu o limite prescrito como um sacrifício, mas não como um
rendentor." Mss. 111, 1897. No Gólgota CRISTO foi a
vítima, o sacrifício. Aquilo foi tão longe quanto JESUS podia
ir como um sacrifício. Mas agora Sua obra como redentor
começou. "Quando CRISTO exclamou 'Está consumado', a mão
invisível de DEUS rompeu de alto a baixo o forte tecido que
compunha o véu do templo. O caminho para dentro do santíssimo
foi tornado manifesto." Ibidem.
Com a cruz, a primeira fase da obra de
CRISTO como "sacrifício sofredor" terminou. JESUS
tinha ido ao "limite prescrito" como um sacrifício.
Ele tinha concluído a Sua obra "até aqui". E agora,
com a aprovação do sacrifício pelo Pai, JESUS foi autorizado a
ser o Salvador da humanidade. Na ulterior coroação, 40 dias
mais tarde, foi-Lhe dado todo poder no céu e na terra, e
oficialmente investido como Sumo Sacerdote.
A
Segunda Fase da Expiação
"Após Sua ascensão nosso Salvador
começou Sua obra como Sumo Sacerdote... Em harmonia com o
serviço típico, Ele iniciou Sua ministração no lugar santo, e
ao término dos dias proféticos em 1844... JESUS entrou no lugar
santíssimo para executar a última parte de Sua solene obra,
para purificar o santuário." Spirit of Prophecy,
vol. 4, pág. 265, 266. Na mesma página 266, a Irmã White
repete, aparentemente para ênfase, "no término dos 2.300
dias em 1844, CRISTO então entrou no lugar santíssimo do
santuário celestial, na presença de DEUS, para realizar a obra
de encerramento da expiação, preparatória para Sua vinda."
O leitor não pode falhar em notar quão claramente e enfaticamente
isto é declarado. João Batista "não distinguia claramente
as duas fases da obra de CRISTO, como um sacrifício sofredor e
como um rei conquistador." O Desejado, pág. 136,
137. Nossos teólogos estão cometendo o mesmo erro hoje - e são
inexcusáveis. Eles têm luz que João não tinha.
Ao estudar esta parte da expiação,
estamos entrando num campo que é distintamente adventista, e no
que diferimos de todas as outras denominações. Esta é nossa
única contribuição à religião e teologia, aquilo que "tem
feito de nós um povo separado, e tem dado caráter e poder à
nossa obra." Counsels to Editors and Writers, pág.
54. No mesmo lugar ela nos adverte contra "invalidar as
verdades da expiação, e destruir nossa confiança nas doutrinas
que temos mantido sagradas desde que a mensagem do terceiro
anjo foi dada pela primeira vez."
Esse é um conselho vital, e escrito
para este próprio tempo quando esforços estão sendo feitos por
alguns entre nós para ter outras crenças, para que sejam iguais
às igrejas ao nosso redor, um corpo evangélico e não uma seita.
Paulo, em seus dias, teve de enfrentar a mesma heresia. Ele foi
acusado de ser uma "peste", o "principal
defensor da seita dos nazarenos." Atos 24:5. Em sua
resposta diante de Felix, Paulo confessou que após o
"caminho que eles chamam seita, assim sirvo eu o DEUS de
nossos pais, crendo todas as coisas que estão de acordo com a
lei e que estão escritas nos profetas." Atos 24:14.
Naqueles dias os homens zombavam da
verdadeira igreja como uma seita, como fazem hoje. Paulo não
ficava perturbado por isto. Não temos registro que ele tentou
ter a igreja do DEUS vivo reconhecida como um corpo evangélico
pelos homens que lançavam no pó a lei de DEUS. Ao contrário,
seja o que o chamassem e a sua "seita", ele confessou
que cria em "todas as coisas que estão escritas na lei e
nos profetas." Atos 24:14.
O jornal religioso Cristianity
Today, afirma na edição de 3 de março de 1958, que "os
adventistas hoje estão contendendo vigorosamente que eles são
verdadeiramente evangélicos. Parece que eles querem ser assim
considerados." Mencionando o livro Questions on
Doctrine, diz que esta "é a resposta adventista à
pergunta se eles devem ser considerados como uma seita ou como
um membro da denominação evangélica." Declara além disso
que "o livro" é publicado num esforço para convencer
o mundo religioso que somos evangélicos e uma delas.
Esta é uma situação interessante e
perigosa. Como um oficial que não estava a favor do que está
sendo feito me afirmou: "Estamos sendo vendidos rio
abaixo." Que cena para o céu e a terra. A igreja do DEUS
vivo, à qual foi dada a comissão de pregar o evangelho para
toda criatura debaixo do céu e chamar os homens para saírem de
Babilônia, está agora de pé à porta dessas igrejas pedindo
permissão para entrar e tornar-se uma delas. Como estão caídos
os poderosos! Se o plano deles tiver sucesso, devemos agora ser
um membro de alguma associação evangélica e não mais uma IASD
distinta, em segredo "vendida rio abaixo." [N.T. Foi
o que ocorreu em 07.08.1959, com a primeira divulgação pelo
Conselho Nacional de Igrejas dos Estados Unidos, organização
ecumênica, de que a IASD é um "membro cooperador".]
Isto é mais que apostasia. Isto é desistir do adventismo. Isto
é um rapto de um povo inteiro. É negar a condução de DEUS no passado.
É o cumprimento do que o Espírito de Profecia disse anos atrás:
"O inimigo das almas tem buscado
introduzir a suposição de que uma grande reforma deveria ter
lugar entre os adventistas do sétimo dia, e que essa reforma
consistiria em renunciar às doutrinas que permanecem como
pilares de nossa fé, e engajar-se num processo de
reorganização. Caso essa reforma tivesse acontecido, o que
resultaria? Os princípios da verdade que Deus em Sua sabedoria
tem concedido à igreja remanescente seriam descartados. Nossa
religião seria mudada. Os princípios fundamentais que têm
sustentado a obra durante os últimos cinqüenta anos seriam
considerados como erro. Uma nova organização seria
estabelecida. Livros de uma nova ordem seriam escritos. Um
sistema de filosofia intelectual seria introduzido. Os
fundadores desse sistema iriam às cidades e realizariam uma
maravilhosa obra. O sábado, logicamente, seria considerado
levianamente, bem como o Deus que o criou. Nada seria permitido
permanecer no caminho do novo movimento. Os líderes ensinariam
que a virtude é melhor do que o vício, mas Deus sendo removido,
eles depositariam sua dependência no poder humano, o qual, sem
Deus, é sem valor. O seu fundamento seria edificado sobre a
areia, e a tempestade e a tormenta levariam de roldão a estrutura".
Special Testimonies, Series B, # 7, ppág. 39-40 (outubro
de 1903). Mensagens Escolhidas, Vol. 1, ppág. 204-205.
"Não sejais enganados; muitos se
apartarão da fé, dando ouvidos a espíritos sedutores e a
doutrinas de demônios. Temos diante de nós o alfa desse perigo.
O ômega será de natureza mais surpreendente." Series B, nº
2, pág. 16.
"Quando homens na posição de
líderes e professores trabalham sob o poder de idéias
espiritualistas e sofismas, ficaremos calados por medo de
prejudicar a influência deles, enquanto almas estão sendo
enganadas?... Aqueles que se sentem tão pacíficos em relação às
obras de homens que estão danificando a fé do povo de DEUS, são
guiados por um sentimento enganoso." Ibidem, pág.
9, 11.
Energia renovada é agora necessária. Ação
vigilante é convocada. Indiferença e indolência resultarão na
perda da religião pessoal e do céu... Minha mensagem para vós
é: Não mais consintais a ouvir sem protestar contra a perversão
da verdade. Devemos firmemente recusar sermos afastados da plataforma
da verdade, que desde 1844 tem suportado o teste." Ibidem,
pág. 14, 15, 50.
"Hesitei e demorei a enviar o que
o ESPÍRITO do SENHOR me impeliu a escrever. Eu não queria ser
compelida a apresentar a influência desencaminhadora daqueles
sofismas. Mas na providência de DEUS, os erros que têm entrado
devem ser enfrentados." Ibidem, pág. 55.
"Que influência é essa que
conduziria os homens neste estágio de nossa história a
trabalhar de um modo secreto e desonesto e poderoso para romper
o fundamento de nossa fé - o fundamento que foi lançado no
início de nossa obra pelo estudo fervoroso da palavra e pela
revelação? Sobre este fundamento temos estado construindo os
passados 50 anos. Imaginais que quando vi o começo da obra que
removeria alguns dos pilares de nossa fé, eu teria algo a
dizer? Devo obedecer à ordem, 'Enfrentai-o.'" Ibidem,
pág. 58.
Tudo isto foi escrito para enfrentar a
apostasia no período alfa. Estamos agora no período ômega que a
Irmã White diz que viria, e que "seria de uma natureza surpreendente".
E as palavras são mesmo mais aplicáveis agora do que então. É o
leitor um "dos que se sentem tão pacíficos a respeito das
obras dos homens que estão arruinando a fé do povo de
DEUS"? Ibidem, pág. 11. "Manteremos silêncio por
temor de prejudicar a influência deles, enquanto almas estão
sendo enganadas?" Ibidem, pág. 9. É tempo de ficar de pé e
ser contado. Há tempos que tenho sido tentado a pensar que
estou de pé sozinho como esteve Elias. Mas DEUS lhe disse que
havia 7.000 outros. Há mais que aquilo agora, graças a DEUS.
Eles precisam se revelar - e o estão fazendo. As mais sinceras
são as cartas que recebo. É com profundo pesar que acho que sou
incapaz de entrar em extensiva correspondência. Estou
sobrecarregado de trabalho.
A morte de CRISTO na cruz corresponde
ao momento em que no dia da expiação o sumo sacerdote tinha
justamente matado o bode do SENHOR no pátio. A morte do bode
era necessária, pois sem o seu sangue não haveria expiação. Mas
a morte em e de si mesma não era a expiação, embora ela fosse o
primeiro e necessário passo. A Irmã White fala que a
"expiação começou na terra." Spirit of Prophecy, vol.
3, pág. 261. Diz a Escritura: "É o sangue que faz a
expiação." Levítico 17:11. E, de certo, não pode haver sangue
senão após a morte ter tido lugar. Sem a ministração do sangue,
o povo estaria na mesma posição como aqueles que na páscoa
matavam o cordeiro, mas falhavam em colocar o sangue nos
portais. "Quanto Eu ver o sangue", disse DEUS,
"passarei por cima de vós." Êxodo 12: 13. A morte era
inútil sem a ministração do sangue. Era o sangue que contava.
É o sangue que deve ser aplicado, não
"um ato", "um grande ato", "um ato
sacrifical", "um ato expiatório", "o ato da
cruz", "os benefícios do ato da cruz", "os
benefícios da expiação", todas das quais expressões são
usadas em Questions on Doctrine, mas qualquer referência
ao sangue é cuidadosamente evitada. Não é um ato de qualquer
espécie que deve ser aplicado. É o sanque. No entanto em todas
as 100 páginas do livro tratando da expiação, nem uma vez é
falado no sangue como sendo aplicado, ou ministrado. Pode isso
ser meramente um descuido, ou é intencional? Estamos ensinando
uma expiação sem sangue? O Pr. Nichols declara a posição
adventista corretamente quando diz, "cremos que a obra da
expiação de CRISTO começou em vez de completar-se no
Calvário." Answers to Objections, pág. 408. Isto
foi publicado em 1952. [Portanto, antes que a liderança tivesse
feito compromisso com os protestantes.] Estamos interessados de
ver o que dirá a nova edição. Muitos estão esperando para
encontrar o que devem crer sobre esta importante questão.
Expiação
de Sangue
Eis aqui algumas expressões do
Espírito de Profecia com relação ao sangue expiatório:
"JESUS foi vestido de trajes
sacerdotais. Ele contemplou com pena o remanescente, e com voz
de profunda piedade clamou, 'Meu sangue, Pai; Meu sangue; Meu
sangue; Meu sangue.'" Primeiros Escritos, pág. 38.
"JESUS aparece na presença de
DEUS como nosso grande Sumo Sacerdote, pronto para aceitar o
arrependimento, e a responder as orações de Seu povo, e,
através dos méritos de Sua própria justiça, apresentá-los ao
Pai. JESUS levanta Suas mãos feridas a DEUS, e reivindica o
perdão deles comprado com sangue. Tenho-os gravado nas palmas
de Minhas mãos, Ele suplica. Aquelas feridas memoriais de Minha
humilhação e angústia asseguram à Minha igreja os melhores dons
da Onipotência." Spirit of Prophecy, vol. 3.,
261,262.
"A arca que abriga as tábuas da
lei está coberta com o assento de misericórdia [propiciatório],
diante do qual CRISTO pleiteia Seu sangue em favor do
pecador." O Grande Conflito, 415.
"Quando no serviço típico o sumo
sacerdote deixava o lugar santo no dia da expiação, ele entrava
[no lugar santíssimo] diante de DEUS para apresentar o sangue
da oferta pelo pecado, em favor de todo Israel que realmente se
arrependera de seus pecados. Assim CRISTO apenas completou uma
parte de Sua obra como nosso intercessor, para entrar em outra
porção da obra, e Ele ainda pleiteava Seu sangue diante do Pai
em favor dos pecadores." Ibidem, 429.
CRISTO está "agora oficiando
diante da arca de DEUS, demandando Seu sangue em benefício dos
pecadores." Ibidem, 433.
"CRISTO, o grande Sumo Sacerdote,
pleiteando Seu sangue diante do Pai em favor do pecador, leva
sobre Seu coração o nome de cada alma crente arrependida."
Patriarcas e Profetas, 351.
"Como CRISTO em Sua ascensão
apareceu na presença de DEUS para pleitear Seu sangue em favor
dos penitentes crentes, assim o sacerdote na ministração diária
aspergia o sanque do sacrifício no lugar santo em favor do
pecador." Patriarcas e Profetas, 357.
"O sangue de CRISTO, conquanto
fosse para libertar o arrependido pecador da condenação da lei,
não era para cancelar o pecado; era para manter em registro no
santuário até a expiação final." Ibidem.
E com todas essas declarações diante
dele, nem uma vez o autor de Questions on Doctrine
mencionou o sangue como sendo aplicado ou ministrado.
A
Expiação Final
"O Pai ratificou a aliança feita
por CRISTO, que haveria de receber os homens obedientes e
arrependidos, e os amaria mesmo como Ele ama Seu Filho."
Esta, como declarado acima, era na condição de que "CRISTO
deveria completar Sua obra e cumprir Sua garantia de tornar o
homem 'mais precioso que o fino ouro, mais raro que o ouro fino
de Ofir.' Isaías 13:12." O Desejado, pág. 790. "Isto
CRISTO garante." Spirit of Prophecy, vol. 3, pág.
250.
Quando CRISTO diz em Sua oração
sumo-sacerdotal, "Completei a obra que Tu Me deste para
fazer," (João, 17:4) a Irmã White comenta: "JESUS
desenvolveu um caráter justo sobre a terra como exemplo para o
homem seguir." Spirit of Prophecy, vol. 3, pág. 260.
Em desenvolver esse caráter justo,
CRISTO demonstrou que isto pode ser feito. Mas podiam os outros
fazer o mesmo? Isto também precisa ser demonstrado. CRISTO
garantiu que poderiam. Era agora para CRISTO tornar eficaz Sua
promessa.
O caráter não é criado. É feito; é
desenvolvido; é construído através de múltiplos testes e
tentações e provações. DEUS de início dá um teste leve, depois
um pouco mais forte, e ainda um pouco mais forte. Pouco a pouco
a resistência às tentações fica mais forte, e depois de um
tempo certas tentações cessam de ser tentações. Um homem pode
ter uma grande luta contra o tabaco; mas finalmente é
vitorioso, e sua vitória ser tão completa que o tabaco não é
mais uma tentação.
Assim, idealmente, deve ser com toda
tentação. Santidade não é obtida num dia. "Redenção é
aquele processo pelo qual a alma é treinada para o céu." O
Desejado, pág. 330. Um homem pode ganhar vitórias cada dia, mas
ainda não pode ter alcançado. Mesmo Paulo teve de admitir que
ele não havia "já alcançado, ou que era perfeito."
Mas destemido exclama, "mas prossigo para alcançar aquilo
para o que fui também preso por CRISTO JESUS." Filipenses
3:12.
CRISTO prometeu tornar o homem
"mais puro que o ouro", mesmo que o ouro fino de
Ofir. Nesta obra o homem não deve ser apenas um instrumento
submisso; ele deve tomar parte ativa. Notem estas citações:
"O resgate da raça humana foi
apontado para dar ao homem outra prova [teste]." Mss. 14,
1898.
"O plano da salvação foi
designado para redimir a raça caída, para dar ao homem outro
teste." Signs of the Times, 26-04-1899.
"DEUS contemplou a vítima
expirando sobre a cruz e disse, 'Está terminado; a raça humana
terá outra prova [teste, provação].'" Youth's
Instructor, 21-06-1900.
"Para que o transgressor possa
ter outra prova... o eterno Filho de DEUS Se interpôs para
suportar a punição da transgressão." RH,
08-02-1898.
"JESUS sofreu em nosso lugar para
que o homem pudesse ter outro teste e provação." Special
Instruction Relating to the Review Herald Office, pág. 28.
"Como JESUS foi aceito como nosso
substituto e penhor, cada um de nós será aceito se resistirmos
o teste e a provação por nós mesmos." RH,
10-06-1890.
"O Salvador venceu para mostrar
ao homem como o homem pode vencer." "O homem precisa
trabalhar com seu poder humano, ajudado pelo poder divino de
CRISTO, para resistir e conquistar a qualquer custo para si
mesmo. Em suma, ele deve vencer como CRISTO venceu... O homem
deve fazer sua parte; deve ser vitorioso de sua própria conta,
através da força e graça que CRISTO lhe dá." Testimonies,
vol. 4, pág. 32, 33.
CRISTO prometeu tornar os homens
vencedores; Ele "garantiu" isto. Não foi tarefa
fácil; mas a obra de expiação não foi terminada até e a não ser
que JESUS a fizesse. E assim CRISTO perseverou até que Sua
tarefa fosse feita. Da última geração, na mais fraca das
fracas, CRISTO escolhe um grupo [os Remanescentes] com o qual
fazer a demonstração que o homem pode vencer como CRISTO
venceu.
Nos 144.000 CRISTO permanecerá
justificado e glorificado. Eles provam que é possível para o
homem viver uma vida agradando a DEUS sob todas as condições, e
que os homens podem finalmente ficar de pé "à vista de um
DEUS santo sem um intercessor [é agora na luta de Jacó]." O
Grande Conflito, pág. 614.
O testemunho é dado então a eles,
"Eles são os escolhidos, co-herdeiros com CRISTO na grande
firma do céu. Eles venceram, como JESUS venceu." Mss.
28.11.1897. Para nós vem o convite, "Agora, enquanto nosso
Sumo Sacerdote está fazendo a expiação por nós, devemos buscar
tornar-nos perfeitos em CRISTO." O Grande Conflito,
pág. 623.
Um
Mistério
Em sua epístola aos efésios, Paulo
apresenta-nos com um mistério. Diz ele, "Por esta causa
deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e
ambos serão uma só carne. Este é um grande mistério; mas eu
falo com relação a CRISTO e a igreja." Efésios 5: 31,32. O
casamento adequadamente representa a união entre CRISTO e a
igreja, efetuada pela expiação.
Em harmonia com esse quadro de
casamento, o anúncio público é feito no fechamento da porta da
graça: "Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe
glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua
noiva se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho
fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as
justiças dos santos." Apocalipse 19:7,8. Como o esposo e a
esposa são um, assim agora são CRISTO e a igreja. A expiação, a
verdadeira expiação, a expiação final, a completa expiação, foi
feita. "A família do céu e a família da terra são
uma." O Desejado, pág. 835.
Os
144.000
Praticamente todos os adventistas têm
lido os últimos capítulos de O Conflito dos Séculos, que
descreve a pavorosa luta através da qual o povo de DEUS passará
antes do fim. Como CRISTO foi provado ao máximo na tentação no
deserto e no jardim do Getsêmane, assim os 144.000 da mesma
forma serão provados. Eles aparentemente serão deixados a
perecer, pois suas preces ficarão sem resposta como as de
CRISTO no Getsêmane quando Suas petições foram negadas. Mas a
fé deles não cairá. Como Jó eles exclamarão, "Mesmo que
DEUS me mate, Nele confiarei." Jó, 13:15.
A demonstração final do que DEUS pode
fazer na humanidade é feita na última geração que porta todas
as enfermidades e fraquezas que a raça humana adquiriu através
de seis mil anos de pecado e transgressão. Nas palavras da Irmã
White eles portam "os resultados da operação da grande lei
da hereditariedade." O Desejado, pág. 48. Os mais
fracos da humanidade devem ser submetidos às mais fortes
tentações de Satanás, para que o poder de DEUS possa ser
abundantemente mostrado. "Foi uma hora de pavorosa,
terrível agonia aos santos. Dia e noite eles clamavam a DEUS
por libertação. Pela aparência exterior, não havia nenhuma
possibilidade de eles escaparem." Primeiros Escritos,
pág. 283.
De acordo com a nova teologia que
nossos líderes têm aceito e estão agora ensinando, os 144.000
serão sujeitos a uma tentação imensuravelmente mais forte do
que CRISTO jamais experimentou. Pois enquanto a última geração
portará as fraquezas e as paixões de seus antepassados, nossos
líderes reivindicam que CRISTO foi isento [imune] de todas
elas. CRISTO, é-nos dito, não herdou nenhuma das paixões
"que corrompem os descendentes naturais de Adão." Questions
on Doctrine, pág. 383.
Com esse falso ensino sobre a natureza
de CRISTO, JESUS viveu quando na terra num nível mais elevado e
completamente diferente do homem que tem de lutar com paixões
herdadas, e assim CRISTO não conhece e não experimentou o real
poder do pecado. Mas esse não é o tipo de salvador que eu
preciso. Preciso de um Salvador que foi "tentado em todos
os pontos como nós somos." Hebreus 4:15. O "cristo
substituto" que nossos líderes nos apresentam, devo
rejeitá-lo e o rejeito. Graças a DEUS, "Porque não temos
um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado." Ibidem.
Acusação
contra DEUS
Porém mais do que mesmo aquilo está
envolvido na nova teologia; ela coloca uma acusação contra DEUS
como o autor de um plano para enganar ambos o homem e Satanás.
Eis a situação:
Satanás tem consistentemente mantido
que DEUS é injusto em requerer que os homens obedeçam a Sua
lei, que o diabo diz ser impossível obedecê-la. DEUS tem
sustentado que Sua lei pode ser obedecida, e para substanciar
Sua reivindicação ofereceu mandar Seu Filho a este mundo para
provar Sua contenda. O Filho veio e guardou a lei e desafiou
aos homens a convencê-Lo do pecado. JESUS foi achado ser sem
pecado, santo e sem culpa. Ele provou que a lei podia ser
guardada, e DEUS ficou vindicado; e Sua exigência que os homens
guardem Seus mandamentos foi achada ser justa. DEUS venceu, e
Satanás foi derrotado.
Mas nisso havia um nó; pois Satanás
reclamava que DEUS não tinha feito um jogo justo; Ele tinha
favorecido Seu Filho, tinha-O "isentado" dos
resultados da operação da grande lei da hereditariedade à qual
todos os homens estavam sujeitos; DEUS tinha isentado [tornado
imune] CRISTO "das paixões herdadas e poluicões que
corrompem os descendentes naturais de Adão." Questions
on Doctrine, pág. 383. DEUS não havia isentado a humanidade
em geral, mas somente CRISTO. Isto, evidentemente, invalidava a
obra de CRISTO sobre a terra. JESUS não mais era um de nós que
tinha demonstrado o poder de DEUS para guardar os homens de
pecar. Ele era um enganador a quem DEUS dera tratamento
preferencial e não foi afligido com paixões herdadas como são
os homens.
Satanás teve pouca dificuldade em
levar os homens a aceitar esse ponto de vista; a igreja
católica o aceita; no devido tempo, os evangélicos deram seu
consentimento; e em 1956 os líderes da IASD também adotaram
esse ponto de vista. Foi o assunto de "isenção" que
fez Pedro tomar JESUS à parte e dizer, "SENHOR, tem
compaixão de Ti; de modo nenhum Te acontecerá isso. Ele, porém,
voltando-Se disse a Pedro: Para trás de Mim, Satanás, que Me
serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são
de DEUS, mas só as que são dos homens." Mateus 16: 22,23.
CRISTO não queria ser imune [isento]. Ele disse a Pedro,
"Não compreendes as coisas que são de DEUS." Assim
hoje alguns não compreendem as coisas de DEUS. Eles pensam que
é meramente uma questão de semântica. Que DEUS tenha piedade de
tais e lhes abra os olhos para as coisas que são de DEUS. Com a
rendição dos líderes adventistas à monstruosa doutrina de um
CRISTO "imune", a última oposição de Satanás tem
capitulado. Oramos novamente, queira DEUS salvar Seu povo.
Foi-me perguntado o que espero
realizar com esta minha oposição. Não quero "vencer"
qualquer argumento. Sou um ministro adventista do sétimo dia
cujo trabalho é pregar a verdade e combater o erro. A Bíblia é
em grande parte um registro do protesto das testemunhas de DEUS
contra os pecados prevalecentes da igreja, e também de suas
aparentes falhas. Praticamente todos os protestadores selaram
seu testemunho com seu sangue, e a igreja prosseguiu até DEUS
intervir. Tudo que Paulo esperava era que ele pudesse
"salvar alguns." I Coríntios 9:22. Praticamente todos
os apóstolos morreram como mártires, e CRISTO foi pendurado
numa cruz. Levou 40 anos antes que a destruição viesse. Mas
quando DEUS interveio Ele fez um trabalho completo.
Esta denominação precisa voltar à
instrução dada em 1888, a qual foi escarnecida. Necessitamos de
uma reforma na organização, que não permita que uns poucos
homens dirijam cada movimento feito em qualquer parte do mundo.
Necessitamos de uma reforma que não permita que uns poucos
homens gastem milhões em instituições não-autorizadas pelo voto
dos representantes de toda a igreja, enquanto os campos
missionários estão sofrendo por necessidades básicas.
Necessitamos de uma mudança na ênfase que é dada para promover
finanças e estatísticas. Necessitamos restaurar a Escola
Sabatina ao seu devido lugar na obra de Deus. Necessitamos dar
um basta aos empresários artísticos e promotores comerciais,
que defendem interesses próprios à guisa de levantar dinheiro
para boas causas. Necessitamos pôr um ponto final nos anúncios
semanais na igreja, que são meramente propagandas disfarçadas.
Esta lista poderia ser extremamente ampliada.
Mas tudo isto, embora importante,
torna-se pequeno, diante de nossa maior necessidade. Precisamos
todos, a maioria de nós, de uma reforma e
reavivamento. E se nossos líderes não nos conduzem
como deveriam, "de outra parte se levantará para os judeus
socorro e livramento". Ester 4:14. Eu, de bom ânimo,
permaneço orando pela paz de Israel.
(Assinado) M. L. Andreasen.
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